Como acontece todos os anos, os cientistas do Environment Canada elegeram os dez eventos meteorológicos do ano. Num país tão vasto, não é surpreendente que hajam as mais variadas catástrofes, bem como fenómenos climáticos extremos. No entanto, o evento eleito como sendo o mais marcante do ano tem implicações não só para o Canadá, como também para o resto do mundo. Para surpresa de todos, em meados de Setembro, imagens de satélite revelaram que o degelo do Ártico tem ocorrido a um ritmo muitíssimo mais elevado do que estimado pelas previsões mais pessimistas dos cientistas. No final do Verão de 2007, havia cerca de 23 por cento menos gelo do que em 2006. O degelo é extremamente dramático e revelador, pois uma grande maioria dos nossos modelos climáticos previa um degelo desta magnitude somente daqui a 30 anos! Claro que um ano não são anos, e uma observação não faz uma tendência. O problema é que a tendência existe. Nos últimos 15 anos, os Invernos no Ártico têm sido demasiado brandos e temperados, e os 5 dos 10 anos mais quentes que há registo aconteceram desde 2001.
Sinais alarmantes daquilo que será o nosso futuro comum. Um Ártico sem gelo no Verão. Os níveis dos mares a subir. E o agravar dos fenómenos extremos.
Mais do que a invasão espanhola, da competição chinesa ou indiana, ou o descer nos rankings relativos de países, as alterações climáticas são e serão o nosso maior desafio. Prevenir e planear são as palavras de ordem. Esperemos que não sejam, como é costume entre nós, palavras vãs.
ASP
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