Estando em plena época de correcção de exames e trabalhos (entretanto já acabados), ainda não tinha tido oportunidade para comentar o plano de estímulo apresentado pelo governo. Apesar de discordar com algumas opções, penso que o plano é um bom primeiro passo para ajudar a economia. Claro que muitos dos projectos de investimento já estavam planeados, claro que a aposta no emprego é um pouco ambígua, claro que um corte de impostos também fazia sentido. No entanto, o plano é mais ou menos consensual entre economistas e cientistas políticos. Mesmo assim, uma coisa que achei interessante foi a ressalva feita pelo governo que o défice orçamental se iria situar nos 3% do PIB. Numa altura em que a França, entre outros, já anunciaram que o seu défice iria ser de, pelo menos, 4%, não percebo a preocupação excessiva do nosso governo com o limite dos 3% do Pacto de Estabilidade. A minha suspeita é que tal é feito por motivos eleitorais. Afinal, José Sócrates foi eleito com o propósito de fazer retomar a economia e trazer o equilíbrio para as contas públicas. Como o primeiro objectivo não foi alcançado (nem de longe nem de perto), o primeiro-ministro não quer correr o risco de ser acusado de, em 4 anos, não ter conseguido sequer controlar o défice orçamental. E, por isso, a obsessão com o défice permanece em Portugal.
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