Nove horas em Amesterdão a caminho de Lisboa. Os canais. Os eléctricos. As bicicletas que nos ameaçam atropelar a todo o instante. O céu encoberto. A chuva. Os telhados cinzentos. Castanhos. Negros. As ruas apinhadas, repletas de gente. De gentes. De todo mundo. De todas as raças. Os locais. Os turistas. As hordes de ingleses que chegam nos ferries à procura de álcool e tabaco barato. O cheiro a haxixe. Omnipresente. A tabaco. Constante. A língua áspera. Rude. Gutural. Que me faz sempre lembrar do tempo em que tive meia dúzia de lições de holandês. (Quando pensava que vinha para aqui estudar.) Do tempo em que aprendi que quando se diz noite agradável (gezelig nacth?) parece que nos arrancam as unhas. Que nos a extirpam a carne. Que nos desentranham a alma.
Comprei um dos meus CDs favoritos. Um CD há muito perdido. Shirley Horn “You Won’t Forget Me”, com Miles Davis, Branford Marshalis. Winton Marsalis, entre outros. Tinha saudades.
Gosto do multiculturalismo. Da diversidade. Da cidade. Não é das minhas favoritas. Mas, certamente voltarei. Um dia. Noutra viagem. Noutra passagem.
ASP
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