01 fevereiro 2010

O DÉFICE DE OBAMA E PORTUGAL

Na apresentação do Orçamento de Estado para 2010, Obama afirmou o seguinte: "We simply cannot continue to spend as if deficits don't have consequences, as if waste doesn't matter. It's time to save what we can, spend what we must and live within our means once again."
Obama diz isto apesar de o seu orçamento incluir medidas de estímulo à economia e apesar de os seus críticos argumentarem que o presidente americano é um "despesista". Talvez seja. No entanto, é interessante observar que o novo OE americano inclui planos muito claros quanto à redução do défice: novas taxas financeiras (como é claro), novas receitas e o congelamento de todas as despesas públicas de todos os ministérios com a excepção da Defesa. Como se prevê que o PIB dos EUA tenham um crescimento nominal nos próximos anos, o congelamento das despesas irá fazer com que as despesas públicas em percentagem do PIB vão cair.Como convém a países com défices elevados e uma dívida pública em crescimento exponencial.
E em Portugal? Em Portugal, os nossos governantes continuam a gastar como se não houvessem consequências, como se não tivessemos que viver dentro das nossas possibilidades. Não seria bom que os nossos governantes aprendessem alguma coisa com Obama, que tantos entre nós admiram?

2 comentários:

Gi disse...

Pode prever-se que o PIB dos EUA venha a crescer. E o nosso? Alguma razão para que isso aconteça?

antonio disse...

Caro Àlvaro

A propósito de deficit aproveito para fazer uma pergunta ao professor de economia. Um deficit a rondar os 10% é evidentemente perigoso, sobretudo quando as despesas correntes é que explicam.

Diz-se hoje em dia que um deficit aceitável deve rondar os 3%. A minha pergunta é a seguinte: Todo o deficit que tenha como explicação as despesas correntes tem algo de aceitável? È que se o deficit for causadso por despesas em investimentos estruturais que permitam pensar que o investimento de hoje será pago com o superavit de amanhã então eu penso que teremos um bom deficit, e se este representar uma parcela mais alta do PIB não será mau apenas por facto de ppoder representar 4 ou 5% do PIB.

Agora um deficit persistente que seja permanente causado pela necessidade de financiar despesa corrente, parece-me que será sempre um mau deficit.

Porque muito ou pouco, mais depressa ou mais devagar fará sempre com que o Estado perca autonomia e fique mais dependente de terceiros

Se puder caro Àlavaro, explique-me se o meu raciocinio está certo

Antonio