31 março 2009
MELHORES ESCOLAS
A GRANDE CRISE AMERICANA
FALÊNCIA DE DETROIT
CITAÇÕES
30 março 2009
G20
SEGUNDA EDIÇÃO DO "MEDO DO INSUCESSO"
Vários leitores do Desmitos têm-me contactado com comentários e perguntas sobre o livro. Vários blogues têm igualmente falado sobre o "Medo do insucesso". Nos próximos dias irei publicar as vossas opiniões no blogue, bem como as devidas referências aos blogues. Fá-lo-ei independentemente se as críticas forem boas ou más.
LIZ WRIGHT
27 março 2009
BAIXAR SALÁRIOS
Penso que depende da empresa e do contexto específico que se insere. Algumas empresas poderão beneficiar com uma descida salarial, outras não, pois poderão optar por despedir trabalhadores. O que não faz sentido é centralizar uma descida salarial. Deve ser o mercado e as empresas que devem decidir o que será melhor para eles. Há empresas que beneficiarão com a crise, enquanto outras vão claramente perder. Por isso, ninguém melhor que as empresas para decidir o que fazer.
Dito isto, é verdade que a moderação salarial é absolutamente crucial para a melhoria da competitividade da economia portuguesa. Desde os meados da década de 90, Portugal tem vindo sempre a perder competitividade, pois os salários têm aumentado e a produtividade tem diminuído relativamente aos nossos parceiros europeus. Por isso, faz todo o sentido promover a moderação salarial, bem como implementar medidas que fomentem a produtividade.
Independentemente disto, acho que o Primeiro-Ministro e até o Presidente da República só tinham a ganhar em dar o exemplo. Isto é, se pedem sacrifícios aos portugueses, se consideram que a moderação salarial é necessária, por que é que não se voluntariam e reduzem os seus próprios salários durante dois ou três anos? Seria uma medida bem vista num ano eleitoral e mostraria aos portugueses que os nossos líderes são os primeiros a dar o exemplo em alturas de dificuldades.
Visão. Porquê?
A moderação salarial é necessária para fazer aumentar a competitividade da economia e para evitar um aumento desmesurado dos despedimentos. Para tal, seria bom que houvesse mais concertação social entre o governo, as entidades patronais e os sindicatos, e que nos deixássemos de quezílias bairristas e de interesses mesquinhos numa altura de grave crise.
Visão. Se não concorda, que alternativas sugere?
A moderação salarial tem de ser inserida numa estratégia global de melhoria da nossa competitividade. Temos de nos tornar mais atractivos a nível fiscal, ajudar as empresas em tempos de crise, e implementar medidas que auxiliem as empresas inovadoras. A nível salarial, precisamos de perceber de uma vez por todas que se optarmos por aumentar os salários numa altura de crise, o que estaremos a fomentar é o aumento do desemprego. A verdade é que o populismo é inimigo da competitividade e da criação do emprego.
26 março 2009
O AUTISMO DOS DIRIGENTES EUROPEUS
ELEIÇÕES E TGV
25 março 2009
OVOS DE COLOMBO
Não, foi o perdermos competitividade nos últimos 10-15 anos e termos levado a cabo um conjunto de políticas que nos endividou tremendamente e nos hipotecou margem de manobra na política económica.
Contudo, é preciso não esquecer que nos últimos 40 anos a economia portuguesa foi uma das que mais cresceu em toda a Europa. Nós somos um enorme caso de sucesso, um verdadeiro milagre económico de causar inveja à grande maioria dos países do mundo. Hoje somos um país transformado. O Portugal de hoje tem pouco a ver com o Portugal provinciano do tempo da ditadura salazarista.
A grande excepção desse enorme sucesso foram os últimos 10 anos. Porque é que tal aconteceu? Porque entrámos no euro com uma taxa de câmbio demasiado elevada (o que penalizou as nossas exportações), porque sofremos a concorrência do Leste europeu e de países como a China, e porque temos vindo a perder competitividade. Como é que podemos alterar este estado de coisas? Temos abandonar a aposta nas receitas mágicas do TGV ou das grandes obras públicas, temos de reformar o que há a reformar (principalmente a Justiça e a Educação) e, principalmente, temos de apoiar e investir no empreendedorismo nacional. Só assim é que teremos mais Belmiros de Azevedo, mais Jerónimos Martins, mais Gonçalos Quadros, mais Paulos Pereiras da Silva, e mais Carlos Oliveiras.
DN. Algumas - muitas - das ideias do seu livro, melhor educação, melhor justiça, mais produtividade e organização, são ovos de Colombo, ou seja, há muito que toda a gente sabe que o caminho é por aí. Porque é que ainda não fizemos nada, ou fizemos pouco nesse sentido?
Primeiro, porque, obviamente, estes temas são complexos e há opiniões muito diversas sobre como combater estes problemas. Segundo, porque pensamos que tudo se resolve com mais e mais dinheiro. E isso não é verdade. Se melhorarmos os nossos sistemas de incentivos poderemos alcançar resultados muito melhores do que se optarmos por apenas gastar mais. Terceiro, porque há grupos de interesse instalados que beneficiam com o status quo e são avessos a mudanças. Quarto, porque temos a tendência para pensar que estes sectores só melhoram se centralizarmos tudo no Estado, o que não é verdade. E finalmente, porque não tem havido uma orientação estratégica na condução das nossas políticas. Nos últimos anos, temos sido demasiado egoístas, temos andado preocupados em demasia com os nossos próprios botões e com os botões dos nossos próprios grupos de interesse, e temos deixado de lado o interesse nacional, o interesse do país. Ora, temos de alterar este estado de coisas. Temos de apostar mais na concertação social e numa maior orientação estratégica para o país. Acima de tudo, temos de perceber que a crise actual ameaça o bem-estar colectivo e que todos perdemos com lutas sociais, com a defesa intransigente dos nossos interesses pessoais, e com politiquices que servem os partidos, mas não servem os portugueses.
TO LIVE
23 março 2009
CONSELHOS E TGV
Em primeiro lugar, deixarmo-nos de loucuras. Não podemos pensar em comprar um Jaguar (ainda por cima importado) quando só estamos em condições para manter o nosso carro ou então comprar um de baixa cilindrada. Se achamos mesmo que o investimento público é a solução para a crise (o que não é certamente linear...), então devemos concentrarmo-nos em muitos mas pequenos projectos, incluindo a melhoria das nossas escolas, dos hospitais, e até das estações de comboios.
Em segundo lugar, devemos utilizar a pouca margem de manobra que temos para apostar na competitividade da economia portuguesa. Entre a Alta Velocidade e a Alta Competitividade temos que claramente apostar na última, pois só uma maior produtividade e competitividade poderá criar emprego de forma sustentada. Actualmente, na União Europeia a 27, temos uma carga fiscal média. Porém, a nossa carga fiscal é mais elevada do que no Leste europeu e em muitos dos países do Sul da Europa. Ou seja, temos impostos mais elevados do que os nossos principais concorrentes. E se é assim, como é que ambicionamos ser competitivos? Como é que podemos atrair mais investidores, e como é que podemos tentar estimular as nossas exportações se penalizamos quem cá investe e sobrecarregamos os nossos exportadores?
Em terceiro lugar, em vez de pensarmos em gastar mais e mais, devíamos fazer tudo para melhorar os sistemas de incentivos económicos, principalmente ao nível da criação de empresas e do empreendedorismo. Finalmente, a crise não pode ser desculpa para não prosseguir com as reformas dos últimos anos, principalmente no que diz respeito à reforma do Estado. É fundamental que a modernização do Estado continue e que o processo de emagrecimento da Administração Pública persista. Em suma, o combate à crise deve utilizar uma combinação de mais investimento, de impostos mais baixos e melhores incentivos à inovação e ao empreendedorismo.
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DN. Mas não construir o TGV. Porquê?
Por dois motivos. Primeiro, por causa dos custos que tal projecto acarreta. Só a linha Lisboa-Porto vai custar 4,6 mil milhões de euros, o que é correspondente ao volume de negócios anual de todo o grupo Sonae, um dos maiores do país. Vamos gastar uma Sonae para ganharmos 20 a 30 minutos de viagem. Por isso, interessa perguntar: valerá a pena? Não poderíamos utilizar os fundos em projectos menos dispendiosos? Não poderíamos usar esse dinheiro na requalificação dos nossos recursos humanos? Na melhoria das nossas escolas e hospitais? Numa menor carga fiscal para as famílias e para as empresas? Num combate à pobreza e à exclusão social?
Segundo, porque todos os estudos custo-benefício sobre a viabilidade do TGV só registam impactos positivos líquidos quando assumimos impactos externos extremamente dúbios e dificilmente quantificáveis, tais como a diminuição do ruído. Porém, em nenhum país que introduziu o TGV registou estes impactos externos. Por que razão haveremos de pensar que nós seremos a excepção? Terceiro, e independentemente da idoneidade dos responsáveis por estes estudos (que não está em causa), a verdade é que estes estudos encomendados pela RAVE utilizam valores e estimativas de procura e de custos fornecidos pela própria RAVE. Ou seja, estimam-se benefícios para o projecto tendo em conta valores fornecidos pela entidade que tem todo o interesse que o projecto vá avante. Todavia, nem assim, os benefícios directos do projecto são mais elevados do que os custos!
Por todos estes motivos, o mais certo é que o TGV se tornará no maior fiasco económico e financeiro dos últimos 50 anos. A verdade é que dentro de 10 ou 20 anos, vamos olhar para trás e vamos perceber que a construção do TGV foi só mais uma quimera, mais uma receita mágica que não resultou e que nos irá sair extraordinariamente cara. Vamos aumentar o endividamento externo, vamos ser forçados a aumentar ainda mais os impostos e vamos continuar a não investir na competitividade da economia. Só nessa altura é que nos aperceberemos do erro tremendo que cometemos. E só então é que perceberemos que a construção do TGV foi o maior erro das últimas gerações. O que eu espero é que nessa altura sejam apuradas responsabilidades políticas e inclusive judiciais para aqueles que nos meteram na maior loucura financeira desde o tempo de D. Manuel I quando um dos nossos antepassados andou pelas ruas de Roma montado num elefante a distribuir moedas de ouro pelos espantados habitantes daquela cidade.
A alternativa é parar já com esta loucura e deixar a compra do Jaguar para o futuro, se assim o desejarmos.
AINDA O DÉFICE
Ora, se já não temos política cambial (e, assim, não podemos desvalorizar a moeda para estimular as exportações), nem uma política monetária independente, por que não utilizar a pouca margem de manobra que temos numa política fiscal que tente melhorar a competitividade das nossas empresas? Por que não ajudar mais as empresas que inovam e tentam singrar nos mercados internacionais? Por que não auxiliar os nossos empreendedores?
Não faz sentido nenhum andarmos a discutir as centésimas do défice e fazer tudo para agradar a Bruxelas, quando Bruxelas não parece preocupada com a nossa economia real, nem com o bem-estar dos portugueses. Sou um europeísta convicto, mas um tal fundamentalismo do défice é completamente contraproducente e ridículo.
DN. O défice provavelmente não seria tão importante se tudo o resto funcionasse, nomeadamente a nossa produtividade, as poupanças dos portugueses... Mas como não funciona...
Repare, se tudo funcionasse bem, se a produtividade fosse elevada e crescesse a um ritmo saudável, se a economia fosse competitiva, então o crescimento económico seria elevado e, provavelmente, não teríamos que nos preocupar com o défice. Um maior crescimento económico faria aumentar automaticamente os impostos colectados, pois os rendimentos subiriam e o consumo cresceria. Desse modo, as receitas com o IRS, o IRC e o IVA também aumentariam. Ou seja, o défice orçamental é também função do bom funcionamento e da competitividade da economia.
21 março 2009
ENTREVISTA AO DN (2)
ENTREVISTA AO DN (1)
DN. Porque é que devíamos ser todos do Sporting e o que é que isso tem a ver com economia?
Cada um de nós tem o seu clube de eleição. Porém, há uma característica comum a todos nós: mesmo quando o nosso clube perde ou quando fica anos e anos sem ganhar o campeonato (como aconteceu com o Sporting durante 18 anos), nós não perdemos a fé e não alteramos as nossas preferências clubísticas. E se é assim com os nossos clubes, por que é que procedemos de forma distinta com o nosso país? Por que é que deixamos de acreditar na nossa economia e em Portugal quando temos 7 ou 8 anos de menor sucesso? Por que é que teimamos em esquecer o extraordinário sucesso que alcançámos nas últimas 4 décadas?
Isto tem tudo a ver com a Economia, porque o nosso estado de descrença actual tem um impacto muito significativo nas expectativas dos agentes económicos. E é sabido que as expectativas são uma das variáveis fundamentais na Macroeconomia. Quando as expectativas são baixas, quando a confiança anda pelas ruas da amargura, como acontece actualmente, o consumo retrai-se, o investimento diminui, e o desempenho económico é afectado. Ora, se queremos inverter a estagnação dos últimos anos, uma das coisas que temos de fazer é alterar as expectativas dos portugueses, tornando-os mais confiantes sobre o futuro do país e da economia.
Acho que não. A minha intenção era exactamente a oposta. A principal mensagem do livro é que apesar de todos estes nossos problemas, apesar de todas as nossas insuficiências, as últimas décadas demonstram inequivocamente que Portugal é um país de sucesso e que certamente teremos um futuro promissor à nossa frente. Porém, para que tal aconteça, para que retomemos a senda do progresso, teremos que efectuar uma série de reformas que atenuem as nossas insuficiências organizativas, educacionais, entre outras.
DN. O que é que chegar atrasado tem a ver com a economia?
Os nossos atrasos são um sintoma da nossa falta de organização. Chegar atrasado é uma prática que penaliza a eficiência económica e afecta a produtividade. Por isso, tem tudo a ver com a Economia. Para além do mais, para quem lida com clientes ou fornecedores estrangeiros ou até com turistas, chegar atrasado é um péssimo cartão-de-visita. Por isso, se ambicionamos reformar a economia nacional e tornarmo-nos mais produtivos temos de acabar ou, pelo menos, de atenuar este nosso terrível hábito, bem como outros tais como fazer tudo em cima do joelho e não planear adequadamente.
20 março 2009
A NOSSA SÍNDROME ALEMÃ
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"Há 20 anos atrás, inebriado pela histórica reunificação política, o governo alemão decidiu converter as moedas das duas Alemanhas numa relação paritária (muito favorável aos alemães de Leste), concedendo níveis salariais ao Leste alemão muito superiores à produtividade média dos seus trabalhadores. No início, as coisas ainda correram bem, pois, embalados por um grande incremento do investimento público, o Leste alemão cresceu consideravelmente. Porém, a partir dos meados dos anos 90, a economia estagnou e a receita mágica do investimento público perdeu lustre e eficácia. Deste modo, e apesar de se registarem transferências anuais na ordem dos 100 mil milhões de euros, a economia da antiga Alemanha de Leste permaneceu pouco dinâmica e o desemprego subiu para patamares acima dos 15%.
Por que é que a experiência do Leste alemão tem sido tão má? Porque a sobrevalorização da moeda e os salários demasiados elevados para o nível de produtividade da Alemanha de Leste asfixiaram a competitividade das empresas e hipotecaram toda e qualquer possibilidade de alcançar um crescimento baseado em indústrias competitivas nos mercados internacionais. É exactamente neste contexto que vale a pena comparar a crise nacional dos últimos anos com o Leste alemão. Tal como a Alemanha de Leste, também nós adoptámos uma moeda forte sem que as empresas estivessem preparadas para um tal choque. Tal como o Leste alemão, também nós preferimos construir infra-estruturas em vez de apostar na melhoria do capital humano ou numa maior competitividade fiscal (como os irlandeses). Tal como a Alemanha oriental, também nós nos iludimos ao pensar que todos os nossos males seriam resolvidos com abundantes subsídios externos. Tal como o Leste alemão, a falta de competitividade é o nosso principal desafio e deveria ser a nossa maior preocupação.
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Porém, há outra lição alemã que interessa reter. Após quase duas décadas de declínio relativo, o Leste alemão começou finalmente a dar mostras de uma maior competitividade. Como é que tal foi alcançado? Através do crescimento da produtividade e da moderação salarial. Como os alemães não podem desvalorizar a moeda para estimular as suas exportações e como perceberam que o investimento público, por si só, não origina ganhos de competitividade, as empresas e os trabalhadores do Leste alemão chegaram à conclusão que a única maneira de resolver a crise é apostar na concertação social, na inovação e na melhoria da produtividade. Assim, nos últimos 5 anos, a produtividade relativa do Leste alemão aumentou e os salários relativos decresceram em comparação aos restantes parceiros europeus.
E em Portugal? Após 8 anos de estagnação e de crise, estaremos nós a seguir os passos dos alemães? Não. Muito pelo contrário. Nos últimos anos, a produtividade relativa decresceu e os salários médios aumentaram em relação à média europeia. Exactamente o contrário do que devia estar a acontecer numa altura de crise. E o problema é que a crise internacional e, principalmente, as eleições que se avizinham vieram agravar ainda mais esta situação. Infelizmente, em Portugal, os aumentos de produtividade continuam a iludir-nos, e a moderação social é consistentemente hipotecada por interesses políticos, sindicais e patronais. Ou seja, continuamos a ser demasiado bairristas na nossa política de competitividade e pouco inovadores na aposta por uma maior produtividade. E esta é uma das coisas que temos de alterar urgentemente se não queremos que a crise nacional dos últimos anos se prolongue por muitos e longos anos, tal como aconteceu durante tanto tempo na Alemanha de Leste.
19 março 2009
TECNOLOGIA ANIMAL
SANTA IGNORÂNCIA (2)
18 março 2009
A PASSIVIDADE DA EUROPA
Paul Krugman escreveu ontem um artigo muito crítico sobre a passividade da Europa no combate à crise económica. No fundo, o que ele critica é o fundamentalismo do défice que já aqui falámos tantas vezes. Aqui vai um cheirinho de um artigo que vale a pena ler na íntegra:
"The clear and present danger to Europe right now comes from a different direction — the continent’s failure to respond effectively to the financial crisis. Europe has fallen short in terms of both fiscal and monetary policy: it’s facing at least as severe a slump as the United States, yet it’s doing far less to combat the downturn. On the fiscal side, the comparison with the United States is striking. Many economists, myself included, have argued that the Obama administration’s stimulus plan is too small, given the depth of the crisis. But America’s actions dwarf anything the Europeans are doing.
The difference in monetary policy is equally striking. The European Central Bank has been far less proactive than the Federal Reserve; it has been slow to cut interest rates (it actually raised rates last July), and it has shied away from any strong measures to unfreeze credit markets. The only thing working in Europe’s favor is the very thing for which it takes the most criticism — the size and generosity of its welfare states, which are cushioning the impact of the economic slump"