08 abril 2010

SAIR DO EURO (3)

A revista Visão publica hoje um artigo meu sobre os custos e os benefícios de uma eventual saída do euro. Aqui fica um cheirinho:
"Se subtrairmos os benefícios e os custos de uma eventual saída do euro, facilmente concluiremos que as vantagens seriam bem menores do que os custos de sair. Sair do euro pode ser um erro que poderemos pagar muito caro. Quer isto dizer que Portugal (ou outro país) nunca sairá do euro? Não necessariamente. Por um lado, é sempre possível sermos forçados a sair... Por outro lado, se a estagnação económica se prolongar, é igualmente possível que nós próprios optemos por sair do euro. Um governo mais populista poderá sempre pensar que tem mais a ganhar com uma saída do euro a curto prazo, mesmo que tal decisão seja nefasta para a economia a longo prazo. 
Sair do euro resolveria os problemas da economia nacional? Claro que não. Os problemas da economia nacional só poderão ser resolvidos com aumentos da produtividade, com exportações mais competitivas e com o ressurgimento do investimento privado. Ainda assim, se a crise continuar, a triste verdade é que uma saída do euro poderá tornar-se demasiado tentadora aos olhos de um eleitorado farto de fazer sacrifícios que não parecem dar resultado. E se o país continuar sem saída, é natural que procuremos saídas onde seria desejável não o fazer."

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