20 dezembro 2010

AMENDOINS PARA PAGAR CONSULTAS

As coisas no Zimbabwe estabilizaram um pouco nos últimos tempos. Após meses de uma hiperinflação recorde e de um crescente caos económico, o acordo de partilha do poder entre Mugabe e a oposição trouxe um pouco mais de estabilidade macroeconómica ao país. E para acabar com a hiperinflação, o Zimbabwe adoptou o dólar americano como moeda de referência, o que permitiu uma descida da inflação para níveis abaixo de 4% ao ano. 
O problema é que o Zimbabwe tem poucas reservas e a oferta de dólares americanos permanece bastante escassa. Por isso, e continuando um dos legados da hiperinflação, uma percentagem bastante elevada da população do Zimbabwe opta pela troca directa para efectuar as suas transacções. A troca directa permanece assim bastante generalizada no país, sendo inclusivamente utilizada para pagar consultas nos hospitais. Como podemos ler neste artigo do New York Times, os hospitais chegam a reservar partes das suas instalações para armazenar os produtos agrícolas (amendoins, feijões, etc) que os doentes utilizam para pagar as consultas médicas. Mais uma das heranças da liderança iluminada de Mugabe... 
Já agora, vale a pena acrescentar que o Zimbabwe é um dos poucos países do mundo cujos níveis de vida e indicadores de educação e de saúde são piores do que há 40 anos.

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