Estamos a dois meses e meio das eleições e, sinceramente, ainda não vi uma discussão (ou um plano sequer) dos principais partidos portugueses sobre as medidas que precisamos de tomar para combater a crise estrutural que a economia portuguesa vem vivendo na última década. Suspender as grandes obras públicas certamente não chega e continuá-las ainda menos. Se se fala em apoiar as PMEs, como é que tal vai ser feito e com que impacto nas contas públicas? Como é que os partidos tencionam ajudar a economia a fazer a transição de um modelo baseado em salários baixos e baixa produtividade para outro com maior produtividade? Que sectores vamos privilegiar? Como vamos fazê-lo? Como vamos aumentar os apoios às exportações? Como é que vamos estimular uma maior diversificação dos destinos das exportações? Haverá lugar para cortes de impostos? Se sim, quais e como? Como é que o combate ao desemprego vai ser feito? Através do investimento público ou de um maior estímulo à criação de empresas?
Estas são algumas das questões (entre outras) que eu gostaria de ver respondidas pelos partidos políticos. Infelizmente, até agora, sabemos pouco ou nada sobre o que é que os partidos pensam sobre estes assuntos. Esperemos que a situação mude até às eleições.
9 comentários:
Caro Álvaro, não podia estar mais de acordo consigo. Até agora temos assistido a uma pura estratégia de marketing eleitoral, inclusive com insinuações pessoais e outras componentes mesquinhas, destituído de ideias políticas com conteúdo.
Olhe, aqui em Faro temos um exemplo disso nos cartazes afixados para as eleições autárquicas.
Se por um lado o candidato da situação aparece sorridente com uma legenda informativa: "Faro é Faro", o candidato da oposição surge com a épica frase "Vamos Fazer de Faro uma Capital".
Onde estão as propostas políticas? Como apresentam ao eleitorado as ideias em debate? Então não se sabe já que Faro não é Faro e também é uma Capital? Como serve ao debate e ao esclarecimento da população um tal simbolismo pseudopoético de chavões e lugares comuns?
Assistir ao que se passa aqui e por todo o país, leva-me a concluir que pouco ou nada parece interessar a alguns partidos (e aos seus candidatos) a participação activa dos eleitores na definição da política de bem comum (para a Polis) e, por isso mesmo, no desenvolvimento da própria Democracia.
Um abraço do Algarve
Caro Álvaro,
O Governo Guterres foi o que foi.
O Homeme fugiu....
A seguir foi o José Barroso.
Também fugiu.
A seguir foi o Santana.
Foi posto na rua....
Agora é este José... que nos iludiu com as reformas mas que foi umm fiasco...
Os falhanços têm sido transversais porque este país é ingovernável
E se alguém souber governar o que me parece impossivel, não o deixam.
Não sejamos ingénuos,
este país está lixado.
Antonio
Estão todos demasiado concetrados na figura do futuro possivel PM, logo, o que interssa éandar a denegrir pessoas, em vez de fazer propostas crediveis, para um futuro melhor.....
Veremos,os próximos capitulos, desta novela!!Quem bate mais na cabeça do outro. Nós cidadãos e um futuro sustentável, isso é secundário................
A meu ver as obras públicas criam emprego. Emprego dá dinheiro às famílias das pessoas que trabalham nas obras públicas. Essas pessoas podem investir e contribuem para o aumento do PIB. Agora sem oras públicas são mais uns milhares de potenciais trabalhadores a receber o fundo de desemprego. Fundo esse que deve ser para quem precisa.
Caro Alvaro: infelizmente conversar/esclarecer sobre principios e ideias nao provoca um aumento de votos, cada vez mais o marketing politico é mais importante que as estratégias para ultrapassar a crise e como a situação é grave a capacidade que todos temos para acreditar em soluçoes magicas aumenta...
Mas num pais onde todos sonhamos ser Cristianos Ronaldos e que dizer mal dos empreendedores é um passatempo publico ...
Boa tarde Álvaro,
Embora fuja ao tópico, venho informá-lo de que consegui finalmente comprar o seu Diário de um Deus Criacionista.
Não sei se ficará surpreendido ou não, mas o preço pelo qual efectuei a compra (encomenda on-line com prazo de entrega de 10 dias), com desconto de 20%, foi de 14,00€. Preço que, por si só, me deixou bastante satisfeito.
Surpreendido fiquei quando recebi novo e-mail a dizer que o PVP havia sido alterado, desde a altura em que tinha dado a ordem de compra e a chegada efectiva do livro à livraria.
Posto isto, posso informá-lo de que adquiri o seu livro pelo surpreendente preço de 2,00€..
Não haverá nova edição?
Alguma promoção de fim de stock?!
Cumprimentos,
Filipe
Falo do seu nome em www.questoesnacionais.blogspot.com
com o título "Moniz sai da TVI".
Pretende ser uma pequena rábula a brincar com a economia...escrevendo meio-sério. Espero que não leve a a mal.
Admiro o seu trabalho. Normalmente acompanho no Público, embora também já tivesse adquirido um livro seu (Os Mitos da Economia Portuguesa)...que gostei...sinceramente.
Abraço.
Luis Fernandes.
Caro Álavaro,
Receio que os seus afazeres e alguma saturação tenham ditado a morte do seu blog. Se assim é, fico com pena.
Espero de qualquer forma que esteja a correr tudo bem consigo.
Abraço
Antonio
Caro Alvaro,
Excelentes perguntas.
Portugal precisa duma terapia de choque, mas nenhum político o afirmará em campanha eleitoral.
E sim, o problema da dívida pública é primordial e a sua resolução implica um abaixamento de impostos que permitiria às empresas portuguesas serem mais competitivas no comércio externo.
Como isso fará com que o Estado tenha menos receitas, não será nesta altura que os partidos o afirmarão. Se o fizerem os seus adversários políticos atacarão a consistência dos numeros que suportam as imensas promessas que nos oferecem.
http://intransmissivel.wordpress.com/2009/08/30/bracos-cruzados/
http://intransmissivel.wordpress.com/2009/09/03/promessas-e-programa/
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