15 junho 2009

PRIMEIRO PASSO

Benditas eleições europeias. Finalmente, parece que vamos ter um debate sobre o TGV e as grandes obras públicas. Hoje tanto o editorial do Publico como o DN se debruçam sobre a necessidade de construir o TGV. Ainda bem. Esperemos que se faça um debate sério e honesto sobre o assunto, pois, se o fizermos, os portugueses facilmente concluirão que a Alta Velocidade não se justifica no situação económica actual do país. Aliás, como já aqui falei várias vezes, o TGV é um autêntico disparate que não faz sentido no contexto em que nos inserimos.
No entanto, mesmo que, na melhor das hipóteses, o TGV seja suspenso indefinidamente, é importante que os partidos da oposição (e o próprio governo) apresentem propostas concretas (isto é, com números) sobre como é que pensam resgatar o país da crise estrutural em que nos encontramos. Ou seja, é ilusório pensar que os partidos da oposição podem tentar vencer as eleições legislativas somente numa plataforma anti-grandes obras públicas. Tem de haver propostas, políticas, e novas ideias que forneçam aos portugueses a esperança que algo pode e deve ser feito para combater a crise nacional. Se tal não for feito, a suspensão das grandes obras públicas como o TGV será apenas um pequeno passo na direcção certa. Um pequeno passo que, apesar de importante, não será suficiente para inverter a alarmante trajectória descendente dos últimos anos da economia portuguesa.

4 comentários:

Augusto Küttner de Magalhães disse...

O ministro ainda não está convencido. Mas como o PR neste momento tem o poder de não deixar ir o TGV em frente! Ainda bem!!!!!!!!!!!

Augusto Küttner de Magalhães disse...

Álvaro

De facto de todos os quadrantes estamos urgentemente a necessitar de ideias que se concretizem, e não só dizer não se faça! Claro quanto ao TGV = Redondo NÃO!

Sergio disse...

Se desistem do TGV e mantém a estrutura ferroviária como está não me parece que seja a solução...

Penso que se deveria olhar para a evolução da linha Paris-Lyon (retirando questões de mais valias do desenvolvimento de tecnologias internamente).

Mas o que gostaria perguntar ao Álvaro Pereira, que penso que não se encontra aqui respondida e assim como nos relatórios técnicos encontrei, que alternativa propõe ao sistema ferroviário actual?

antonio disse...

Caro Álvaro,

Uma boa noticia. Parece que finalmente os portugueses começam a entender que os investimentos têm de se pagar. Já começam a entender que as notas para pagar esses investimentos não são fotocópias de notas verdadeiras. É pena que haja ainda minstros que não tenham compreendido isto. Vem-me sempr à cabeça Guterres, Mario Soares, mas estes estão muito bem acompanhados por muitos outros. Para não falar já dos presidentes da Câmara. Que neste ano de eleições esventram o pais com estradas, caminhos, arruamentos e calcetamentos.

Quanto a TGV eu tenho feito muitas vezes Paris-Bruxelas. Mas essa linha justifica comboios todos os 45 minutos. Não um comboio de 8 em 8 horas. Provavelmente o investimento do TGV daria para renovar uma grande parte da rede ferroviaria portuguesa. Provavelmente seria um investimento melhor. Mas sobretudo temos de dar margem de manobra para que as gerações vindouras tenham hipotese de escolha.Se os deixarmos tão endividados como alguns pretendem, eles vão passar o resto da vida a pagar os nossos devaneios e sem hipoteses de realizarem os seus sonhos.

É preciso muito conhecimento, muita sensatez, pouca vaidade e muita ponderação e seriedade para se tomarem estas decisões.

E é preciso dizer que o ambiente politico e institucional em Portugal em nada favorece a tomada de grandes decisões.

Hoje um minnistro foi demitido porque de cabeçça perdida esticou os dedos à volta da cabeça. Eles insulltam-se sem dizer palavrões, eles autoelogiam-se, eles mentem e passam a v ida a dar a entender que os seus adversários são uns corruptos e nada lhes acontece. Agora o Pinho estica os dedos à volata da testa e é demitido por isso. Não pela falta de qualidade do seu ministério mas pelos dedinhos esticados.

Este país parece uma anedota.

Por fim um pequeno reparo. Apesar do deu imparavel optimismo o Alvaro não deixa de considerar alarmante a trajectória das economia dos ultimos anos. Se a isto juntarmos as previsões para a evolução da economia portuguesa nos próximos anos, não teremos talvez grande razão para sorrir.

Embora eu sorrie todos os dias. É tão bom.

Abraço


Um abraço

A.Neto