tag:blogger.com,1999:blog-1341672289847404071.post3613506851219404151..comments2023-10-20T14:57:03.268+01:00Comments on DESMITOS: A VERDADEIRA E TRISTE HISTÓRIA DAS NOSSAS DESIGUALDADESAlvaro Santos Pereirahttp://www.blogger.com/profile/13898435603898462072noreply@blogger.comBlogger8125tag:blogger.com,1999:blog-1341672289847404071.post-398325304214884932011-03-07T07:59:54.651+00:002011-03-07T07:59:54.651+00:00Obrigado a todos. Respondo amanhã.
Abraço
AlvaroObrigado a todos. Respondo amanhã.<br />Abraço<br /><br />AlvaroAlvaro Santos Pereirahttps://www.blogger.com/profile/13898435603898462072noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1341672289847404071.post-15374958716221128212011-03-07T05:47:09.460+00:002011-03-07T05:47:09.460+00:00E não será que o abandono escolar não é causa, mas...E não será que o abandono escolar não é causa, mas efeito da nossa insuficiência económica, isto sem embargo de ser dramático e poder contribuir para «o atraso português»? Que radicará este, em parte, na desconfiança sistémica de cada um si, que faz com que poucos se vejam como agentes e autores do seu destino (herança dos séculos em que, tudo o que se fizesse ou não se fizesse aqui, sempre acabava por parecer insiognificante, por ser sempre lá de fora, das possessões do estado, ou dos alidaos do estado, a necessária fazenda?).Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1341672289847404071.post-70016844426180323252011-03-06T18:11:56.117+00:002011-03-06T18:11:56.117+00:00Segundo The Spirit Level - e os seus autores deram...Segundo <a href="http://www.amazon.co.uk/Spirit-Level-Equality-Better-Everyone/dp/0241954290/ref=sr_1_1?s=books&ie=UTF8&qid=1299432729&sr=1-1" rel="nofollow">The Spirit Level</a> - e os seus autores deram-se a cuidados extremos para não confundir correlação com causalidade nem causa com efeito - não é o abandono escolar que causa a desigualdade, mas sim a desigualdade que causa o abandono escolar, bem como uma lista impressionante de outras disfunções sociais.<br /><br />A aceitar isto, talvez fosse importante voltar às duas hipóteses que você considera brevemente e põe de lado. Quanto aos lucros exagerados, conheço casos em que as taxas de lucro parecem efectivamente muito altas; conheço outros em que são mais baixas do que seria normal esperar; conheço casos de concorrência desleal; e conheço exemplos de taxas de comercialização muito baixas, ou até negativas, que dão lugar a lucros muito altos porque os seus titulares rodam os stocks muito rapidamente mas pagam aos seus fornecedores a prazo muito longo, o que lhes permite realizar mais-valias no sector financeiro com dinheiro que é dos outros.<br /><br />Nada disto me permite concluir, porém, que os lucros em Portugal são, no cômputo geral, anormalmente altos ou anormalmente baixos. O mesmo quanto aos salários: conheço, como toda a gente, trabalhadores dos quais não se pode dizer com justiça que são explorados; e conheço, também como toda a gente, trabalhadores que não só são explorados, como o são da forma mais cruel e mais vergonhosa. A dúvida está, mais uma vez, no cômputo geral.<br /><br />Mas neste baralho há um <i>joker</i>, que é a profusão de fortunas inexplicadas. Pessoas que nunca foram nem empregadoras nem empregadas, que não herdaram nada, e que exibem fortunas enormes. E não são casos raros: são suficientemente numerosos para que cada um de nós tenha conhecimento directo de pelo menos um e indirecto de vários. Isto não pode deixar de afectar as estatísticas sobre a desigualdade.<br /><br />Há ainda que considerar um fenómeno que não é só português mas nos afecta com especial acuidade: a parte decrescente dos salários no rendimento nacional. Se os rendimentos do trabalho diminuem em relação a outros tipos de rendimento, a desigualdade tem forçosamente de aumentar. E, como o preço do trabalho é sempre um preço político - os poucos salários que não são artificialmente baixos são artificialmente altos - temos que a génese da desigualdade é política.<br /><br />O que você nos está a propor é uma mezinha. Sabe o que aconteceria se de repente pudéssemos dar a todos os jovens uma formação de altíssima qualidade? Não teríamos mercado de trabalho para os absorver e seriam obrigados a ir vender os seus <i>skills</i> a outros países, para cuja riqueza conmtribuiriam em vez de contribuírem para a nossa.<br /><br />Não. primeiro temos que reduzir fortemente as desigualdades. Só então será possível melhorar a formação dos portugueses e conservar cá os beneficiários dessa melhoria.José Luiz Sarmentohttp://legoergosum.blogspot.comnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1341672289847404071.post-16252350810234037092011-03-06T07:38:23.797+00:002011-03-06T07:38:23.797+00:00Senhor Prof. A.S.P.:
Os milhares de licenciados, c...Senhor Prof. A.S.P.:<br />Os milhares de licenciados, caixas de supermercado, operadores de «call center» ou a exercer outras funções sem a menor exigência de formação especializada desmentem cabalmente essa sua versão, e os salários de 500 euros de tantos diplomados confirmam igualmente que só os cursos não bastam.<br />A desigualdade que aponta deve-se, tão só, a uma injustiça atroz na repartição dos rendimentos, em que uns poucos decidem sobre a sua vida e os seus salários, definindo em círculos restritos de pares as remunerações verdadeiramente escandalosas que auferem (os gestores portugueses estão entre os mais bem pagos da UE, e o governador do BdP é o 3.º mais bem pago entre os seus pares no mundo, só suplantado pelo homólogo de Singapura e de outro país que não posso precisar neste momento), enquanto que a maioria das pessoas vegeta com salários e miséria ou um pouco acima disso.<br />E muitos desses gestores nem justificam o que ganham, pois gerem empresas monopolistas ou estatais, as quais verdadeiramente não competem no mercado.<br />Não quer isto dizer que estudar, acima de tudo adquirir conhecimento, muito mais do que obter diplomas, não seja deveras importante. É, ponto final. Mas, infelizmente, não é suficiente.<br />M.H.F.Manuel Henrique Figueirahttps://www.blogger.com/profile/00470316012855683431noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1341672289847404071.post-34786114258518292932011-03-05T22:26:44.255+00:002011-03-05T22:26:44.255+00:00Olá Álvaro,
Não sei se estás inteiramente a par da...Olá Álvaro,<br />Não sei se estás inteiramente a par das medidas do ME para combater o insucesso. Criação de cursos verdadeiramente inacreditáveis, sem chumbos, sem programas de ensino e sem conteúdos, manuais, etc.. actualmente parte do meu trabalho é nas Novas Oportunidades, EFAs, Educação e formação de adultos. Nestes cursos tenho a maioria dos formandos com idades de 18, 20 anos e alguns mais velhos. A maioria vem para estes cursos pois não conseguiam tirar o secundário e matricularam-se nestes cursos, pois a figura do chumbo praticamente não existe. estes cursos dão equivalência ao 12º ano e são divididos em 3 principais área de formação. Os módulos de formação são de 50 horas, sendo que cada módulo destes é subdividido em outros 4. Dos 4 o estudante tem apenas de "evidenciar" dois. Digo evidenciar pois no final de cada submódulo o formador tem somente de preencher umas grelhas aparentemente complexas em que tem itens como "competências éticas", "cognitivas" "sociais". para fazeres uma ideia de cada 10 itens, se o estudante evidenciar metade já tem o módulo feito. Tudo que o formador tem a fazer é escrever nessas grelhas, ou um "E" ou um "NE", de "evidencia" ou "não evidencia". No final o estudante tem a habilitação do secundário. Há pessoas que tinham o 2º ano do ciclo básico (actual 2º ciclo) e no espaço de alguns meses apenas fica com o 9º ano e mais ano e meio fica com o 12º ano. Ou seja, o 12º ano faz-se em Portugal em cerca de 2 anos e pouco. Nisto tudo há o lado positivo de trazer algumas pessoas à escola, que de outra forma nunca mais lá regressariam. Mas todo este tipo de ensino é arquitectado sacrificando uma sólida formação. Para mim é uma modalidade de ensino frustrante, sem qualquer avaliação de conhecimentos. Não sei que pensas disto. <br />abraçoRolando Almeidahttps://www.blogger.com/profile/14335927716319253296noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1341672289847404071.post-42657307605674466222011-03-05T21:21:27.451+00:002011-03-05T21:21:27.451+00:00Por falar em provas empíricas:
como justifica a af...Por falar em provas empíricas:<br />como justifica a afirmação de que o abandono escolar é a principal causa das desigualdades sociais em Portugal?<br />Por outro lado: não será isso contraditório com o facto de muitos licenciados (parece que cada vez mais) estarem desempregados ou a trabalhar a troco de ordenados miseráveis, por vezes em empregos sem qualquer relação com os estudos efectuados?Carlos Pireshttps://www.blogger.com/profile/08251950765007453258noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1341672289847404071.post-90680119161367038852011-03-05T19:04:21.508+00:002011-03-05T19:04:21.508+00:00Dr. Álvaro
Os números do abandono escolar são uma ...Dr. Álvaro<br />Os números do abandono escolar são uma falácia mal vendida pelo Ministério da Educação, a que o Eurydice responde.<br />Acontece que em Portugal o ensino obrigatório é até ao 9º ano. Na quase totalidade dos países europeus, é até ao 12º. As estatísticas são feitas até ao 12º, o que dá como resultado que em Portugal, os alunos que não continuam no Secundário, são considerados com "abandono escolar".<br />Só daqui a 3, 4 e 5 anos, é que vamos acertar com a Europa, quando começar o ensino obrigatório até ao 12º<br />Aliás, há um documento que saquei em tempos no site do ME, que dizia isso mesmo.<br />E por causa das estatísticas é que nasceram as Novas Oportunidades.Contra.facçãohttps://www.blogger.com/profile/00947711340627742289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1341672289847404071.post-44241901731904770092011-03-05T15:24:12.168+00:002011-03-05T15:24:12.168+00:00Senhor Prof. A.S.P.:
Mas que «estorinha» tão idíli...Senhor Prof. A.S.P.:<br />Mas que «estorinha» tão idílica e, ao mesmo tempo, reconfortante que nos conta. Vamos todos tirar os nossos cursinhos e a injustiça acabará no nosso querido Portugal.<br />Os milhares de licenciados, caixas de supermercado, operadores de «call center» ou a exercer outras funções sem a menor exigência de formação especializada desmentem cabalmente essa sua versão, e os salários de 500 euros de tantos diplomados confirmam igualmente que só os cursos não bastam.<br />A desigualdade que aponta deve-se, tão só, a uma injustiça atroz na repartição dos rendimentos, em que uns poucos decidem sobre a sua vida e os seus salários, definindo em círculos restritos de pares as remunerações verdadeiramente escandalosas que auferem (os gestores portugueses estão entre os mais bem pagos da UE, e o governador do BdP é o 3.º mais bem pago entre os seus pares no mundo, só suplantado pelo homólogo de Singapura e de outro país que não posso precisar neste momento), enquanto que a maioria das pessoas vegeta com salários e miséria ou um pouco acima disso.<br />E muitos desses gestores nem justificam o que ganham, pois gerem empresas monopolistas ou estatais, as quais verdadeiramente não competem no mercado.<br />Não quer isto dizer que estudar, acima de tudo adquirir conhecimento, muito mais do que obter diplomas, não seja deveras importante. É, ponto final. Mas, infelizmente, não é suficiente.<br />Omitir isto é iludir as pessoas, e todos devemos falar verdade.<br />M.H.F.Manuel Henrique Figueirahttps://www.blogger.com/profile/00470316012855683431noreply@blogger.com