Estatísticas da Economia Portuguesa e do Estado

28 outubro 2010

AS ORIGENS DO "MONSTRO" (2)

A propósito post anterior, o Guillaume Tell pergunta: "sabendo que a despesa pública em 1950 valia cerca de 16% do PIB e em 1973 a despesa pública valia cerca de 21% (fonte: Luciano Amaral, Economia Portuguesa: As Últimas Décadas), como é possível neste gráfico que o consumo pública cresça tanto para o igual período?"
A resposta é: crescimento económico. Portugal registou o período de maior crescimento económico da sua História na década de 60, quando o país se industrializou. A despesa pública também cresceu muito em valor absoluto, mas  não tão depressa em percentagem do PIB. Ora, o cálculo da despesa pública em percentagem do PIB é feito dividindo a despesa pública pelo PIB (e multiplicando por 100, se quisermos). Assim, quando a despesa sobe muito depressa mas o crescimento económico também é apreciável, o rácio despesa-PIB não cresce tão rapidamente. Foi assim que foi possível manter um crescimento elevado da despesa pública sem que tenha aumentado muito a despesa em % do PIB.
A partir da década de 70, a despesa continuou a aumentar a um ritmo elevado, mas o crescimento económico abrandou. Por isso, a partir de então, o rácio despesa-PIB cresceu muito rapidamente.

4 comentários:

  1. Está bem, obrigado pela resposta.

    Agora a pregunta (enfim a reflexão) que urge fazer é, como tornar o Estado muito mais eficiente?

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  2. Guillaume,

    Muito obrigado.
    Essa resposta não lhe digo já, pois, se não se importa, prefiro guardar-me para o novo livro. Esse é exactamente um dos seus temas

    Abraço

    Alvaro

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  3. "contrariamente ao que às vezes se apregoa, o crescimento do “monstro” começou durante o regime Salazarista, principalmente a partir dos anos 1950, quando os gastos públicos aumentaram tremendamente".
    É falso.
    A despesa publica em 1973 era de 21% do PIB e hoje é 51% do PIB.
    Caramba!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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