05 março 2009

700 MIL EMPREGOS

As notícias que nos vêm dos Estados Unidos continuam pouco animadoras. Em Fevereiro a economia americana perdeu quase 700 mil empregos. Ainda não se vislumbra luz ao fundo do túnel.

1 comentário:

antonio disse...

Caro Álvaro,

De Setembro de 2008 até hoje houve um agravamento de quase 70% na taxa de desemprego nos USA que na altura rondava os 4.8%.

E este aumento dramático do desemprego tem acompanhado o degradar da situação económica e financeira mundial.

E não só se não vislumbra luz ao fundo do tunel como diariamente e semanalmente as empresas e as bolsas continuam a colapsar. A um ritmo alucinante. Do ponto de vista bolsista a semana que terminou foi aliás assustadora.

E não me parece que haja qualquer razão para que a situação veja quaisquer melhoras.

Esta crise é quase só uma crise económica. De há muito para cá que os diversos agentes económicos não conseguiam gerar rendimentos e rentabilidades que lhes permitissem manter o seu nivel de actividade.

E assim se recorreu de uma forma absolutamente desequilibrada ao crédito como forma de injectar dinheiro na economia e manter o nivel de actividade económica.

Só que como não houve melhoria da situação económica o que aconteceu é que os agentes económicos se viram a braços com mais uma dificuldade. Para além da falta de rentabilidade sustentada dos seus investimentos, começou-lhes a cair em cima o peso dos encargos financeiros. E assim a crise económica passou a financeira.

Contudo não há falta de dinheiro a circular. Pessoalmente continuo a receber cartas de bancos informando-me que tenho créditos aprovados (créditos esses que eu não pedi) e à minha empresa continua a ser oferecido juro à taxa euribor mais 0.5% o que neste momento significa apenas 2% de juro.

E porque é que eu consigo um juro tão bom? Porque tenho uma situação financeira extremamente equilibrada donde o factor risco é muito baixo. Mas mesmo assim eu não recorro ao crédito. Porque a minha carteira de encomendas está a mergulhar e eu estou com um enorme excesso de capacidade produtiva não necessitando por isso de expandir a minha capacidade. Bem pelo contrário. Donde antevejo dentro de poucos meses estar a braços também com um enorme e irresoluvel problema financeiro já que a falta de rentabilidade actual da minha empresa vai gerar brevemente um enorme desequilibrio financeiro.

Por aqui eu fico a saber que a crise financeira quase ou nada existe. Ela advem de uma uma fortissima crise económica que se arrasta há muitos anos e que conseguiu ser durante muitos anos disfarçada com o recurso em doses maciças ao crédito.

Para que a retoma económica aconteça todos nós temos de passar a gastar muito mais. Mas caro Álvaro, o meu volvo já está bem velhinho mas continua a pegar à primeira e o seu execelente ar condicionado é a a unica coisa que eu lhe exijo. Quero lá saber do computado de bordo!

E para que quero eu uma casa de férias se com o IMI que vou pagar, o seguro, o condominio as despesas mensais dos contadores de água, gás e electricidade e a senhora que me vai limpando a casa e o jardineiro que mantem o jardim eu gasto muito mais dinheiro anualmente do que necessito para duas férias anuais num qualquer resort de luxo.

E este é o grande problema da nossa economia. Apareceram os mercados emergentes e existe hoje em dia uma enorme capacidade de oferta que nós enquanto conmsumidores não temos capacidade de absorver. E da qual não necessitamos.

Eu sei que isto é dificil de compreender para um economista. Talvez mesmo, dificil de engolir. Contudo....


E claro que há empresas a dizer que não têm acesso ao crédito e que os juros estão altissimos.

Eu, se fosse banqueiro também não emprestava a empresas superendividadas e com margens de rentabilidade negativa. Porque o dinheiro que eu empresto não me cai do ceu.


Desculpe a seca e uma abraço

Antonio