Um dos dados mais interessantes que encontrei ultimamente foi sobre o número de funcionários das câmaras municipais. Como podemos ver no quadro abaixo, cerca de 1,1% da população nacional trabalha para as câmaras municipais. Um valor que não é extremamente elevado se nos compararmos com outros países europeus. Por isso, e apesar de poder haver algum desperdício nalgumas câmaras, não é por aqui que os cortes estruturais nas despesas públicas terão que ser feitos. Disto isto, uma das constatações que podemos retirar dos números de trabalhadores das câmaras municipais é que uma dispersão regional enorme no emprego municipal. Pensa que a maior concentração de trabalhadores se encontra em Lisboa e no Porto? Sim, é verdade em termos absolutos. Mas não em termos relativos. Tanto o Grande Porto como a Grande Lisboa têm um número de funcionários municipais inferior à média do país.
Acha que o despesismo e o favoritismo se passa na Madeira ou nos Açores? Será que é aí que se encontram mais trabalhadores municipais por 1000 residentes? Não, também não é, pois as regiões autónomas têm um número de funcionários municipais semelhante à média nacional.
E se não é aí, onde é que há uma maior percentagem de funcionários muncipais? Sim, exactamente. É no Alentejo, onde o alegado efeito da interioridade é mais forte do que em regiões como Bragança e em Trás-os-Montes. Afinal, não é toa que o Partido Comunista consegue manter o seu irredutível bastião naquela região do país...
NUTS II e III | Emprego em CM por 1000 residentes |
Portugal | 11.2 |
Norte | 9.3 |
Minho-Lima | 9.9 |
Cávado | 7.2 |
Ave | 7.1 |
Grande Porto | 8.7 |
Tâmega | 10.2 |
Entre Douro e Vouga | 7.7 |
Douro | 14.9 |
Alto Trás-os-Montes | 15.1 |
Centro | 10.8 |
Baixo Vouga | 8.0 |
Baixo Mondego | 10.6 |
Pinhal Litoral | 7.1 |
Pinhal Interior Norte | 17.0 |
Dão-Lafões | 12.2 |
Pinhal Interior Sul | 19.6 |
Serra da Estrela | 12.2 |
Beira Interior Norte | 14.9 |
Beira Interior Sul | 10.7 |
Cova da Beira | 7.9 |
Oeste | 10.9 |
Médio Tejo | 11.6 |
Lisboa | 10.5 |
Grande Lisboa | 9.9 |
Península de Setúbal | 11.9 |
Alentejo | 19.9 |
Alentejo Litoral | 24.6 |
Alto Alentejo | 23.7 |
Alentejo Central | 20.5 |
Baixo Alentejo | 24.5 |
Lezíria do Tejo | 13.6 |
Algarve | 18.7 |
Região Autónoma dos Açores | 11.4 |
Região Autónoma da Madeira | 13.7 |
9 comentários:
1,1%???
Ou 11,2%???
se as contas estiverem certas, é 1,1% (11,12 pessoas em mil).
muito interessante esta informação
Obrigado pelos comentários.
É mesmo 1,1% ou 11 por 1000 pessoas
Obrigado a todos
Alvaro
This will astonish you!
It`s in the interest of as all!
ZEITGEIST: ADDENDUM
Money as debt
Technological breakthrough
HydrogenCar
Electrolyzed water
Soladey eco
Bio washball
Solar Air Conditioning
AMAZING!!
OZONATED WATER: CURE ANYTHING!
http://www.stoptherobbery.com/
Projecto Alexandra Solnado
Conversations with God website
Conversations with God
Zero Point Energy Wand
Project Camelot
Monatomic Gold
Dangerous to your health!
EXITOTOXINS
Monosodium glutamate (MSG)
Aluninum
Aspartame
Mercury
IMPORTANT TO WATCH
Flouride in water
Flouride Alert
Osmosis
Housetron
"Um valor que não é extremamente elevado se nos compararmos com outros países europeus. Por isso, e apesar de poder haver algum desperdício nalgumas câmaras, não é por aqui que os cortes estruturais nas despesas públicas terão que ser feitos."
Não compreendo este raciocínio. Não devemos fazer cortes estruturais porque estamos de acordo com a média europeia, mesmo que haja desperdício? Eu diria que, se há desperdício, deveremos cortá-lo, estejamos acima ou abaixo da média europeia. O nosso objetivo não deve ser o de estarmos de acordo com a média europeia, o nosso objetivo deve ser combater totalmente o desperdício!
Luís Lavoura
Esses valores referem-se só aos funcionários dos munícipios ou incluem também os trabalhadores das empresas municipais?
Boas Álvaro,
Estatísticas bem interessantes que dão que pensar numa altura em que a ideia de a solução para grande parte dos problemas orçamentais passaram exactamente pelo corto dos salários dos funcionários públicos. Pelos números que apresenta fico cada vez mais convencido que não é por esse caminho que se fará a tão desejada consolidação orçamental. Acho que, talvez, a resposta está sim no encerramento de uma quantidade enorme de institutos e direcções-gerais de nada que apenas servem para afundar as contas públicas e a encher os bolsos de alguns 'boys'. Os tempos presentes seriam por ventura a altura certa para se colocar um ponto final deste pobre filme.
abraço,
luís
Subscrevo o comentário do Miguel Madeira. Provavelmente estes numeros são dos funcionários do quadro da Câmara, apesar de muitos serviços terem sido transferidos para empresas municipais cuja transparência é sempre duvidosa, nomeadamente na admissão de pessoal (entenda-se empregos para os amigos)
Enviar um comentário