Segundo o PUBLICO de hoje, algumas das concessões rodoviárias promovidas pelo governo vão ter uma derrapagem orçamental de pelo menos 40 por cento, o equivalente a cerca de 750 milhões de euros. De acordo com o jornal, "A disparidade entre os valores anunciados e aqueles que aparecem nas propostas é explicado por uma "diferença de conceitos relevante": "enquanto o custo divulgado pelo Governo é o típico custo de construção da via, a rubrica "custo de construção" apresentada pelos concorrentes inclui quer o custo de construção da via, quer o custo com equipamentos e expropriações". A mesma fonte acrescenta que os valores anunciados pelo Governo são meras "estimativas realizadas de acordo com os projectos iniciais que serviram de base ao lançamento dos concursos", enquanto as propostas dos concorrentes incorporam, também, todos os efeitos do risco de construção. "
Ou seja, estes 750 milhões de euros adicionais nem sequer têm em linha de conta as derrapagens de custos que irão certamente acontecer devido ao aumento dos preços dos produtos petrolíferos e dos custos de construção. Ou seja, as diferenças entre o que estas obras vão custar e o orçamentado e previsto pelo governo serão bastante elevadas.
Ora, se é assim com estradas (que estamos habituados a fazer), o que irá acontecer com o TGV? Não há problema. Afinal, haverá sempre quem pague a factura (isto é, os contribuintes). Foi um azar, dizer-nos-ão. Foram os imponderáveis, informar-nos-ão. Talvez sejam. Mas o mais provável é que tudo não passou de mau planeamento na pressa de satisfazer a febre do betão. É só pena que nunca haja ninguém que se responsabilize por estas derrapagens mais-que-esperadas.
1 comentário:
Infelizmente em Portugal a derrapagem já é regra. Para quando a condenação por crime económico?
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