A revista Visão publica hoje os resultados de uma investigação minha sobre a nova emigração portuguesa. Só entre 1998 e 2008 foram 700 mil novos emigrantes. Esta é, certamente, uma das consequências mais dramáticas e mais visíveis da estagnação económica da última década. Mais aqui e um pouco mais aqui.
4 comentários:
Sim, eu faco parte desses 700 mil e isto e' algo que podemos observar empiricamente. O que seria interessante ( e nao duvido que ja o tenha feito ) e' analisar as caracteristicas e motivos da nova emigracao portuguesa. Tenho para mim ( por observacao empirica ) que ao contrario das previas esta e' uma vaga de trabalhadores altamente qualificados, que emigra para poder manter os niveis de vida a que se habituaram, e que de momento nao e possivel alcancar em Portugal. Nao so pela pouca criacao de emprego, mas principalmente pelos baixos salarios do sector privado portugues, quando comparados com os de actividades identicas noutros paises da Uniao Europeia.
Este e' o estudo que falta fazer.
A proposito, encontrei esta noticia de hoje:
http://economico.sapo.pt/noticias/emigracao-e-hoje-mais-elevada-do-que-na-decada-de-80_91705.html
Seria interessante quantificar o impacto da "luta inter-geracional", entre a nova geracao de jovens qualificados, e a geracao previa de empregadores sem formacao superior.
Este dado pode ser bastante importante, para que se compreenda a desvalorizacao sistematica das qualificacoes elevadas nas empresas portuguesas.
Caro Álvaro,
700.000 deve ser um número que peca por defeito. Conheço uma serie de filhos de amigos meus , entre engenheiros e gestores que estão lá fora mas que não me parece que sejam considerados emigrantes.
E se juntarmos a esses 700.000 as muitas centenas de milhares que por cá ficaram e que andam a viver à custa dos pais e os que são caixas de supermercados temos uma ecografia do futuro do país.
Ainda hoje passei a tarde a entrevistar candidatos para um lugar na minha empresa. Candidatos não faltaram e podia passar mais uma semana a entrevistar, tal o nnumero de respostas que obtive.
Candidatos com curriculo e sobretudo interessados em agarrar o lugar. Exigindo muito pouco, poeque não se sentem em posição de exigir.
Muitas coisas estão a mudar neste país. Só os governantes, sindicalistas e legislação não mudam. E quando mudam,mudam para pior.
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