Contrariamente ao que se passa com outros níveis de ensino, Portugal nem gasta acima da média da OCDE a nível do ensino superior. É verdade que gastamos mais por aluno do que a Grécia, a Coreia do Sul ou a República Checa. Gastamos quase tanto como a Espanha e mesmo a Islândia e a França não estão muito longe. No entanto, o caso muda de figura quando comparamos os nossos gastos por aluno do ensino superior com os gastos correspondentes da Bélgica, da Holanda, do Canadá, ou da Irlanda e da Aústria. Ou seja, contrariamente aos outros graus de ensino, ainda há muitos investimentos e despesas para fazer no ensino superior. Principalmente a nível da investigação. É evidente que existe um excesso de professores no ensino superior. Mesmo assim, os gastos com a investigação têm que aumentar para aumentarmos a qualidade do nosso ensino superior .
Figura: Despesas com o ensino superior relativamente ao PIB per capita
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKdccnS3GS3I124WZk7JxRu5hrqvrqxk1LrzrItwiLAzKlDjKPo8MF-PH0ii8-Y5ZgFiNP7xsDILGx54o6sgL6jgdfiFeZoHaCdlj5rnjDOLQs6ckGh8G8_0B5Pynhuii_VM1N3pkEo1-p/s400/Expenditure+in+Tertiary+education+relative+to+GDP+per+capita.jpg)
Para além dos abandonos escolares e da falta de eficiência nos outros graus de ensino, existe uma patente falta de qualidade do nossos ensino. Pelo menos é isso que nos dizem as estatísticas comparativas do programa PISA, que compara o sistema educativo em 57 países.
A nível dos conhecimentos matemáticos, o gráfico abaixo mostra claramente que os resultados dos nossos estudantes (até aos 15 anos de idade) é pouco satisfatório. É verdade que os nossos estudantes têm melhores resultados do que os estudantes mexicanos e gregos. Mas isso só acontece porque gastamos muito mais por estudante do que esses países. Mais ineficientes que nós só os italianos (que gastam mais por estudante e têm resultados semelhantes a nós). Como podemos ver, a Espanha, a Coreia, a Irlanda, a Hungria, a Polónia e até a Eslováquia gastam menos por estudante do que nós e, mesmo assim, têm resultados superiores ao registados pelos nossos alunos ao nível da matemática. É o que se chama ineficiência educativa.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_3ELKkv6HR8lkKI0nw7PLc_qAGq_ptq8ZJjLXu6NDnk3b7m0_lO6cWzHswqNNPXePI9BCjXmf0qPLnt4-KtOAVqo8y1lfJpq0cgC6nY0ncfa1KZV_vVcI0-uJCj41ouyucrngCvYlEpgF/s400/spending+per+student+and+mathematics+performance.jpg)
Nos próximos dias, veremos o que as estatísticas nos dizem a nível das ciências e da leitura.
Sem comentários:
Enviar um comentário