Segundo o DN, "As empresas concessionárias de auto-estradas pedem ao Estado 1,1 mil milhões de euros a título de indemnizações por alterações aos traçados, atrasos nas expropriações de terrenos ou por perdas de receitas. Até ao fim de 2007, o Governo já aceitou reclamações de oito concessionárias, no valor de 457 milhões de euros... Os pedidos de mais dinheiro por parte das concessionárias igualam o montante já liquidado pelo Estado desde 2003, a título de compensações por ausência de portagens ... e por complementos nas vias com portagens."
Sim, leu bem: 1,1 mil milhões de euros ou cerca de o.8 por cento do PIB. O equivalente a muitos centros de saúde e muitas escolas, ou a uma descida significativa do défice orçamental. Ou, se quisermos, o equivalente a uma descida adicional do IVA em cerca de 2 por cento.
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Como os acordos já estabelecidos entre o governo e as concessionárias têm levado a valores entre os 50 e os 60 por cento reclamados pelas concessionárias, dos 1,1 mil milhões estaremos a falar entre 500 a 700 milhões de euros. Indemnizações, relembre-se, porque alguém se lembra de alterar o traçado previamente acordado e/ou pelas SCUTs. O que eu gostaria de saber é se alguém já foi responsabilizado por esse desperdício dos dinheiros dos contribuintes. Que eu saiba, não. Andamos a poupar com a saúde, a educação e a Administração Pública (na minha opinião, bem), para depois o esbanjar desta maneira. Uma vergonha. Um autêntico escândalo.
Caro Álvaro
ResponderEliminarSome a isto a noticia do Publico que garante que Jorge Coelho, ministro das obras publicas de Guterres, vai ficar à frente da maior empresa portuguesa de construção civil e obras publicas. A MotaEngil. Jorge Coelho,o homem do aparelho PS e o portavoz do tempo de Guterres que todos os dias vinha anunciar na TV os milhões que diáriamente o seu Governo concedia para fazer desequilibrar as contas publicas e chegarmos onde chegamos. Mas quem melhor que este individuo para assegurar uma posição previlegiada à MotaEngil no despesismo já anunciado. Autoestradas, pontes, aeroportos e barragens.Qual a competência deste homem no mundo empresarial? Salta à vista que o PS vai ser muito presenteado pelas empresas de construção civil quando se tratar de arranjar mecenas para fazer face às suas campanhas. Estas são as verdadeiras reformas do PS. E eu não quero acreditar que, como diz ainda o Público, o Sr.Coelho vá ser substituido na Quadratura do Circulo da SIC por Antonio Costa, politico no activo, actual Presidente da Câmara de Lisboa e nº2 do PS. Com tempo de antena grátis. Sinto-me cada vez mais no Uganda e cada vez menos portugês.
Transcrevo-lhe agora dois excertos de 2 artigos do Vida Económica.
Texto de J.L.Sousa Direct.Adjunto
Um país.dois sistemas
Dentro de 15 a 20 anos, a China.............
No que à actividade económica respeita, Portugal também vai sendo cada vez mais um país com dois sistemas. A evolução recente demonstra que para as pequenas empresas comerciais ou industriais existe um conjunto infindável de normas, os condicionalismos em vigor limitam a liberdade de actuação dos agentes económicos, a fiscalização e a repressão aplica-se de forma implacável sobre os operadores, em particular, para aqueles que estão de boa-fé porque são mais numerosos e vulneráveis.
Para os grandes operadores, a realidade é outra......
Meu caro Álvaro, isto explica o escândalo dos pagamentos extra nas obras públicas. Os nossos governantes, que se passeiam entre as grandes empresas e os governos dão com uma mão e recebem com a outra. Não quer dizer que Portugal seja caso único. Mas esta promiscuidade parece ter tendência a aumentar e está cada vez mais descarada. É endémica.
E se se pretende um Portugal desenvolvido e equlibrado não se pode ir por aqui. São sempre os mesmos a pagar a factura.
Chamou-me também a atenção um outro artigo dos mesmo jornal, As bodas do fisco de A.M.Pinto.
.....................................Dizem que tudo isto é feito em nome da evasão fiscal......Dizem que quanto mais pagarem os que escapam menos pagarão os que pagam. Isso é mentira. Quanto mais pagarem os que escapam mais dinheiro terão "eles" para gastar......
E agora que o defice parece estar sobre controlo, vai voltar a haver apetência para gastar. E vai haver muitas obras extra. As tais que dão milhões. E estando nós num nível de pressão fiscal absolutamente desajustado para a nossa economia, vai acontecer que passados poucos anos volta tudo ao mesmo. Quando a CE deixar de nos apertar a rebaldaria continuará e todos nós seremos vitimas novamente de um fortissimo crescimentop dos impostos para pagar os desmandos dos nossos governantes.
Tudo isto é endémico.
Não se admire pois destes e outros escândalos.
A rebaldaria vai continuar.Não tem nada de anormal e escandaloso. É mesmo assim, sempre foi e será
Existem muitas áreas onde se esbanjam dinheiros públicos e uma das mais gritantes, que infelizmente continua a contecer é ou fazer, desfazer e voltar a fazer. Conheço muitos locais em que foram colocados novos pavimentos nas estradas e passado um ano, abriram as estradas para colocar esgotos. Os remendos que colocaram posteriormente nas respectivas estradas fizeram com que estas ficassem piores do que estavam antes do novo pavimento.
ResponderEliminarA estes políticos, nomeadamente os autarcas, deveria ser-lhes cortada a reforma ou a possibilidade de se recandidatarem...
Já se lembraram de avaliar os políticos? è de cima que devem vir os exemplos.
Caros António e Marco,
ResponderEliminarMuito obrigado pelos vossos comentários. Partilho a vossa consternação e apreensão.
António,
Obrigado pelos artigos. Há, de facto, dois pesos e duas medidas, consoante a dimensão das empresas. Como afirma, não é de estranhar, visto que o mesmo se passa noutros países. O que eu gostaria de ver num estudo era se em Portugal é realmente pior do que noutros casos. Talvez seja. Se é assim, vale a pena perguntar: o que é que podemos fazer para contrariar esta tendência? Alguma sugestão da sua experiência empresarial, António?
Marco,
A avaliação dos políticos já se faz de certa forma nas eleições. Mesmo assim, concordo que seria desejável criar maiores mecanismos de controlo dos políticos. Alguma sugestão?