Após uma agência de rating ter avisado que, perante o decepcionante Orçamento de Estado, o rating de Portugal deve baixar, o Ministro das Finanças já veio dizer que o governo merece o benefício da dúvida. Hmmmm.... O benefício da dúvida...
Um governo que omite propositadamente até ao último minuto o real valor do défice orçamental em 2009 (9,3% do PIB, um valor muito acima do esperado), um governo que tem feito tudo por tudo para esconder por baixo do tapete despesas públicas através dos mais variados malabarismos orçamentais (basta ler os relatórios do Tribunal de Contas e da Unidade Técnica de Apoio Orçamental da AR para percebermos isso), um governo que tem sistematicamente aumentado a dívida pública futura ao apostar de forma irresponsável e desmesurada nas chamadas parcerias público-privadas, vem agora a público que afirmar merece o benefício da dúvida... Hmmm...
Eu sei que há muita gente que acredita nisso. Porém, muitos economistas, bem como várias organizações internacionais (o FMI, a Comissão Europeia, a OCDE) claramente já não acreditam no ministro e no governo. E se estas organizações não acreditam no governo, ou pelo menos desconfiam, é só um pulinho para que as agências de rating façam o mesmo. As dúvidas são cada vez menores, senhor ministro, e os benefícios são para quem os merece. O que não é o manifestamente o caso.
A verdade é que, infelizmente, a alegada consolidação orçamental dos últimos anos é simplesmente um mito. Um mito. Ponto. Final. Parágrafo.
4 comentários:
Tive a mesma reacção quando li essa história do benefício da dúvida. Infelizmente muitos portugueses concederam esse benefício ao reeleger a mesma equipa.
O problema é que não temos tempo para estas brincadeiras.
Alvaro
Nao quero entrar numa discussão tecnica mas assuatou-me este orçamento. Primeiro nunca vi tantas páginas sobre teoria economica mas depois quando começamos a olhar para os numeros em valores absolutos e comparamos com os anos anteriores começo a assustar-me sobre quem fez aquelas contas. Já deu uma vista de olhos???
Caro Àlvaro,
Foi trsie ver a entrevista de Judite de Sousa ao ministro das finanças. Por um lado a Judite estava muito mal preparad. E por outro o ministro parece ter na cabeça um deserto de ideias. Não há naquela cabeça uma ideia de fundo para inverter a situção. Não há a coragem poitica de mexer em interesses instalados e parece que o ministro se limita a confiar na sorte. E mais umavez o ministro parecia achar que a Economia portuguesa se estava a comportar bem e que tinhamos uma situação invejável,de tal forma ele gabou os números da economia portuguesa.
Não vale a pena,, é mesmo assim, e não se vislumbra no nosso país alguém com coragem politica e honestidade intelectual que defenda medidas para inverter a situção. Diga-se de passagem que o país que somos não vale o esforço de alguem para inverter a situação.
Nós continuamos a não compreeender que é preciso semear para depois colher. Nós continuamos a querer colher aquilo que não semeamos. Os ministros e a generalidade das pessoas. E depois claro, há os péssimos exemplos que retiram qualquer credibilidade ao sistema.
E mais não digo, mas estou desconfiado que para o ano estaremos bastante pior. E claro que a solução tenderá a ser um novo e brutal aumento da carga fiscal. Solução essa que já demonstrou este ano que está completamente esgotada e que só irá deprimir mais a economia.
Abraço
Antonio
Infelizmente, o despesismo é o único "consenso multi-partidário" de todos os partidos com assento parlamentar. A concorrência para oferecer benesses aos eleitores é tanta que ofusca até os coitados dos contribuintes.
A divida externa e o défice externos não ser fizeram numa legislatura.
Um país bloqueado sim, todos a ralhar a caminho do abismo.
Um país de D. Fuas Roupinho, valha-nos Nossa Senhora.
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