Uma das formas de comparar a produtividade média nos diversos países é-nos dada pelo cálculo do PIB produzido por hora trabalhada, ou seja, o valor de todos os bens e serviços produzidos por hora de trabalho. Este cálculo nem sempre é possível de efectuar porque nem todos os países têm boas estimativas do número de horas trabalhadas num determinado período (geralmente um ano). Porém, felizmente, estes problemas não se colocam para os países da OCDE, para os quais existem estatísticas relativamente de boa qualidade. Assim, é possível comparar a produtividade média destes países de acordo com este indicador. É exactamente isso que é feito no gráfico abaixo, onde se apresentam os cálculos do PIB dos países da OCDE por hora trabalhada em relação aos valores registados nos EUA (aos quais corresponde um valor de 100%). Neste sentido, é interessante verificar que numa hora nós produzimos cerca de 54% do que é produzido nos Estados Unidos, um valor que é significativamente mais baixo do registado na Grécia (60%), na média da OCDE (77,3%), na Itália (78%), e, principalmente, na Espanha (82%). Estas comparações são relevantes, pois mostram claramente o atraso que ainda registamos ao nível da produtividade. Obviamente, uma baixa produtividade é altamente penalizadora da competitividade dos nossos produtos, principalmente porque os nossos baixos custos laborais não são suficientes para tornar os nossos produtos atractivos quando nos comparamos a países como a China, e até a maioria dos países da Europa de Leste. Por sua vez, uma produtividade baixa e uma menor competitividade estão associados a um menor dinamismo das exportações, contribuindo assim para o nosso défice externo (e o endividamento da nossa economia).
Moral da história: nos próximos tempos, o crescimento da produtividade tem mesmo de se tornar num dos imperativos nacionais. Porquê? Porque a médio prazo a competitividade das nossas exportações vai depender essencialmente da evolução da produtividade. E, como é evidente, o crescimento da produtividade vai ser um dos principais determinantes dos nossos níveis de vida. Como fazê-lo? Como o gráfico sugere, não temos de ir muito longe. Basta olhar para a Espanha. É que se nós atingissemos os níveis de produtividade dos nossos vizinhos espanhóis seria meio caminho andado para conseguirmos alcançar ganhos de produtividade substanciais. Esperemos assim que o consigamos fazer nos próximos tempos.
PIB por hora trabalhada em % dos Estados Unidos da América
Fonte: OCDE
24 comentários:
Caro Alvaro
A' semelhanca do grafico que apresentou relativamente ao post "A FUGA DE CÉREBROS PORTUGUESA", tambem aqui julgo que mostrar o grafico nao e' suficiente: as idiossincrasias de cada pais tera' certamente um impacto importante: por exemplo, a produtividade da Coreia do Sul e' menor que a portuguesa, no entanto a economia sul-coreana floresce; tambem a Grecia, Eslovenia e ISarael tem sensivelmente o mesmo nivekl de produtividade, no entanto o respectivo output e' muito diferente. A duvida que se coloca e' portanto saber se a produtividade e' um indicador "absoluto" ou se existem, a montante, indicadores verdadeiramente importantes, de caracter absoluto, que permitam inferir caracterizar a riqueza de um pais: e' o sistema economico, social, tracos culturais, etc ...
E como fazer isso?
É que a olhar para a Espanha já nós andamos à muito tempo. Também hà quem tenha olhado para a Irlanda...etc
Depois de ler o seu post, só me ocorre a letra de uma canção que resava assim, "Se ká nevasse, fazia ká ski"...:)
PS: Não consta que os espanhóis tenham conseguido alcançar maior produtividade à custa de reduções na TSU ou com maior liberalização nos contratos de trabalho.
Caro professor,
Há três ou quatro perguntas a que nenhum economista responde e que são fundamentais e que resumo sem mais adendas:
1 - Até onde pode crescer o PIB das nações? Infefinidamente?
2 - Porque atingir um plafond 0 de dívida se todos os países ditos desenvolvidos estão fortemente endividados, vide USA?
3 - Como pode um país pagar a dívida + juros se estes são pornograficamente elevados e se as medidas a tomar (Troika) contraem a economia, levando à recessão, logo, ao não produzir riqueza suficiente para sustentar o Estado e ter superavit para pagar a dívida?
Agradecia texto-resposta numa próxima oportunidade.
Muito interessante, mas muito triste ver que noruegueses e luxemburgueses produzem, por hora, o dobro do que produzimos.
Mas o problema não será apenas do lado dos trabalhadores, ou da raça lusitana, uma vez que uma boa parte da população do Luxemburgo é de origem portuguesa. E há empresas de grande sucesso em Portugal, com mão de obra portuguesa, umas com gestão estrangeira e outras com gestão portuguesa. Quais serão as causas de tão baixa produtividade? A organização do trabalho? Desperdícios ou desvios de produto? As pausas para café e cigarros a toda a hora?
Cumprimentos
RF
O conceito de produtividade tem os seus truques. Sem por em causa os números da OCDE (quem sou eu para tanto?!!) um gráfico destes continua a suscitar-me muitas questões.
Começando pelo lado esquerdo: O Luxemburgo apresenta o mais elevado nível de produtividade porquê? Porque, segundo os valores conhecidos do PIB per capita referentes a 2010 (PNUD 2010) é também o mais elevado do mundo.
Porque são os luxemburgueses tão produtivos? Já agora, ouvimos muitas vezes apregoar que, fora de Portugal, os portugueses são muito produtivos e os que estão no Luxemburgo são os mais produtivos de todos. A verdade é que a economia do luxemburgo é uma economia sustentada quase exclusivamente pelas actividades
financeiras lá sedidadas. Não faz nenhum sentido comparar o Luxemburgo com Portugal em termos deste conceito de produtividade. Compare-se em termos de PIB per capita e já se compara alguma coisa. Chamar produtividade ao racio PIB/horas trabalhadas é desadequado, neste caso.
Os luxemburgueses não são mais produtivos, simplesmente têm muitos bancos à volta.
Por outro lado, a produtividade das actividades financeiras levou rombos um pouco por todo o lado.
Na Irlanda, na Islândia...Já contempla o gráfico esses rombos?
Uma economia, realmente produtiva, não é tão sensível a crises como aquela que abalou o mundo financeiro mas é ao mundo não financeiro que está sendo apresentada a factura.
Que o digam os gregos e os portugueses, e os irlandeses, e os islandeses. Os bancos excederam-se em produtividade e os resultados estão à vista. A Grécia tornou-se muito produtiva depois de se embebedar em crédito barato. Como estará agora a sua produtividade
nesta fase de ressaca aguda?
E por aqui me fico, para não abusar do espaço.
Mas acerca da produtividade tenho muitas dúvidas acerca de muitas leituras que andam por aí.
O método utilizado pela OCDE para medir a produtividade (não é o único método) leva-me a tecer as considerações que se seguem relativamente à defesa de uma baixa directa ou indirecta dos salários (redução salarial ou baixa na carga fiscal das empresas).
Ao aplicar qualquer uma destas estratégias para alegadamente melhorarmos a produtividade no curto/médio prazo estamos a cair num processo de “pescadinha de rabo na boca”. Isto porque, qualquer uma daquelas medidas, implica uma forte redução do consumo e consequentemente do PIB. Como o denominador se mantém constante, desce a produtividade.
Este método de medir a produtividade é uma clara armadilha.
Senão vejamos. O ano passado, quando o governo procurava apoios para a tomada de medidas de austeridade, designadamente cortes nas remunerações da função pública, a sua então inefável muleta, o Banco de Portugal, emitia um artigo de opinião, de um economista cujo nome já não me recordo, que referia que se não fossem os trabalhadores da referida função pública, a produtividade do trabalho teria aumentado em cerca de 3%. Isto porque o PIB registara crescimento (embora ligeiro) e com o aumento do desemprego, a população trabalhadora que contribuíra para o PIB acrescido, era menor do que a que em 2009 o fizera para o respectivo PIB. Contas feitas: 3% de aumento de produtividade.
Nesta operação simples o articulista esqueceu-se intencionalmente que o crescimento do PIB até aí registado continha uma forte componente de consumo das famílias e de consumo público, conseguidos graças aos milhares de milhões de euros de financiamento externo. Provavelmente, o ligeiro crescimento do PIB, nada teve a ver com o aumento da produtividade, mas sim com aquele factor.
Tal como acontece no seio de uma família comum. Recorrendo ao crédito, as famílias podem aparentar uma melhoria das suas condições de vida, dando a ilusão que isso decorre de um aumento do rendimento familiar. Mas não. Este pode ter-se mantido constante ou mesmo reduzido.
Concluindo: este método de cálculo da produtividade é muito traiçoeiro. Também por isso o Luxemburgo aparece com aquela produtividade "monstruosa". Claro, agora veja-se o tamanho da sua dívida externa.
Estarei enganado?
Caro Alvaro,
É um artigo bastante interessante, uma vez que a baixa produtividade era algo "sabido" mas não muito quantificado. No entanto seria interessante se escrevesse um artigo sobre "Como aumentar a produtividade". As tais medidas que teremos de mudar nos próximos tempos.
Cumprimentos.
Tenho visto muitas discussões relativas à produtividade nacional. Mas todas elas pecam por se situarem ao nível intelectual de uma Fátima Campos Ferreira (Num Prós e Prós afirmou que os alemães faziam mais camisas por hora que os Portugueses).
O problema da nossa produtividade é que enquanto um trabalhador Português faz 10 camisas de 2.5 euros por hora (25 €) enquanto um trabalhador Alemão, e na pior das hipóteses, põe a etiqueta em 100 camisas feitas em Portugal a 2.5€, passando o seu valor para 25 € cada (2 500 €).
Ou se não etiqueta camisas feitas em Portuga, produz equipamentos que valem uns milhares de euros.
Eu trabalho numa multinacional da área dos serviços implantada no Mundo inteiro. Portugal está integrado numa região do Sul da Europa, que também inclui Espanha e Itália. Temos melhores indicadores, de longe, que Espanha e Itália, a todos os níveis, proporcionalmente falando. Somos, a empresa em Portugal, um exemplo para o resto da Europa. Por isso custa-me compreender esta coisa da baixa produtividade, se já trabalhamos tanto (e melhor)... Já sei, os indicadores e tal, mas dos exemplos que conheço somos melhores que eles!
Cruzando a informação deste post com esta: http://paul.kedrosky.com/archives/2011/04/who_works_harde.html
não deveria, teoricamente, o PIBpc português estar mais próximo do Japonês? :-)
Cumprimentos,
Rui
Há muitas formas de interpretar números.
A minha interpretação é: nós trabalhamos e os americanos ganham o dinheiro.
Quem trabalha na Microsoft, Cisco, HP, Motorola, Ford, etc, etc em Portugal há muito valor desse trabalho que contribui para o PIB Americano, no entanto essas horas trabalhadas estão contadas na produtividades de portugal.
Ou seja, as horas trabalhadas são Portuguesas e o PIB é Americano.
Agora digam-me quantos americanos a trabalhar em empresas portuguesas nos EUA estão a contribuir para o PIB Português?
JB
Excelente postal. Pena é que os paineleiros vão começar a salivar a dizer que temos de trabalhar mais depressa e a desperdiçar menos. Quando o que o gráfico mostra é que o problema está não no como produzimos, mas no que produzimos. E essa é uma decisão dos empresários, não depende nem da TSU, nem da legislação laboral.
Parece-me injusto comparar produtividade com base em PIB entre paises cuja riqueza inerente a recursos naturais e claramente distinta. Basta ver o caso da Noruega. Certamente existirão outras formulas, seria interessante que as desse a conhecer e se possível comparar os vários resultados.
Caro Professor Alvaro Santos Pereira, tendo-me tornado nos ultimos meses leitor diário do seu blog, e também leitor dos vários livros que publicou (e com os quais, em grande parte, me identifico com as ideias apresentadas, independentemente da cor política), foi com agrado que soube hoje da sua nomeação para Ministro da Economia e do Emprego. Não terá uma tarefa facilitada, mas se conseguir aplicar boa parte das ideias que preconiza em termos de aumento da competitividade e especialmente racionalidade na política económica do país, teremos razões para ter esperança no futuro.
Desejo-lhe todo o sucesso.
Pedro Teixeira
Este tipo de comparações é absurda, enviesada ou com premeditação para obter um resultado - induzir uma opinião pré-estabelecida.
Vejamos.
A produtividade em relação ao PIB, tem escondida uma outra questão, a do valor acrescentado e a estrutura da economia. Comparar produtividades de Pib que têm subjacentes produções de T-shirts com países que produzem misseis teleguiados é uma barbaridade. As produtividades devem ser analisadas classe a classe de bens.
Se eu demorar 20 minutos a fazer uma T-shirt de 5 euros, em que o Valor acrescentado é 1 euro, a minha produtividade é 5€/hora, se outro fizer numa hora um equipamento de precisão de 20€ com valor acrescentado de 10€, a sua produtividade é 10€/hora. Ele é mais produtivo que eu em valor, certo, mas quem será mais produtivo no mesmo produto? Se calhar ele em vez dos meus 20 minutos levava uns 25min (4€/hora) e eu em vez da hora dele levava apenas 45min (13,3€/hora).
Tenho algo acrescentar a este último comentário:
Factor tecnológico nas empresas.
Comparar uma empresa alemã que investe na última tecnologia de ponta para aumentar a sua produtividade, ou numa empresa Portuguesa, que os seus directores usam dinheiro para mudar X em X anos de frota automóvel de luxo? Deveriam tornar a empresa tecnologicamente avançada para ter uma produtividade condizente... O que acham deste simples factor que quase ninguém fala?
Temos um problema cultural - o cerne da questão está na nossa mentalidade enquanto cidadãos!!!
Estou a ver muitos comentários negativos relativamente a uma medida factual, que é a produtividade. Creio que quando se diz algo como "os portugueses são pouco produtivos" muitos o entendem como se "os portugueses são preguiçosos e não querem trabalhar". E não é disso que se trata, não me parece que exista uma condição genética dos portugueses que os impeçam de trabalhar eficientemente (mesmo se o trabalhador português tem algumas características, ao nivel da disciplina e planeamento, que não ajudam).
Muitos dos comentários tocam no ponto fulcral - ou seja, não é na pessoa/trabalhador que está o cerne da questão, mas sim no tipo de produtos e serviços que produzimos, de menor valor acrescentado, e portanto a produtividade dessa actividade, bem como os salários, são mais baixos. E as conclusões levam-nos para ilusões não quantificáveis: "se um alemão trabalhasse numa fábrica têxtil portuguesa não produzia mais"; ou "se um português estivesse na fábrica da Mercedes, não produzia menos do que um alemão". Talvez sim, talvez não. Depende de muitos factores.
Se é certo isto, e se por exemplo comparássemos maçãs com maçãs com outros paises, profissão a profissão, poderiamos não ficar tão mal na figura. Esses dados creio que não existem em lado nenhum, por isso esta discussão é uma divagação. Porque na verdade, factualmente, um português produz menos do que um alemão. E não se trata apenas de culpar os "empresários mediocres", ou a falta de apoio do Estado, trata-se essencialmente de: educação deficiente e insuficiente; falta capital e investimento produtivo. E trata-se igualmente de uma cultura de eficiência, a começar no Estado, que promova uma melhoria gradual do valor acrescentado produzido por pessoa.
Se algum dia quisermos ter os salários que se vêem nos países mais ricos, é aqui neste ponto, na produtividade, que tem que se pegar (diria mesmo, "pegar pelos cornos"). E fazer tudo o que correlaciona e influencia positivamente o aumento de produtividade (daria matéria para um livro!). Não tenho dúvidas que isso será possível.
Na linha da Noruega não haverá uma parte do PIB que resulta da venda de petróleo?
Que tem isso a haver com a produtividade horária dos seus trabalhadores?
É que uns tipos numa plataforma petrolífera terão uma produtividade substancial. E nem todos os países podem ter esses empregos. Há que relativizar.
O meu comentário visa relativizar a produtividade do Luxemburgo e esqueçam os bancos , os mais de 100 000 transfronteiriços (alemães , franceses e belgas que diariamente entra no Grão Ducado ) dopam os valores .
Rui Sá Lima
Caro CCz, tirando a sua "bad word", você é o que aqui tem mais razão. O problema está nos nossos empresários ! Não estamos a ser pouco produtivos por causa dos trabalhadores, que pelos vistos trabalham bem mais do que os Alemães, mas porque estamos especializados em actividades de baixo valor acrescentado, que concorrem com a China e com a Europa de Leste e ainda para mais as nossas empresas têm um problema severo de subcapitalização, tudo muito por falta de formação dos nossos empresários e não por culpa dos nossos impostos. É preciso aplicar a teoria à prática ! Deixemo-nos de nos concentrar na competitividade fiscal, até porque na época de juros baixos com oportunidade para investir em capital, continuamos a investir em actividades intensivas em trabalho.
O Luis Bonifácio e o Carlos Franco têm toda a razão. O outro lado da equação, o valor dos bens produzidos, tem tão ou mais importância do que a eficiência no trabalho. Além de mwlhorar esta eficiência, o foco deverá ser na produção de bens e serviços de maior valor.
A baixa produtividade em Portugal, um dos maiores mitos. Basta olhar para a Wolkswagen em Palmela, que supera unidades do país de origem, para perceber o que não foi feito nas ultimas décadas em Portugal, assim como o que há a fazer.
Também não acompanho os que parecem pensar que a solução está só nas exportações. Claro que fica tudo mais dificil num país de serviços. Onde o homem que é hoje presidente da Republica, alienou todo o sector primário por 6 Cristianos Ronaldos?!
Ele que ia apostar nas novas tecnologias, deixou o governo com o país a produzir componentes para automóveis?! Bastou que a producção automóvel estagnasse e foi o que se viu. E tudo pelo relatório Porter e as vantagens competitivas, no caso os baixos salários, que parece ser o unico custo do trabalho?!
Pelo caminho houve ainda tempo para as propinas no ensino superior, estava eu na faculdade, que o berço académico do agora sr. Ministro, Coimbra - pelo que julgo saber - entregou de bandeja, isto num país cheio de iletracia!?
Quando parecer adequado, nesta minha exploração pelo blogue, logo falo do nosso verdadeiro calcanhar de aquiles, a energia.
Boa sorte ao novo Ministro da Economia.
E espero que a minha previsão de que sem uma redução significativa generalizada nos salários, que já vi estimada em 20%, a economia portugesa não conseguirá rapidamente inverter a recessão e voltar a crescer, esteja errada.
O anónimo toca no ponto certo. Como as multinacionais "levam" PIB para os seus paises de origem. Tb eu trabalhei numa multinacional Americana durante 14 anos e agora numa Francesa há dois. Os nossos indicadores rivalizam e superam as congeneres dos grupos, pelo que eu como Português fico sempre azedo qdo me falam que não somos produtivos. Falar de taxas horárias e numero de camisas produzidas é conversa de merceeiro da esquina (perdoem-me o termo).
A questão é como estas empresas transferem receitas dos paises onde estão instaladas para as casas mães. Seja sobre a forma de "royalties", "acessments", ou de vendas de equipamentos (made in Asia a custos reduzidos)que facturam in Germany/France com preços premium pq incorporam tecnologia mais ou menos de ponta. Note-se que não sou anti multinacional! Muito pelo contrário. São exemplos a copiar!Veja-se como esta receita funciona para as grandes empresas do ramo automóvel por exemplo...
Muito se fala em Portugal ter de exportar serviços e produtos. Mas estas empresas já estão mais além. Exportam filiais que asseguram os retornos às casas mãe e aos respectivos paises.
Talvez esteja na hora de falarmos da criação de grandes empresas nacionais que possam ir para fora "trazer" PIB para Portugal. Veja-se como a Telefonica e o Santader o souberam fazer em Espanha. Veja-se a emergencia dos Coreanos que viviam sob a sombra do Japão. Mas para isso precisamos de empresários com visão global que possam contemplar fusões a nivel nacional que lhes possam dar dimensão para gradualmente entrarem no mercado global. Ah! e precisamos tb um pouco menos de neo-liberalismo e um pouco mais de protecionismo. Digo isto porque ninguém vai a França ou à Alemanha comprar empresas que sejam core para a sociedades desses paises. Temos que aprender a gostar mais do que é nosso... e a mantê-lo.
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