Veja se consegue adivinhar (sem ir ao Google) de quem é esta citação:
“Portugal vive hoje, sem dúvida, uma das horas mais graves, senão a mais grave, da sua História, pois nunca as perspectivas se apresentaram tão nebulosas como as que se deparam à geração actual. E não se julga necessário fundamentar esta afirmação em análise histórica mais detalhada…, pois nas crises do passado… jamais a essência [de Portugal], a segurança física e o bem-estar material e social de tantos dos seus cidadãos estiveram em tão grave risco como o estão no presente.”
4 comentários:
Salazar?
(Welcome back, Álvaro)
Parece-se-me ser de António de Spínola, no seu livro Portugal e o Futuro.
Caro Àlvaro, Desconfio que seja uma frase do Faraó AOS (Antonio de Oliveira Salazar). Mas é uma frase que no contexto actual podia aparecer pela mão de Medina Carreira ou até talvez de Álvaro Barreto. Não querendo isto significar que estes homens sejam perigosos candidatos a ditadores.
Significa apenas que tal como na primeira républica, os actuais governantes, não sabem dar boa conta da democracia. Navegam à vista, promovem e recompensam clientelas, dão aquilo que não têm, prometem aquilo que não podem cumprir, e arrogam-se previlégios e fatias do bolo completamente ilegitimas.
Em 1926 tinha a minha mãe 7 anos, a sua professora primária esteve 2 anos sem receber o ordenado. Os meus avós que moravam na avenida da Liberdade tinham os vidros das janelas colados com adesivos, por causa dos estilhaços das balas.
E não fora o facto de estarmos na CE e do Estado nos esmifrar com uma carga fiscal absolutamente imoral e que nunca é suficiente para tapar os buracos que entretanto se vão abrindo, muitos professores primários estariam já nas mesmas condições.
E esta frase faz todo o sentido. Estamos a passar uma crise muito profunda. As crises anteriores da nossa história não foram vividas por nós, É natural que a sintamos como a maior crise de todeas. E sem duvida que a insegurança actual, quer física (car-jacking, home-jacking, gangs organizados etc.) quer do ponto de vista do emprego, de viajar em aviões etc., fazem os cidadão sentir-se muito inseguros. Por outro lado muitos países ocidentais e Portugal particuularmente estão com os piores indices de crescimento desde a 2ª guerra.
Caro Àlvaro, esta bfrase faz todo o sentido. E a procissão vai ainda no adro. Pelo caminho que isto toma, pois nada indica que as coisas estejam a melhorar quer do pontode vista económico quer de segurança, veremos se daqui a dpois ou três anos esta frase não faz ainda mais sentido.
Abraço
Antonio
Sim, a frase é do Spínola, que alías nunca foi uma personagem brilhante apesar de competente. Mas com esta citação, quer o meu caro Álvaro significar que o seu inabalável optimismo começa a transmutar-se em (duro)realismo? :-)
Olhe, parece-me que se cá estivesse a viver creio que faria decerto esse percurso realista de pendor pessimista perante a degradação da situação. Por exemplo, no sábado cheguei da Costa Vicentina, do Rogil, freguesia de Aljezur, lugar absolutamente pacato desde sempre. Pois bem: quando fui levantar dinheiro ao multibanco deparei-me com o local estilhaçado. Porquê? Houve um assalto com uma retroescavadora (também roubada) que rebentou a parede e levantou a maquina de ATm. Li ontem que a GNR capturou 4 indivíduos, um deles com uma arma de guerra, e levados a tribunal foram enviado para casa com termo de identidade e residência. A estas horas já atravessaram a fronteira.
Aqui no Algarve, nos arredores de Loulé, tem havido dezenas de casas (a maioria de cidadão comunitários)que são assaltadas8uma delas foi assaltada 42 vezes!!!) e a Gnr não consegue travar os assaltos apesar do modus operandi ser o mesmo; e já aconteceu serem detidos suspeitos que são levados a tribunal e libertados por via da nova versão do código penal. Uma trapalhada. Podemos agradecer aos senhores legisladores do centrão.
Sabe o que ouço todos os dias? É que nas pessoas prevalece a sensação de impunidade e facilitismo, do desenrascanço e da subsidiodependência. Incredulidade seja na justiça, na segurança interna, na educação, na saúde, na administração.
Por isso, é com pena que digo, que o Spínola nessa sua citação foi premonitório. Veremos se saberemos, como povo e como nação, reparar os danos já efectuados e prevenir males maiores, que podem muito bem vir a ocorrer.
Cumprimentos
JAM
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