10 setembro 2008

PALIN, PALIN

A corrida à Casa Branca modificou-se totalmente com a chegada da Sarah Palin, candidata dos Republicanos à vice-presidência dos Estados Unidos. A primeira reacção foi de surpresa. Depois, veio o descrédito. Vários analistas deram a corrida por terminada, pois não era crível que uma governadora do pequeno estado do Alasca com apenas dois anos de experiência pudesse ajudar McCain. Estaria McCain a ficar demente?, perguntaram uns. Como é que ele teve coragem de escolher alguém com tão pouca experiência e com credenciais tão duvidosas (como, por exemplo, o marido ter pertencido a um partido que defense a independência do Alasca).
E depois veio o discurso na convenção Republicana. E tudo mudou. De um momento para o outro, Sarah Palin ficou uma heroína para os Republicanos, uma líder incontestada, uma mãe de cinco filhos que representa “tudo de bom que há na América”. Como Obama conseguiu na convenção democrata de 2004, Palin ficou uma estrela do seu partido imediatamente.
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Independentemente de gostarmos ou não das ideias de Palin, deve dizer-se que o discurso foi realmente muito bom e muito incisivo. A história de Palin é admirável, nem que não seja pelo facto de ser a primeira mulher com filhos pequenos que pode atingir um cargo tão importante nos EUA. E o discurso mudou a corrida à presidência. Não é à toa que McCain está à frente de todas sondagens pela primeira vez em muitos meses.
Porém, apesar de todas as suas virtudes, também convém não esquecer aquilo que Sarah Palin representa. Palin é uma criacionista que defende o ensino do criacionismo nas escolas públicas, acredita que a guerra do Iraque é literalmente uma guerra em prol de Deus, pensa que uma conduta petrolífera do Alasca é uma obra divina, acredita que o fim do mundo está a chegar, entre muitas outras coisas. Palin é tão ou mais radical do que Bush. E, como muitos dizem, está a um “bater do coração” (heartbeat) e a um coração de 72 anos de se tornar a pessoa mais poderosa do planeta.

3 comentários:

Unknown disse...

Olá Álvaro,
primeiro que tudo acabei o livro dos "mitos" que gostei bastante. Acaba por conseguir trazer para a realidade os mais desatentos. Mais uma vez, acho que este livro devia ser lido por todos os portugueses que se interessem pelo futuro do nosso país. O título foi tão bem escolhido, que sem lhe dar qualquer perspectiva da leitura que estava a efectuar, o meu sogro pediu-me o livro emprestado :-)).

Relativamente às eleições, é um exemplo um pouco extremo mas Adolf Hitler também era um excelente aluno e depois foi o que se viu. Acho que os americanos estão iludidos com alguém que é um exemplo pela vida que teve e pelo que teve de lutar. Já o resultado das suas ideias podem ser questionáveis...
Cps/Fernando

Anónimo disse...

Assusta-me...

Alvaro Santos Pereira disse...

Olá Drumster,

Obrigadíssimo pelos seus comentários. Fico muito satisfeito que tenha gostado do Mitos. Espero que o seu sogro também goste ;)

ABraço

Alvaro