Como hoje é Dia de Portugal, decidi resgastar as palavras finais do meu livro "O Medo do Insucesso Nacional" (2009, Esfera dos Livros), onde falo sobre o orgulho de ser português e sobre a esperança de termos um futuro melhor:
"Para um país de dimensões tão reduzidas, é verdadeiramente impressionante o que Portugal alcançou ao longo dos seus oito séculos e meio de existência. O espírito empreendedor nacional e a ambição de melhorar de vida fizeram com que milhões dos nossos antepassados (e muitos dos nossos amigos e conhecidos) saíssem das suas casas, abandonassem as suas famílias, os seus filhos, os seus entes queridos, as suas aldeias, vilas e cidades, e partissem em busca de novas oportunidades. Este espírito empreendedor fez com que «descobríssemos» novas terras e novos mundos e foi fundamental para Portugal criar um dos maiores impérios da história universal. Nem tudo correu bem com o império. Milhares e milhares de nativos, aborígenes e habitantes de outras terras longínquas pereceram sob as espadas, pistolas, e, principalmente, com os germes dos intrépidos europeus. Em nome de Cristo e de uma alegada cruzada civilizacional, os nossos antepassados destruíram culturas e sociedades, e escravizaram milhões de inocentes. Não fomos nem piores nem melhores do que os outros. Fizemos o que se fazia na altura. Para o bem e para o mal.
Porém, apesar de todos os erros e abusos, o importante legado da lusofonia deve ser preservado e fomentado. E apesar de todos os erros e abusos, a nossa história e o nosso percurso colectivo devem encher-nos de orgulho. Não precisamos de ser nacionalistas dogmáticos ou radicais para se ter orgulho de existir. Nem sequer é preciso ser-se nacionalista para se ter orgulho em ser português. O que interessa é que acreditemos no futuro de Portugal. Ter orgulho de existir é acreditar que Portugal pode e deve fazer melhor. É acreditar que os nossos filhos terão um melhor nível de vida do que nós tivemos, do mesmo modo que as gerações actuais desfrutam de rendimentos médios bem acima dos auferidos pelos nossos avós e pelos nossos pais. Não é com taxas de crescimento económico a rondarem os 1 ou 2% ao ano que o conseguiremos. A essas taxas veremos os rendimentos (quase) a estagnar, o desemprego a aumentar, o mal-estar a crescer e a emigração a assumir novamente proporções desagradáveis. Para alcançarmos um futuro melhor, a economia nacional tem de crescer a taxas superiores a 2% e, se possível, acima dos 3% ao ano. Pelo menos durante umas décadas.
Eu acredito que seremos capazes. Aliás, tenho certeza que o seremos. As razões para o meu optimismo são simples. Por um lado, a história económica dos últimos 60 anos demonstra que a nossa economia é capaz de um grande dinamismo. Pensar que estamos perpetuamente condenados à crise e à estagnação tem tanto sentido como afirmar que só um D. Sebastião nos poderá salvar numa manhã de nevoeiro. Ou seja, nenhum. Nos últimos 60 anos, os progressos foram enormes e provaram que o estado natural da nossa economia é o crescimento, não a estagnação. Por outro lado, basta olharmos para os nossos campeões nacionais para percebermos que, se Portugal não fosse um país com futuro, os nossos empreendedores e muitos dos nossos inovadores já há muito nos teriam abandonado...
E se tantas empresas nacionais e multinacionais continuam a acreditar nas nossas potencialidades, por que é que nós não fazemos o mesmo? Por isso, não tenhamos vergonha. Orgulhemo-nos novamente de nós próprios. Tenhamos orgulho em investir no orgulho nacional. Tal como fazem os espanhóis, os brasileiros ou os americanos. Orgulhemo-nos em ser portugueses. Não o orgulho bolorento e provinciano do Estado Novo. Não o orgulho radical dos nacionalistas. Mas sim um orgulho de gostar e de acreditar em Portugal. Um orgulho de encarar o futuro de Portugal como um projecto comum, um projecto nacional em que vale a pena apostar.
Orgulharmo-nos de Portugal não é pensar que somos os melhores do mundo ou que somos excepcionais. Não somos. Somos apenas os melhores e os mais excepcionais à nossa maneira. O importante é que a economia nacional retome a senda do extraordinário progresso registado na segunda metade do século 20. O importante é que os níveis de vida portugueses cresçam novamente a taxas apreciáveis. O importante é que Portugal seja um país de oportunidades para todos os que cá nasçam ou que decidam cá viver e trabalhar.
Quem vive fora e quem nos visita apercebe-se das potencialidades do país e de quão aprazível é Portugal. O nosso clima é extraordinário, o «nosso» sol é invejável, a nossa culinária é simplesmente divinal. Não somos superiores aos espanhóis, aos europeus, aos africanos ou sequer aos chineses. O mito da superioridade lusitana que nos foi incutido pela ditadura salazarista é tão verdadeiro como os delírios maniqueístas do Querido Líder da Coreia do Norte, King Ju-Ill. Não, não somos superiores aos outros. Somos uma nação entre muitas, que deve ter por objectivos a melhoria da qualidade de vida das populações, o desenvolvimento económico, a preservação do meio ambiente e um bom relacionamento com outros países. Somos e devemos ser cada vez mais um país de oportunidades, oportunidades para todos, independentemente do sexo, da raça, da religião, da orientação sexual, ou dos níveis de riqueza. No tempo da ditadura (e até anteriormente), as oportunidades estavam limitadas a meia dúzia de privilegiados (quase todos homens), que, por isso, tinham direito a elevadas rendas e monopólios exclusivos. Hoje em dia, a nossa obrigação é acabar com os resquícios de proteccionismo que restam e com o paternalismo excessivo dos tempos salazaristas. Se o fizermos, não só melhoraremos a competitividade das nossas empresas, como forneceremos os incentivos necessários para que se registem maiores índices de empreendedorismo e de inovação na economia nacional.
Portugal é um excelente país para se viver. O que precisamos é que Portugal se torne cada vez mais num país óptimo para se trabalhar, para se investir e para se inovar. O que precisamos é que cada um de nós volte novamente a acreditar nas nossas possibilidades e potencialidades. Deste modo, o meu maior desejo é que, dentro de dois ou três anos, o tão propagado insucesso nacional seja um mito que já foi desmistificado. Um mito que já foi ultrapassado. Um mito que já foi superado. Um medo que já foi vencido. Um medo que não faz mais sentido. Tenho a certeza que tal acontecerá. É só uma questão de tempo."
"Para um país de dimensões tão reduzidas, é verdadeiramente impressionante o que Portugal alcançou ao longo dos seus oito séculos e meio de existência. O espírito empreendedor nacional e a ambição de melhorar de vida fizeram com que milhões dos nossos antepassados (e muitos dos nossos amigos e conhecidos) saíssem das suas casas, abandonassem as suas famílias, os seus filhos, os seus entes queridos, as suas aldeias, vilas e cidades, e partissem em busca de novas oportunidades. Este espírito empreendedor fez com que «descobríssemos» novas terras e novos mundos e foi fundamental para Portugal criar um dos maiores impérios da história universal. Nem tudo correu bem com o império. Milhares e milhares de nativos, aborígenes e habitantes de outras terras longínquas pereceram sob as espadas, pistolas, e, principalmente, com os germes dos intrépidos europeus. Em nome de Cristo e de uma alegada cruzada civilizacional, os nossos antepassados destruíram culturas e sociedades, e escravizaram milhões de inocentes. Não fomos nem piores nem melhores do que os outros. Fizemos o que se fazia na altura. Para o bem e para o mal.
Porém, apesar de todos os erros e abusos, o importante legado da lusofonia deve ser preservado e fomentado. E apesar de todos os erros e abusos, a nossa história e o nosso percurso colectivo devem encher-nos de orgulho. Não precisamos de ser nacionalistas dogmáticos ou radicais para se ter orgulho de existir. Nem sequer é preciso ser-se nacionalista para se ter orgulho em ser português. O que interessa é que acreditemos no futuro de Portugal. Ter orgulho de existir é acreditar que Portugal pode e deve fazer melhor. É acreditar que os nossos filhos terão um melhor nível de vida do que nós tivemos, do mesmo modo que as gerações actuais desfrutam de rendimentos médios bem acima dos auferidos pelos nossos avós e pelos nossos pais. Não é com taxas de crescimento económico a rondarem os 1 ou 2% ao ano que o conseguiremos. A essas taxas veremos os rendimentos (quase) a estagnar, o desemprego a aumentar, o mal-estar a crescer e a emigração a assumir novamente proporções desagradáveis. Para alcançarmos um futuro melhor, a economia nacional tem de crescer a taxas superiores a 2% e, se possível, acima dos 3% ao ano. Pelo menos durante umas décadas.
Eu acredito que seremos capazes. Aliás, tenho certeza que o seremos. As razões para o meu optimismo são simples. Por um lado, a história económica dos últimos 60 anos demonstra que a nossa economia é capaz de um grande dinamismo. Pensar que estamos perpetuamente condenados à crise e à estagnação tem tanto sentido como afirmar que só um D. Sebastião nos poderá salvar numa manhã de nevoeiro. Ou seja, nenhum. Nos últimos 60 anos, os progressos foram enormes e provaram que o estado natural da nossa economia é o crescimento, não a estagnação. Por outro lado, basta olharmos para os nossos campeões nacionais para percebermos que, se Portugal não fosse um país com futuro, os nossos empreendedores e muitos dos nossos inovadores já há muito nos teriam abandonado...
E se tantas empresas nacionais e multinacionais continuam a acreditar nas nossas potencialidades, por que é que nós não fazemos o mesmo? Por isso, não tenhamos vergonha. Orgulhemo-nos novamente de nós próprios. Tenhamos orgulho em investir no orgulho nacional. Tal como fazem os espanhóis, os brasileiros ou os americanos. Orgulhemo-nos em ser portugueses. Não o orgulho bolorento e provinciano do Estado Novo. Não o orgulho radical dos nacionalistas. Mas sim um orgulho de gostar e de acreditar em Portugal. Um orgulho de encarar o futuro de Portugal como um projecto comum, um projecto nacional em que vale a pena apostar.
Orgulharmo-nos de Portugal não é pensar que somos os melhores do mundo ou que somos excepcionais. Não somos. Somos apenas os melhores e os mais excepcionais à nossa maneira. O importante é que a economia nacional retome a senda do extraordinário progresso registado na segunda metade do século 20. O importante é que os níveis de vida portugueses cresçam novamente a taxas apreciáveis. O importante é que Portugal seja um país de oportunidades para todos os que cá nasçam ou que decidam cá viver e trabalhar.
Quem vive fora e quem nos visita apercebe-se das potencialidades do país e de quão aprazível é Portugal. O nosso clima é extraordinário, o «nosso» sol é invejável, a nossa culinária é simplesmente divinal. Não somos superiores aos espanhóis, aos europeus, aos africanos ou sequer aos chineses. O mito da superioridade lusitana que nos foi incutido pela ditadura salazarista é tão verdadeiro como os delírios maniqueístas do Querido Líder da Coreia do Norte, King Ju-Ill. Não, não somos superiores aos outros. Somos uma nação entre muitas, que deve ter por objectivos a melhoria da qualidade de vida das populações, o desenvolvimento económico, a preservação do meio ambiente e um bom relacionamento com outros países. Somos e devemos ser cada vez mais um país de oportunidades, oportunidades para todos, independentemente do sexo, da raça, da religião, da orientação sexual, ou dos níveis de riqueza. No tempo da ditadura (e até anteriormente), as oportunidades estavam limitadas a meia dúzia de privilegiados (quase todos homens), que, por isso, tinham direito a elevadas rendas e monopólios exclusivos. Hoje em dia, a nossa obrigação é acabar com os resquícios de proteccionismo que restam e com o paternalismo excessivo dos tempos salazaristas. Se o fizermos, não só melhoraremos a competitividade das nossas empresas, como forneceremos os incentivos necessários para que se registem maiores índices de empreendedorismo e de inovação na economia nacional.
Portugal é um excelente país para se viver. O que precisamos é que Portugal se torne cada vez mais num país óptimo para se trabalhar, para se investir e para se inovar. O que precisamos é que cada um de nós volte novamente a acreditar nas nossas possibilidades e potencialidades. Deste modo, o meu maior desejo é que, dentro de dois ou três anos, o tão propagado insucesso nacional seja um mito que já foi desmistificado. Um mito que já foi ultrapassado. Um mito que já foi superado. Um medo que já foi vencido. Um medo que não faz mais sentido. Tenho a certeza que tal acontecerá. É só uma questão de tempo."
10 comentários:
Pois. Mas alguém já disse que foram os que saíram que deram nome ao País.
Os que ficaram no rectângulo, infelizmente, terá sido o refugo, os que ficaram de baixa, a receber o subsídio...
"Uma nação que deve ter por objectivos a melhoria da qualidade de vida das populações, o desenvolvimento económico". Isso foi Portugal nos últimos 37 anos e deu no que deu.
"Devemos ser cada vez mais um país de oportunidades, oportunidades para todos"
Que País é esse?
"O que precisamos é que Portugal se torne cada vez mais num país óptimo para se trabalhar, para se investir".
Onde fica esse país? Na América do Norte? Quem é que quer investir NESTE país com uma Justiça e mediocre e leis laborais sobreprotectoras?? Um pleito pode demorar 10, quinze anos. Ninguém pode ser despedido sem "justa causa". Ninguém cumpre horários. O crédito para o consumo não pára de aumentar, bem como o respectivo mal-parado. As crianças cada vez aprendem menos, pois passa-se de ano não por mérito comprovado mas para melhorar a imagem política do Ministério.
Afigura-se-me que as suas esperanças neste país estejam deslocadas uns vinte anos. Este país é tudo menos o que acabou de mencionar, e mais não vejo capacidade para se alterar como diz pelo menos nos próximos sete a dez anos. Estamos na fase do mergulho recessivo. Seria do orgulho "bolorento" do Estado Novo, sim, que Portugal precisamente precisaria agora. Bolorento só mesmo porque já passou muito tempo desde que o tivemos, porque desde os Descobrimentos que Portugal não podia sentir orgulho como pôde sentir nesse tempo do provincianismo dos anos 40 e 50, para não dizer nos 60 altura em que a emigração disparou, e à excepção, claro, da perniciosa acção política de repressão policial e censura. Os meus desejos não são menos do que os seus certamente, mas não consigo acreditar em nada disso, conhecendo eu este país como conheço há mais de três décadas tempo em que existo e vivo NESTE país da anedota, da corrupção, do facilitismo, das cunhas, da politiquice, da inJustiça, da desEducação.
Senhor Professor
Muito me apraz ler o texto que aqui escreve.
Fico satisfeito de saber do orgulho que tem por Portugal e de ser Português.
Assim é que eu gosto de ver os meus compatriotas: orgulhosos dos seus feitos e entusiasmados.
Todavia, algumas dúvidas se me levantam e para as quais gostaria que fizesse o favor de me esclarecer, pois são da área do Saber do Sr Professor, presumo eu:
1º - Nas últimas Seis (6) décadas qual foi aquela em que Portugal teve, em média, maior crescimento e quem governava Portugal então?
2º - Estando o Sr. Professor tão entusiasmado com Portugal e o seu destino, porque não regressa à Pátria para vir dar o seu contributo patriótico, ensinando nas nossas escolas, neste momento difícil que atravessamos?
3º - Caso o não possa fazer, por compromissos anteriormente assumidos, está disposto a investir as suas economias em empresas exclusivamente portuguesas, garantindo salários e postos de trabalho aos seus compatriotas?
O que eu gostaria de ver era as suas palavras traduzidas em actos concretos, consonantes com os seus escritos.
Porque, de contrário, o que escreve soará a oco!
Subscrevo.
Tenho orgulho no meu Portugal, na minha Beira, sinto-me feliz aqui.
No dia 5 de Junho pp renasceu uma esperança, depois de seis anos de aventureirismo próprio de um novo riquismo saloio, talvez tenhamos descido à realidade.
Pedro Passos Coelho não prometeu facilidades, pelo contrário, disse que nos esperam grandes dificuldades mas que juntos e com muito trabalho seremos capazes de as ultrapassar, mesmo assim os portugueses votaram nele! Força vamos vencer.
O socratismo devia, em meu entender, ser aprofundado e os seus responsáveis não só o aventureiro e ilusionista Sócrates mas os seus mais chegados que face ao imediatismo de votos fáceis não hesitaram em comprometer o futuro de todos nós.
Gostei muito do seu artigo, de pessoas da sua craveira é que precisamos para que todos estejamos avisados e não voltemos a cair em esparrelas.
Muito gostei de ouvir o velho cavaco!!!!!... Continua um artista e fino como um alho, sim senhor!.. Diz ele que temos de olhar para a agricultura, para o interior. Ora, para bom entendedor, meia palavra basta; claro que o que ele quis dizer é que está na hora, onde as saídas não existem, de levar uma vida de subsistência, já sem vestígios do termo “economia”, Portanto, meus caros amigos, se não quiserem morrer de fome, mãos à obra e toca a cultivar esses quintais, essa terrinha que está a monte lá para o lado das ortigas!... Agora é que vão ser elas.
Apesar do que diz e apesar de tudo, mudar em 3 anos o que não se conseguiu mudar em décadas... Não será realmente optimismo a mais?
Como disse alguém, "ter esperança não pode ser o mesmo que colocar um novelo de lã dentro de uma gaiola e esperar que cante".
Na verdade, exibir tanto optimismo, mais parecerá uma toleima bem à imagem do miserável do Sócrates e seus sequazes que, de tão tolos, chegaram a convencer outros tolos que viam a “areia” dourada fugir-lhes entre os dedos e, mesmo assim, continuavam sorrindo numa atitude de macaquinhos de circo!...
É imprescindível, isso sim, mostrar a VERDADE de maneira responsável mas sem sorrisos tolos, caso contrário, ninguém levará a sério as “boas intenções” arrancadas do inferno!...
Com CDS/PP, sempre pronto à facada nas costas, pelo ego desmedido do seu líder, que Deus ajude Portugal, mas tenho a ligeira impressão que o bizarro Paulo Portas vai completar o assalto que iniciou na anterior coligação!... Esperemos que não e esperemos que Passos Coelho, tenha pulso para vergar aqueles que consigo vão trabalhar e pretendam pôr em prática a incompetência constante que os políticos vêem comprovando há anos, o que se reflecte na miséria que nos está a cair em cima!...
Abraço
Excelente texto que, agora, é todo um programa.
E o Sr Professor está agora com a batuta na mão.
Das palavras aos actos vai um passo que os anões não se atrevem a dar.
Força!
Eu que me apressei a vir conhecer o blogue do novo ministro da economia, área que me diz muito, até pela própria formação académica, aproveitei e mandei umas "bocas" nalguns posts, unicamente com o intuito de dar a conhecer ao autor o pensamento de mais uma cidadão sobre as temáticas em questão.
Que não gostava que fossem compreendidas como vindas de qualquer ideologia politica. Até porque entendo que a democracia têm vindo a ficar ferida de morte a cada campanha eleitoral e nos milhões que nelas se gastam. É óbvio que não há almosços grátis, sobretudo os dadores vão reclamar os favores. O que me preocupa, muito mais que os boys for the jobs.
Adiante falo agora do que me interessa, da total ausência de estratégia de há muito no nosso país. Desde logo por exemplo no mar. Que jeito dava agora uma Lisnave, quando todas as rotas do comércio maritimo passam na nossa costa. Culpa de sectores mais apeteciveis, como a saúde e a educação!?
Quando se fala de turismo fala-se sempre de algo a que os portugueses nunca vão ter acesso!?
Vai ser impossivel crescer com o ordenado médio que se pratica em Portugal! Também vai ser ministro do trabalho.
A cultura é dos poucos sectores que não pára de crescer, seja onde fôr. Num país oitocentista foi reduzida a uma secretaria de estado!? E o turismo cultural que nunca mais arranca!
São sobretudo pistas que aqui tentei deixar.
Mas queria sobretudo falar de uma área que me diz muito e que referi logo no meu primeiro comentário, a distribuição alimentar, nos moldes de Soares dos Santos e Belmiro de Azevedo, para falar só de grupos nacionais.
O mesmo Belmiro que é dado nas faculdades de gestão como um exemplo!? O empresário que veio dos aglomerados da madeira, que deixou pelos supermercados!? Estava eu a chegar ao mercado de trabalho e estava a Sonae a levar porrada na Polónia, para onde tentou a internacionalização a solo!? Resultado: falhanço absoluto. A Jerónimo Martins foi mais inteligente, foi em joint venture até território alemão. Num conselho de administração, em que participei como consultor, tive oportunidade oa prejuizos iniciais, esqueceram-se de estudar a lei laboral do país!? Felizmente as coisas melhoraram muito na Polónia.
Prcisava Portugal dos hipermercados? Onde os consumidores não têm qualquer hipótesse de fazer o que já ouvi o autor recomendar ao estado, gastar bem. Tantas são as ilegalidades por metro quadrado. Que cabe aos próprios fiscalizar, num sistema rotativo. As falências que já provocaram num país com um tecido económico muito débil não têm conta. O que me custou mais foi os agricultores que se enforcaram no Oeste.
Deixo aqui o que foi uma estratégia de internacionalização falhada, que quase levou à falência o maior grupo da distribuição europeia, o Carrefour, o Waalmart europeu. No auge tentou a expansão para o norte da Europa, na procura de maior poder de compra dos consumidores. Não teve qualquer hipótesse contra um bom comércio tradicional, com empregos reais. Pensou então no sul da Europa, onde fazem muitos estargos há tempo demais. Eu continuo à espera de um ministro da economia que consiga perceber o que realmente se passa em Portugal. Desde já me disponho para falar sobre a temática.
Renovados votos de felicidades num ministério abrangente demais.
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