tag:blogger.com,1999:blog-1341672289847404071.post5866669098375032818..comments2023-10-20T14:57:03.268+01:00Comments on DESMITOS: PORTUGAL, PAÍS MODELO (2)Alvaro Santos Pereirahttp://www.blogger.com/profile/13898435603898462072noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-1341672289847404071.post-45834604490810141952008-10-27T23:01:00.000+00:002008-10-27T23:01:00.000+00:00Caro Santos Pereira De facto, não é por acaso que ...Caro Santos Pereira <BR/><BR/>De facto, não é por acaso que continuamos a ter uma electricidade demasiado cara. Também não é pelo facto de não haver concorrência no sector. Por sinal não há, mas os preços até poderiam ser aceitáveis, se houvesse uma verdadeira regulação. Como vamos ver, também não há. E a pouca que havia, deixou de haver.<BR/><BR/>Na verdade, por muito que não apreciemos a forma como o governo manipula os preços das renováveis – sobretudo a eólica e a fotovoltaica, agora também a das ondas - o principal motivo para os preços finais serem tão elevados (ainda) não reside aqui. <BR/><BR/>A electricidade de origem fotovoltaica, apesar de ter um preço elevadíssimo ainda não tem grande expressão. A electricidade de origem eólica já vai pesando, mas o verdadeiro problema, a principal origem do preço elevado da energia eléctrica em Portugal, encontra-se nos preços a que as centrais das empresas EDP Produção, Tejo Energia e Turbogás vendem a electricidade à REN, a empresa que funciona como comprador geral, que “mistura” os preços e depois vende à EDP Distribuição.<BR/><BR/>Acontece que os preços da Produção têm origem num mecanismo contratual criado em 1993/95 o qual, apesar de não ter sido deliberadamente desenhado com esse propósito, acabou por vir a favorecer de uma forma acentuada os centros produtores, termoeléctricos e hidráulicos. <BR/><BR/>Na altura, poucos se podiam aperceber das consequências dos contratos então gizados. Só que, mercê do empenhamento dos dirigentes e do pessoal das centrais, cujo trabalho meritório deve ser salientado, a disponibilidades dos grupos geradores nacionais aumentou de uma forma impressionante, batendo até recordes europeus, o que permitiu à Produção começar a receber muito mais dinheiro da REN do que aquele que se esperava.<BR/><BR/>De onde pensa que provêm os grandes lucros da EDP? Da EDP Produção. Porque a EDP Distribuição tem preços controlados. <BR/><BR/>Ora, apesar de se falar muito na Entidade Reguladora, a ERSE, a verdade é que a regulação, para todos os efeitos, é uma semi-brincadeira. Porque na fronteira Produção/REN, onde reside o problema, nunca existiu regulação. E é logo aí que começam os preços elevados da electricidade. <BR/><BR/>A regulação de preços pela ERSE começa (começava…) na venda da REN à EDP Distribuição e continua pela venda da EDP Distribuição aos clientes finais. Mas se os preços já vêm elevados de trás, a ERSE não pode fazer nada por eles. <BR/><BR/>Bom, agora nem sequer há Regulador porque este governo retirou à ERSE o poder de regulação e actualmente quem determina os preços é o governo. Os responsáveis da ERSE passaram a fazer figura de urso. <BR/><BR/>Abandonar os projectos das renováveis não é o caminho certo. Acabar com os preços subsidiados de forma escandalosa, isso sim, a par da investigação e desenvolvimento de processos renováveis de produção, mas competitivos.Jorge Oliveirahttps://www.blogger.com/profile/14055932372614595405noreply@blogger.com