25 setembro 2009

TECNOLÓGICAS NACIONAIS

Nos últimos anos, um dos sectores mais dinâmicos da economia portuguesa tem sido o da indústria das tecnologias da informação e comunicação (TIC ou tecnológicas). Há um grande número de novos empreendedores que têm apostado e investido no sector e alguns dos exemplos de empreendedorismo mais bem sucedidos na última década têm ocorrido exactamente nesta área. No "Medo do Insucesso" falei de algumas das empresas que despontaram neste sector e os factores que as fizeram tornar-se numa referência do empreendedorismo nacional (inovação, aposta na internacionalização, elevadas taxas de productividade). Por isso, tive imenso gosto em ter participado na sexta-feira passada numa conferência, onde alguns dos principais empreendedores das TIC se reuniram para falar sobre o sector.
Na minha apresentação revi a evolução das TIC nacionais e apresentei soluções para que o sector se possa tornar ainda mais dinâmico. A principal surpresa que tive quando analisei o sector é que, apesar de todo o sucesso, as tecnológicas nacionais ainda não realizaram muito do potencial que poderiam ter (e que têm prometido). Aliás, se olharmos para os indicadores de desempenho relativo, facilmente percebemos que tanto ao nível do investimento no sector (gráfico 1), como de valor acrescentado (gráfico 2), as tecnológicas nacionais não têm visto aumentar a sua importância relativa na economia portuguesa.

Gráfico 1 _ Proporção do investimento em TICs no investimento total
(Neste gráfico podemos ver que a percentagem do investimento das tecnológicas no investimento total da economia nacional não tem aumentado significativamente nos últimos anos)

Gráfico 2 _ Valor acrescentado das TIC em % do valor acrescentado total (OCDE)
(Neste gráfico é visível que o valor acrescentado das tecnológicas nacionais é baixo quando comparado às tecnológicas de outros países da OCDE)

Por isso, interessa perguntar porquê e o que é que pode ser feito para tornar este sector num cluster de excelência. Quanto a mim, o que há a fazer é apostar neste sector como apostámos nas energias renováveis. Porquê? Porque este sector não só é um dos mais dinâmicos da economia nacional, mas também é um dos sectores com mais elevado potencial de crescimento. Por isso, vale a pena apostar nas tecnológicas nacionais. O que pode ser feito fica para um próximo post. Entretanto, se estiver interessado(a), poderá ver aqui o Power Point (em inglês) da minha apresentação na conferência, onde deixo algumas sugestões sobre o que é que podemos fazer para ajudar estimular o sector.

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