Como era esperado, depois dos insultos gratuitos e das acusações de manipulação política em relação ao apelo à reavaliação dos grandes investimentos públicos, chegam-nos agora notícias que há um novo grupo de economistas a preparar um manifesto alternativo em que se irão defender os mega-projectos públicos. Sinceramente não surpreende e até provável que o novo manifesto venha a ter 30 ou 40 economistas para contrapôr ao primeiro, que, como se sabe, subscrevi. Afinal, como é óbvio, até seria possível arranjar um grupo de economistas marxistas (é verdade... ainda existem...) que defendessem uma nova nacionalização das principais actividades produtivas e empresas do país.
No entanto, nenhum outro manifesto retira o mérito do apelo que considerámos necessário fazer. Um dos objectivos do chamado manifesto dos 28 economistas, que tanto tem sido debatido nos últimos dias, era exactamente este: pôr o país a falar sobre as melhores formas de combater a crise, e se as grandes obras públicas são realmente necessárias no actual contexto. Só por isso, já valeu a pena, pois finalmente ouvimos os diversos campos a discutir as várias opções de política económica que se colocam ao país.
5 comentários:
Donde se conclui que a economia é como a politica. Apresentam-se os argumentos que dão jeito para se chegar às conclusões que se quiser.
Antonio
Vamos ver qual o fruto da discução, mais esclarecidos deveremos ficar certamente. Assim espero.
Carlos Pereira
Parece-me que não poucas vezes não se discute para esclarecer problemas, mas antes porque é usual fazê-lo, porque é necessário mais que não seja dizer o contrário, opinar, fazer mostar pontos de vista diferentes. Sendo que tendo todos e cada um o direito ao contraditório, esperemos que todos e cada um pensemos que temos um país em muito mau estado e que o queremos salvar, para nos salvarmos a nós proprios - egoismo, individulismo, egocentrismo!!!!!!!!!. Não sendo possivel salvá-lo se todos só nos preocuparmos em ver fazer vencer a nossa opção! Esperemos nos proximos tempos bom senso, assumir o país como é, e tentar não o escangalhar em definitivo....ou então rebentemos de uma vez por todas!!!!!!!!!!!!!!!
Pouco ou nada sei de Economia, mas julgo que dizer "apresentam-se os argumentos que dão jeito para se chegar às conclusões que se quiser" a propósito do manifesto dos 28 é injusto e tendencioso.
Mas gostava de falar de outro aspecto do problema: já ouvi dizer a propósito do manifesto que alguns dos seus subscritores não têm autoridade para falar em disciplina orçamental, cuidado com os dinheiros públicos e coisas do género, pois acumulam diversos ordenados e reformas. Um nome que costuma ser logo referido é o de Silva Lopes (que ultimamente foi referido na comunicação social a esse respeito), mesmo que o seu nome seja logo seguido de um reconhecimento da sua competência.
Algumas das pessoas que dizem isso a propósito de alguns dos 28 pensam também que os políticos, gestores, etc., são todos uns ladrões e que ganham todos demais. Contudo, há outras pessoas que consideram que alguns dos 28 não têm autoridade moral para falar, mas não rejeitam a distinção e a recompensa do mérito, nem consideram que todos os políticos e gestores sejam iguais. Mesmo assim, acham eticamente errado que uma pessoa possa estar reformada e a receber uma boa reforma e ao mesmo tempo a receber um ou mais ordenados, acham eticamente errado que nalgumas profissões e empresas (RTP, Banco de Portugal, CGD, etc.) em que a influência política parece ser relevante se possa ficar habilitado a receber uma reforma generosa após poucos anos, ou mesmo poucos meses, de trabalho.
Na sua sua opinião de economista e de pessoa interessada pela política (pelo que leio no seu blogue, no melhor sentido da palavra), considera que essa opinião tem alguma relevância politica e económica ou tratar-se-á apenas de moralismo e inveja?
Seja como for, parece-me evidente que tal não anula o valor do manifesto.
Caro Álvaro,
Ao contrario do vosso, este novo manifesto está carregado de ideologia. A esquerda e a extrema-esquerda têm de se afirmar contra a economia de mercado. Os primeiros para provar que são de esquerda, os segundos porque a odeiam.
Mesmo que se faça algum debate sobre esta questão, nunca se chegará a conclusão alguma. É como um debate entre Socrates e Ferreira Leite. Os apoiantes de Sócrates acharão que ele ganhou. Os apoiantes dea Manuela acharão que ela ganhou. Entretanto o país continua a definhar.
Este país está muito perigosos. Do ponto de vista politico está verdadeiramente terceiro-mundista.
Só assim se pode compreender que alguem ouça o Louça ( um trotska da minha faculdade que andava um ano atrás dde mim) O que não augura nada de bom para o país.
Estamos lixados, caro Álvaro. O nosso PIB per capita continua a baixar no ranking europeu e seremos o país europeu de mais baixo crescimento nos próximos anos. Para Gaudio de Louçã e de Jerónimo, que assim têm execlentes e faceis argumentos para atacar a economia de mercado. Eles farão todo o possivel para bloquear a modernizaçãpo do país. Porwue iso lhes dá argumentos e votos. Qual é o outro país da Europa cuja exttremamesquerda (PC e Bloco) co9nseguem 20 % dos votos.
E agoram com o escândalo do Jardim Gonçalves, com o seu privilégio de utilização do aviso privado do banco e dos tratamentos de saude (que eu há muito sabia) muito maus gente irá votar na extrema esquerda. Porque os partidos dominantes andam a dar péssimos exemplos.
Estamos mesmo lixados, Caro Álvaro
Antonio
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