A petição "Todos pela liberdade" vai ser hoje entregue na Assembleia da República por volta das 13:30. A petição inclui pessoas de vários quadrantes políticos e ideologias, e pretende chamar a atenção para os repetidos episódios de condicionamento da liberdade de imprensa nos últimos 5 anos. Penso que não é por acaso que alguns dos principais instigadores da petição incluem figuras públicas e bloggers das gerações mais novas. Penso que o fazem não só porque estão genuinamente estupefactos e preocupados com o que se passa no nosso país, mas também porque têm um interesse inequívoco em o fazer. É que são principalmente estas gerações que têm mais a perder com o que tem acontecido nos últimos anos. São as gerações mais novas que proporcionalmente mais são (e serão) afectadas pelo crescente desemprego. São as gerações mais novas que quase já não se lembram o que é ter uma economia de sucesso. São as gerações mais novas que não antevêem melhorias significativas nos seus níveis de vida. São as gerações mais novas que terão que pagar os impostos necessários para financiar as obras megalómanas e as outras irresponsabilidades fiscais deste governo. E são as gerações mais novas que terão que remover os escombros orçamentais e da dívida pública que irão herdar deste governo.
É igualmente interessante verificar que alguns dos instigadores desta iniciativa incluem membros daqueles que foram há alguns anos apelidados de "geração rasca", um termo pejorativo que se destinava a caracterizar a apatia das novas gerações quando comparadas às gerações que levaram a cabo o 25 de Abril e a descolonização do império. Iniciativas como estas demonstram uma vez mais que tal asserção era um disparate, como é óbvio. A verdade é que quando a crise aperta, não há gerações rascas.
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Apesar de estar solidário com a iniciativa, sinceramente não estou muito preocupado com a perda de liberdade em Portugal. Apesar de tudo, apesar de todos os condicionalismos e tentativas de intervenção na imprensa, a liberdade está viva e bem viva. Se assim não fosse, os nossos cafés, os nossos blogs, e os nossos meios de comunicação não estariam cheios de críticas a esta governação. Mesmo assim, é irónico observar que aqueles que sempre reclamaram para si a autoridade moral da conquista da liberdade e da democracia serem agora os acusados de tentarem, por todos os meios possíveis, condicionar essa mesma liberdade. A vida, sem dúvida, dá muitas voltas.
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Pessoalmente, e mais do que a liberdade, o que eu estou realmente preocupado é com as más políticas que este governo tem teimado em seguir, as quais podem verdadeiramente condenar o nosso país a anos e anos de crise económica. E é principalmente por esta razão que todos só teremos a ganhar quando os (ir)responsáveis por este (des)governo sairem o mais rapidamente de cena. Esperemos, obviamente, que os(as) senhores(as) que se seguem estejam à altura que a gravidade da situação padece.
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