O New York Times incluiu na sua edição de ontem uma pequena apreciação do Plano de Estabilidade agora apresentado pelo governo. Vale a pena salientar duas pequenas frases, que traduzem bem a credibilidade deste PEC a nível internacional:
"Portugal plans to cut its budget deficit to below the euro zone’s limit by 2013 by reducing investment and capping wage growth in the public sector, but the government is also counting on an economy recovery starting this year."
"Some economists said the plan may be too dependent on economic growth, meaning more measures will be required if the economic expansion fails to materialize."
Ou seja, como alguns comentadores internacionais afirmaram, este PEC é "austeridade à portuguesa"...Muito credível, sem sombra de dúvida.
4 comentários:
O pior é se a economia não cresce. Estamos sempre "à espera do ovo no rabo da galinha".
Carlos
Já começa a ser tradição esta austeridade à portuguesa.
Dizem que todos vão pagar a crise, se assim fosse as primeiras medidas do PEC consistiriam na redução do peso Administração Pública.
O que vejo é que não reduzem e ainda criam abominações como a Secção de Tauromaquia do CNC. E também vejo que ao reduzirem o pessoal sem reduzirem mais nada, os cidadãos estão a ser muito prejudicados, nomeadamente com aumentos de tempo de espera e redução de horários de serviços.
O princípio da que a melhor via é a estimulação da economia parece pacífico e sem discussão. O que merece discussão é como é que se estimula uma economia? Dá-se mais dinheiro às empresas diminuindo a carga fiscal, por exemplo? Aumenta-se o quê e diminui-se o quê? Eu não sei. Como leigo em economia consigo conceber um Estado como a maior fábrica de empregos, mas realmente não sei quais as melhores medidas para estimular uma economia. Por outro lado, que fazem os países ricos para estimular a economia? Pura e simplesmente exercem o mínimo controlo possível sobre os mercados.O problema é que uma boa franja da população vai passar a viver muito mal, num país com uma economia muito boa. Ou estou a ver mal as coisas?
Carlos
Pois, é isso mesmo. Se a economia não cresce, não há nenhuma possibilidade de consolidação orçamental (a não ser que se cortem as despesas...)
C. Alexandra,
Pois, este PEC fala muito da redução da despesa, mas não é crível que tal aconteça. A redução dos funcionários públicos irá continuar. O que o Governo pretende é que haja uma maior eficiência da burocracia do Estado. Veremos se acontece.
Rolando,
felizmente, o Estado não é a maior fábrica de empregos, apesar de que, em Portugal, o Estado tem uma preponderância demasiado elevada. Como estimular a economia? A melhor maneira é através do investimento privado e das exportações. Quando estes motores estão gripados, como agora, o Estado deve fazer tudo para ajudar a iniciativa privada, não necessariamente tentar carregar a economia às suas costas, como os nossos governantes parecem querer fazer.
Abraço
Alvaro
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