Nos Estados Unidos, a inexorável acumulação da dívida pública irá dentro em breve ter enormes consequências para a condução da política económica. Como este artigo do New York Times revela, a situação irá agravar-se ainda mais quando começarem as inevitáveis subidas das taxas dos juros. Só para dar uma ideia, se as taxas de juros subirem 1%, o pagamento dos juros da dívida pública americana irá aumentar tanto quanto as despesas totais dos ministérios da Educação e da Energia. Ou seja, se a dívida americana continuar a aumentar exponencialmente, dentro de pouco tempo, ou os impostos têm de aumentar ou as despesas públicas têm de diminuir.
Em Portugal, a desorçamentalização de muitas das despesas do Estado (para disfarçar o défice) conjugada o esforço do combate à crise (e a consequente diminuição de receitas) tem igualmente feito disparar a dívida pública. Se aliarmos a isto o alarmante endividamento externo (a crescer entre 9 e 10% ao ano), temos as condições ideais para que uma parcela cada vez maior do orçamento do Estado (e das nossas exportações) seja destinada ao pagamento da dívida.
Ainda assim, os nossos políticos assobiam para o lado e continuam a sonhar com grandiosas obras públicas e outras coisas que tal. Tal comportamento percebe-se. É que quem terá que pagar a factura da irresponsabilidade presente serão os governos vindouros e as gerações futuras. E esses, como é óbvio, não se podem manifestar ou ainda não têm direito a votar.
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