O Publico traz hoje um artigo com o título: "PIB, um indicador económico cada vez mais imperfeito". Será? Vejamos então a veracidade de tal afirmação.
Em primeiro lugar, o que é o PIB ou Produto Interno Bruto? O PIB dá-nos o valor de todos os bens e serviços produzidos num país ou território. Ou seja, o PIB inclui serviços também e não só os bens. Quer dizer que se eu for cortar o cabelo ao meu barbeiro, ou se comprar uma casa, o serviço que o barbeiro me presta ou que o agente imobiliário é contabilizado no PIB.
Em primeiro lugar, o que é o PIB ou Produto Interno Bruto? O PIB dá-nos o valor de todos os bens e serviços produzidos num país ou território. Ou seja, o PIB inclui serviços também e não só os bens. Quer dizer que se eu for cortar o cabelo ao meu barbeiro, ou se comprar uma casa, o serviço que o barbeiro me presta ou que o agente imobiliário é contabilizado no PIB.
Por outro lado, o PIB regista apenas valores monetários e transaccionados legalmente. Quer isto dizer que as actividades ilegais, tais como o tráfego de drogas ou a prostituição, não contam para o PIB. São parte da economia informal.
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O PIB tem vários defeitos. Uma anedota que os economistas contam há muitas décadas é que se eu me casar com a minha empregada de limpeza, o PIB do país cai. Porquê? Porque antes de me casar eu pagava pelo serviço que ela prestava, mas depois de casar já não o faço. Isto é, após o casamento, se há pagamento (pela limpeza da minha casa) não é monetário. Por isso, não conta. Por outro lado, se poluirmos as nossas cidades, a limpeza dessa poluição aumenta o PIB, em vez de o diminuir.
Com efeito, os exemplos das imperfeições do PIB poder-se-iam multiplicar quase ad nauseum.
O PIB tem-se tornado mais imperfeito nos últimos anos, porque alguns problemas que enfrentamos actualmente (p. ex. as alterações climáticas) ocorrem porque há falhas de mercado que o PIB não consegue medir. Quer isto dizer que devíamos deixar o PIB de lado de uma vez por todas? Não. E não, porque, apesar de imperfeito, o PIB é de longe ainda o melhor indicador que temos para medir o bem-estar de uma economia, bem como para efectuar análises comparativas entre as economias.
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Nas últimas décadas, os economistas têm tentado arranjar melhores medidas do que o PIB, isto é medidas que representem com mais exactidão os desgates ambientais e outros "maus" da economia. Mais de 5 ou 6 décadas já se passaram desde que começaram as primeiras tentativas de substituição do PIB, mas pouco foi alcançado. O PIB continua a ser o indicador que temos. O PIB é imperfeito? Sem dúvida. Mas é, de longe, o pior indicador do bem-estar de uma economia à excepção de todos os outros.
3 comentários:
Muitas vezes também se usa o PNB (PIB +/- Rendas Recebidas/Enviadas do/para o estrangeiro) mas todas elas têm as suas lacunas. Já no que toca ao cálculo da nossa inflação pelo INE, diria que nada coagduna com a realidade das contas das famílias. Desde logo pelo desconhecimento completo do público do cabaz de produtos utilizados (justificado pelo INE como uma forma de não haver influência directa dos consumidores). Em Março a taxa de inflação foi de 3,1%. Agora pergunto: será que a subida dos bens alimentares, do petróleo (presente não apenas no combustível do carro, mas também na roupa, plásticos e outros!), da euribor (utilizada como taxa de referência nos créditos bancários) contribuíram para uma inflação de apenas 3,1%!?!?! Coincidência ou não, a verdade é que por alturas de Outubro do ano passado, período em que ocorriam as renegociações salariais entre o Governo e os sindicatos, a inflação prevista do INE para este ano era de 2,1%. A razão? Era preciso segurar as exigências dos sindicatos que exigiam aumentos salariais de 3,8%. Afinal, quem é que faz mal as contas!? Talvez sejam os operários e os comerciantes que vivem maioritariamente com o salário mínimo (403 euros) e que até são mal-governados, mas com certeza que não é o INE, uma entidade tutelada pelo Ministro da Presidência.
Cumprimentos,
lmleitao
Boas questões.
Quem não teme, deveria assumir as actividades que fazem parte do bolo.
Será que os candidatos à poltrona terão preceitos novos para a avaliação, ou teremos que andar com os olhos empalados, tipo burros?
Cumprimentos
Caros Luis e Atento
Obrigado pelos pertinentes comentários. A questão da inflação já foi aqui abordada numa das perguntas dos leitores. Remeto a minha resposta para esse post. Se discordarem ou tiverem dúvidas é só dizer
Abraço
Alvaro
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