14 julho 2009

OS PARTIDOS E A CRISE

Estamos a dois meses e meio das eleições e, sinceramente, ainda não vi uma discussão (ou um plano sequer) dos principais partidos portugueses sobre as medidas que precisamos de tomar para combater a crise estrutural que a economia portuguesa vem vivendo na última década. Suspender as grandes obras públicas certamente não chega e continuá-las ainda menos. Se se fala em apoiar as PMEs, como é que tal vai ser feito e com que impacto nas contas públicas? Como é que os partidos tencionam ajudar a economia a fazer a transição de um modelo baseado em salários baixos e baixa produtividade para outro com maior produtividade? Que sectores vamos privilegiar? Como vamos fazê-lo? Como vamos aumentar os apoios às exportações? Como é que vamos estimular uma maior diversificação dos destinos das exportações? Haverá lugar para cortes de impostos? Se sim, quais e como? Como é que o combate ao desemprego vai ser feito? Através do investimento público ou de um maior estímulo à criação de empresas?
Estas são algumas das questões (entre outras) que eu gostaria de ver respondidas pelos partidos políticos. Infelizmente, até agora, sabemos pouco ou nada sobre o que é que os partidos pensam sobre estes assuntos. Esperemos que a situação mude até às eleições.

9 comentários:

JAM disse...

Caro Álvaro, não podia estar mais de acordo consigo. Até agora temos assistido a uma pura estratégia de marketing eleitoral, inclusive com insinuações pessoais e outras componentes mesquinhas, destituído de ideias políticas com conteúdo.

Olhe, aqui em Faro temos um exemplo disso nos cartazes afixados para as eleições autárquicas.

Se por um lado o candidato da situação aparece sorridente com uma legenda informativa: "Faro é Faro", o candidato da oposição surge com a épica frase "Vamos Fazer de Faro uma Capital".

Onde estão as propostas políticas? Como apresentam ao eleitorado as ideias em debate? Então não se sabe já que Faro não é Faro e também é uma Capital? Como serve ao debate e ao esclarecimento da população um tal simbolismo pseudopoético de chavões e lugares comuns?

Assistir ao que se passa aqui e por todo o país, leva-me a concluir que pouco ou nada parece interessar a alguns partidos (e aos seus candidatos) a participação activa dos eleitores na definição da política de bem comum (para a Polis) e, por isso mesmo, no desenvolvimento da própria Democracia.

Um abraço do Algarve

antonio disse...

Caro Álvaro,

O Governo Guterres foi o que foi.
O Homeme fugiu....

A seguir foi o José Barroso.
Também fugiu.

A seguir foi o Santana.
Foi posto na rua....

Agora é este José... que nos iludiu com as reformas mas que foi umm fiasco...

Os falhanços têm sido transversais porque este país é ingovernável

E se alguém souber governar o que me parece impossivel, não o deixam.


Não sejamos ingénuos,
este país está lixado.

Antonio

Augusto Küttner de Magalhães disse...

Estão todos demasiado concetrados na figura do futuro possivel PM, logo, o que interssa éandar a denegrir pessoas, em vez de fazer propostas crediveis, para um futuro melhor.....
Veremos,os próximos capitulos, desta novela!!Quem bate mais na cabeça do outro. Nós cidadãos e um futuro sustentável, isso é secundário................

Dário Cardina Codinha disse...

A meu ver as obras públicas criam emprego. Emprego dá dinheiro às famílias das pessoas que trabalham nas obras públicas. Essas pessoas podem investir e contribuem para o aumento do PIB. Agora sem oras públicas são mais uns milhares de potenciais trabalhadores a receber o fundo de desemprego. Fundo esse que deve ser para quem precisa.

Cajobogart disse...

Caro Alvaro: infelizmente conversar/esclarecer sobre principios e ideias nao provoca um aumento de votos, cada vez mais o marketing politico é mais importante que as estratégias para ultrapassar a crise e como a situação é grave a capacidade que todos temos para acreditar em soluçoes magicas aumenta...

Mas num pais onde todos sonhamos ser Cristianos Ronaldos e que dizer mal dos empreendedores é um passatempo publico ...

Filipe Miguel Fitas disse...

Boa tarde Álvaro,

Embora fuja ao tópico, venho informá-lo de que consegui finalmente comprar o seu Diário de um Deus Criacionista.

Não sei se ficará surpreendido ou não, mas o preço pelo qual efectuei a compra (encomenda on-line com prazo de entrega de 10 dias), com desconto de 20%, foi de 14,00€. Preço que, por si só, me deixou bastante satisfeito.

Surpreendido fiquei quando recebi novo e-mail a dizer que o PVP havia sido alterado, desde a altura em que tinha dado a ordem de compra e a chegada efectiva do livro à livraria.

Posto isto, posso informá-lo de que adquiri o seu livro pelo surpreendente preço de 2,00€..

Não haverá nova edição?

Alguma promoção de fim de stock?!

Cumprimentos,
Filipe

LUIS FERNANDES disse...

Falo do seu nome em www.questoesnacionais.blogspot.com
com o título "Moniz sai da TVI".
Pretende ser uma pequena rábula a brincar com a economia...escrevendo meio-sério. Espero que não leve a a mal.
Admiro o seu trabalho. Normalmente acompanho no Público, embora também já tivesse adquirido um livro seu (Os Mitos da Economia Portuguesa)...que gostei...sinceramente.
Abraço.
Luis Fernandes.

antonio disse...

Caro Álavaro,

Receio que os seus afazeres e alguma saturação tenham ditado a morte do seu blog. Se assim é, fico com pena.

Espero de qualquer forma que esteja a correr tudo bem consigo.

Abraço


Antonio

VFS disse...

Caro Alvaro,

Excelentes perguntas.
Portugal precisa duma terapia de choque, mas nenhum político o afirmará em campanha eleitoral.

E sim, o problema da dívida pública é primordial e a sua resolução implica um abaixamento de impostos que permitiria às empresas portuguesas serem mais competitivas no comércio externo.

Como isso fará com que o Estado tenha menos receitas, não será nesta altura que os partidos o afirmarão. Se o fizerem os seus adversários políticos atacarão a consistência dos numeros que suportam as imensas promessas que nos oferecem.

http://intransmissivel.wordpress.com/2009/08/30/bracos-cruzados/

http://intransmissivel.wordpress.com/2009/09/03/promessas-e-programa/