25 março 2009

TO LIVE



Acabei de ler um dos livros que mais me surpreendeu recentemente. O livro chama-se "To Live" e é da autoria do consagrado escritor chinês Yu Hua. Sim, consagrado. Apesar de ser um desconhecido entre nós, Hua já vendeu milhões de livros no seu país natal e cada livro que publica torna-se num enorme êxito editorial, um feito assinalável num país onde a pirataria ainda assume proporções muito grandes. "To Live" é um retrato brutal da China do século 20, através dos olhos e das vidas de uma família que passa pelas atribulações da Segunda Guerra Mundial, a tomada do poder pelos comunistas, a reforma agrária, as várias campanhas e loucuras do regime de Mao Tse Tung, e a revolução cultural.
O livro é tão real sobre as condições de vida na China comunista que foi inicialmente proibido pelo regime chinês. Mais tarde, serviu de base para um filme com o mesmo nome do conhecido realizador chinês Zhang Yimou.
Esta é uma história fascinante que nos transporta para uma realidade que poucos de nós conhecem, num país com tradições e com uma cultura muito diferente da nossa. Simplesmente, um livro a não perder. Um livro que, espero, seja traduzido o mais brevemente possível entre nós. Yu Hua é um autor a descobrir. Por mim, vou comprar rapidamente as suas outras obras as ler com o maior interesse.

2 comentários:

antonio disse...

Caro Álvaro,

Obrigado pela noticia do livro. Vou ficar à espera da versão portuguesa durante uns tempos.
Senão compro a inglesa.

Como hoje estou profundamente reaccionário, esta historia da revolução cultural chinesa leva-me ao holocausto.

E a proposito disso vi ontem na televisão a cena no paralamento europeu a assobiar o Le Penn.

Le Penn podia até ser de extrema direita sem ser um imbecil.
Porque eu até entendo que uma pessoa, sobretudo hoje em dia com um certo caos e uma falta de valores que parece reinar, seja a favor de uma democracia musculada, da ordem publica etc.

Diria até que hoje em dia em Portugal muitas pessoas não veriam com maus olhos um regresso de um Salazar pois estão fartas desta orgia democrática de distribuiução de privilégios e benesses, feitos em nome dessa mesma democracia.

Agora o que eu não compreendo é que se cometa a imbecilidade de negar o holocausto. Algo que só nos pode causar horror e envergonhar a todos.

Dito isto, o que me causa um profundo asco, não é que os senhores eurodeputados tenham assobiado o Le Penn mas que certos deputados com tiques de revolução cultural como por exemplo alguns senhores oriundos do bloco de esquerda trotskas e maoistas sejam levados a sério e não sejam desmascarados. É que estes senhores falam e desancam na democracia burguesa com um ar de superioridade moral mas no fundo muitos deles defendem ou não se demarcam das revoluções culturais tipo maoista.

E o povo vê-os criticar os péssimos exemplos da nossa democracia e bate-lhes palmas sem entender que por detrás estão uns senhores que fecham os olhos a situações mutissimos mais horrorosas e crueis.

Mas a esses deputados de extrema esquerda que defendem valores inconfessáveis já os senhores deputados burgueses batem palmas e acarinham. Porque não o mesmo tratamento que dispensam a Le Penn?

Caro Álvaro, aproveitei-me deste seu post para deitar cá para fora um pouco do meu veneno, mas acho que a confusão e o complexo de esquerda que domina a nossa sociedade e que a impede de ser uma sociedade de valores e convicções não permite que o nosso país dê a volta. Havemos de continuar a chafurdar nesta lama cinzenta que nos impede de andar em frente.


Um abraço

Antonio

Joao Bispo disse...

Obrigado pela sugestão, fiquei interessado no livro.