Actualmente, salvas raras excepções, as universidades portuguesas têm demasiado vícios e são muitas vezes meras fábricas de reprodução de mediocridade. Não existem critérios de exigência, os professores permanecem agarrados a práticas desfazadas da realidade actual, os alunos continuam a protestar por protestar, e os reitores estão mais preocupados em manter a ordem vigente do que em efectuarem reformas que aumentem a competitividade das universidades.
Ora, um dos grandes problemas das universidades portuguesas encontra-se ao nível dos sistemas de incentivos existentes. Por um lado, a mobilidade é um conceito que não existe nas universidades nacionais. A nível do recrutamento, apesar de haverem concursos públicos, a verdade é que é conhecimento comum (e prática geral) que estes estão viciados à partida, isto é, abrem-se os concursos não para se contratarem os melhores, mas candidatos já pre-seleccionados. Ou seja, a renovação não é feita por mérito, mas por relacionamentos pessoais.
Ora, um dos grandes problemas das universidades portuguesas encontra-se ao nível dos sistemas de incentivos existentes. Por um lado, a mobilidade é um conceito que não existe nas universidades nacionais. A nível do recrutamento, apesar de haverem concursos públicos, a verdade é que é conhecimento comum (e prática geral) que estes estão viciados à partida, isto é, abrem-se os concursos não para se contratarem os melhores, mas candidatos já pre-seleccionados. Ou seja, a renovação não é feita por mérito, mas por relacionamentos pessoais.
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Por outro lado, a renovação dos quadros é demasiado lenta. Existem de facto números clausus nos diversos escalões académicos e só quando alguém se reforma (ou morre) é que um professor num escalão inferior pode progredir. Não interessam as publicações ou a qualidade do ensino, pois a progressão só poderá acontecer quando uma vaga no escalão superior abrir.
Finalmente, é patente que há nas universidades demasiados professores, que permanecem no quadro mais por antiguidade ou motivos políticos do que por mérito académico. No entanto, a triste verdade é que uma grande parte dos nossos professores universitários não faz nada, ou praticamente nada. Não publicam, não se interessam pela qualidade do ensino, e não promovem a reciclagem dos conhecimentos. Ser-se bom professor é bastas vezes função do número de alunos reprovados em vez da excelência da docência.
Por outro lado, a renovação dos quadros é demasiado lenta. Existem de facto números clausus nos diversos escalões académicos e só quando alguém se reforma (ou morre) é que um professor num escalão inferior pode progredir. Não interessam as publicações ou a qualidade do ensino, pois a progressão só poderá acontecer quando uma vaga no escalão superior abrir.
Finalmente, é patente que há nas universidades demasiados professores, que permanecem no quadro mais por antiguidade ou motivos políticos do que por mérito académico. No entanto, a triste verdade é que uma grande parte dos nossos professores universitários não faz nada, ou praticamente nada. Não publicam, não se interessam pela qualidade do ensino, e não promovem a reciclagem dos conhecimentos. Ser-se bom professor é bastas vezes função do número de alunos reprovados em vez da excelência da docência.
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Perante este clima de inércia e compadrio, não é de espantar que muitos dos nossos doutorados prefiram ou tenham que permanecer no exterior, agravando o problema da fuga de cérebros nacional.
Deste modo, as prioridades do novo estatuto das universidades deveriam enfatizar a mobilidade, a renovação, e a qualidade do pessoal docente. É urgente: 1) acabar com as promoções à docência de alunos doutorados pelas institutições que concedem o grau, 2) aumentar a transparência dos concursos públicos, 3) apostar na renovação de recursos, 4) promover o recrutamento a nível internacional, 5) fomentar elevados critérios de exigência a nível da investigação e do ensino. Só assim conseguiremos ter um ensino superior de qualidade, capaz de contribuir decisivamente para o aumento da sofrível produtividade nacional.
Perante este clima de inércia e compadrio, não é de espantar que muitos dos nossos doutorados prefiram ou tenham que permanecer no exterior, agravando o problema da fuga de cérebros nacional.
Deste modo, as prioridades do novo estatuto das universidades deveriam enfatizar a mobilidade, a renovação, e a qualidade do pessoal docente. É urgente: 1) acabar com as promoções à docência de alunos doutorados pelas institutições que concedem o grau, 2) aumentar a transparência dos concursos públicos, 3) apostar na renovação de recursos, 4) promover o recrutamento a nível internacional, 5) fomentar elevados critérios de exigência a nível da investigação e do ensino. Só assim conseguiremos ter um ensino superior de qualidade, capaz de contribuir decisivamente para o aumento da sofrível produtividade nacional.
PS. Artigo anteriormente publicado no DN
2 comentários:
Há uns dias atrás um docente falou-nos de que nos EUA existe uma grande rotatividade de docentes no ensino superior e que os critérios de exigência são muito elevados.
Penso que seria interessante se pudesse contar num novo artigo a sua experiência e o seu conhecimento a este nível como docente no Canadá.
Exemplos concretos do que já se faz noutros locais podem ser úteis para percebermos melhor o rumo que queremos tomar.
Caro Nuno
Obrigado pelo comentário. Combinado. Assim o farei muito em breve
Alvaro
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