Agora que se conhecem as caras do novo governo, não é difícil perceber que, apesar de José Sócrates ter perdido a maioria absoluta, tudo continuará como dantes. Ou seja, não haverá controlo da despesa pública e continuará a haver uma aposta dogmática nas grandes obras públicas. Se não vejamos. Teixeira dos Santos manterá a política anterior, em que a desorçamentalização de parte das despesas públicas (através das parcerias público-privadas e de iniciativas similares) permitirá ao governo propagandear-se de rigor nas contas públicas, enquanto o défice e a dúvida pública efectivas (mascaradas nas contas do Estado) continuam a aumentar. Também não interessa que a alegada consolidação das contas do Estado tenha sido toda feita através do aumento das receitas (i.e. mais impostos, o que é mau, e mais eficiência fiscal, o que é bom). Não se antevê que tal venha a mudar. Entretanto, as despesas públicas continuaram e continuam a crescer a bom ritmo (mesmo antes da crise internacional). Mas, certamente, não haverá problema.
Nas Obras Públicas, temos agora um economista que defendeu publicamente as grandes obras públicas. Conclusão: todos(as) os(as) outros(as) que defendiam mais ponderação e uma reavaliação desses projectos estão errados(as). E se é assim, porquê travar o ritmo de execução e adjudicação desses projectos?
Finalmente, na Economia, confesso que fiquei verdadeiramente desapontado. É verdade que Vieira da Silva é "trabalhador" e "dedicado". E até foi dos ministro que mais obra deixou no último governo. Porém, não me parece ter a visão estratégica que penso que seria necessária para o Ministério da Economia. A sua nomeação parece-me ser motivada para tentar estancar a subida do desemprego, em vez de tentar combater os problemas estruturais da nossa economia. Pode ser que me engane (espero que sim), mas, infelizmente, acho que não.
Caro Àlvaro,
ResponderEliminarA Manuela foi esperta. Deixou claro que por nenhum inheiro do mundo desejava governar.
Porque com o ritmo de crescimento quer da divida publica quer da divida externa, a nossa economia vai ficar caótica.
Prevejo que a partir de agora é que as coisas vão ficar pretas. Porque ainda havia muita gente com algum fôlego mas passado um ano muita dessa gente já perdeu esse fôlego.
E ninguem tem uma ideia que seja para resolver a crise. Ou então não há um minimo de condições politicas para actuar.
Estou a ler o livro de Medina Carreira e acho que a sua analise está muito bem feita. E infelizmente o comportamento da nossa economia face a outras indicia claramente que ele tem razão na sua análise.
Estamos .........lixados.
Antonio