19 janeiro 2010

MÁS POLÍTICAS E MAU DESEMPENHO

Aqui fica um gráfico que vale a pena reflectir (clique duas vezes para ver a imagem ampliada). No início do século 20, se alguém tivesse que apostar entre a Argentina e o Canadá para que um destes países se tornasse num país rico e próspero, quase toda a gente escolheria o país da América Latina em vez do "Great White North" (expressão que os americanos às vezes empregam em relação ao Canadá). Porquê? Porque a Argentina tinha tantos ou mais recursos do que o Canadá (pelo menos era isso o que se pensava na altura), tinha um enorme potencial agrícola e industrial, e tinha tido um desempenho verdadeiramente notável desde o final do século 19. Assim, no dealbar dos anos 1930, a Argentina tinha um PIB per capita ligeiramente mais elevado do que o Canadá, o que augurava um futuro promissor.
E depois chegaram os anos 1930 e as políticas proteccionistas e populistas de Juan Perron, que foram seguidas por políticas ainda mais populistas dos governos que se lhe seguiram. O resto éo que se sabe. De milagre económico, a Argentina tornou-se no caso mais paradigmático de como as políticas económicas podem fazer descarrilar um país. Décadas mais tarde, o país ainda não recuperou totalmente das más políticas seguidas.
Um exemplo que vale a pena estudar no contexto da crise económica nacional que se arrasta há uma década. Uma crise que ameaça tornar-se ainda mais grave graças ao populismo e à irresponsabilidade dos nossos governantes, que continuam mais preocupados em deixar obra palpável (i.e., de betão) do que trabalhar em prol de uma economia saudável. Perante o que pode acontecer à Grécia, esperemos que o bom senso finalmente prevaleça e a nossa classe política assuma as suas responsabilidades e comece finalmente a atacar os males económicos do país. Não temos muito mais tempo para o fazer. Se não o fizermos nós, outros nos obrigarão a fazê-lo (assim como nos lembrou o recente aviso da agência de rating Moody's).

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