Se o Guiness Book of Records desse um prémio para os maiores grevistas do mundo, certamente que os franceses o ganhariam. Pelo menos no mundo ocidental.
Quando as coisas não correm bem e/ou há o mínimo indício de um movimento reformista, não faz mal. A receita é simples: toca a fazer greve!
O motivo não interessa. Pode ser por causa da Política Agrícola Comum, da Administração Pública ou até mesmo porque existe a suspeita de que certas reformas irão ser implementadas.
Quando não se concorda com uma política ou uma reforma, a solução é fazer parar o país (e parte da Europa), quer cortando as principais vias de comunicação, despejando leite, tomates e batata nas ruas da amargura gaulesa, ou então fazer manifestações monstruosas onde se criticam o capitalismo e as chamadas políticas neoliberais (leia-se: americanas).
A situação francesa actual faz lembrar o que se passava no Reino Unido até à chegada da Mrs. Thatcher. Nessa altura, os britânicos eram os recordistas do número de greves, do número de dias de trabalho perdido, e a produtividade laboral era bastante baixa quando comparada à dos outros países europeus mais avançados. Não é à toa que se falava então da Doença Britânica.
Na campanha eleitoral, Sarkozy prometeu que iria mudar este estado de coisas. Neste sentido, chegou a hora da verdade do presidente francês. Se ceder aos grevistas, pode ter a certeza que quaisquer reformas terão o mesmo destino que o leite, os tomates e as batatas dos grevistas. Por outro lado, se se conseguir afirmar e vencer esta batalha, então haverá alguma esperança que a França se irá finalmente reformar. A ver vamos.
ASP
Sem comentários:
Enviar um comentário