31 julho 2008
O GIGANTE EMERGENTE?
30 julho 2008
NEGOCIAÇÕES FALHADAS
29 julho 2008
CASAS MENOS CARAS
O LEGADO DE BUSH
28 julho 2008
EMBRAER EM PORTUGAL
26 julho 2008
O JOGO DE DeNIRO
Acabei de ler "De Niro's Game" do escritor líbano-canadiano Rawi Hage, que foi recentemente editado entre nós pela Civilização Editora com o estranho título "Como a Raiva ao Vento" (não percebo muito bem porque é que não traduziram o título inglês, mas enfim). Como o li em inglês, não sei como é que será a tradução portuguesa. No entanto, este é um livro a comprar. Um livro óptimo para as suas férias do Verão.
Este é o primeiro romance de Rawi Hage, um livro que recebeu em, Junho último o prémio literário mais generoso do mundo, o International IMPAC Dublin Literary Award, para o qual livros de todos os países podem concorrer. O livro merece o galardão. Hage descreve magnificamente a história de dois rapazes que crescem no ambiente violento da guerra civil libanesa. Beirute é uma cidade cercada e dominada pelas milícias cristãs, muçulmanas e comunistas. Bassam e George (De Niro) vivem as atribulações e as idiossincracias da guerra e são moldados pela mesma. Hage transporta-nos para a vida em Beirute durante a guerra, com todos os seus excessos, perigos e contradições. Apesar dos estilos serem muito diferentes, Rawi Hage é uma espécie de Khaled Hosseini do Líbano. Um livro fabuloso que vale a pena ler.
25 julho 2008
CAROS CARROS
OBAMANIA
PRIMEIRA CLASS
24 julho 2008
O PÉRIPLO DE OBAMA
As visitas ao Afeganistão e ao Iraque são bastante significativas, pois indiciam a mudança de rumo que a política externa americana irá ter caso Obama ganhe as eleições em Novembro próximo. Obama garante que, se se tornar presidente, as tropas americanas irão retirar-se do Iraque no espaço de 16 meses e concentrar-se no conflito do Afeganistão. Como na América, a decisão de invadir o Iraque é cada vez mais vista como um erro estratégico com graves custos humanos e financeiros, Obama aparece assim ao lado do(a) americano(a) médio, ao contrário de John McCain, que continua a advogar a permanência das tropas americanas no território iraquiano por tempo indeterminado. Tal posição certamente dará cartas (e votos) a Obama no confronto de Novembro.
Se ganhar as eleições, e mesmo que a retirada do Iraque corra mais ou menos bem, os principais problemas de um presidente Obama poderão ser os imponderáveis. Há cada vez mais analistas que pensam que poderá estar por meses um ataque israelita às instalações nucleares do Irão. É quase impossível prever as consequências políticas, militares e económicas de tal ataque (para além do agravamento do choque petrolífero actual). Como reagirá Obama a tal cenário será certamente uma das questões que serão colocadas ao candidato Democrata quando visitar Israel.
Para além do mais, é visível que a situação no Afeganistão não é a mesma do que há sete anos atrás. Há sete anos havia apoio das populações e as forças da coligação controlavam quase todo o território afegão. Hoje em dia, nenhuma das condições se encontra presente. Como manter a tropas americanas (e ocidentais) num terreno cada vez mais hostil, será uma das questões que o próximo presidente americano terá de enfrentar.
Mas isso são questões para o futuro. Por enquanto, o melhor que Obama tem a fazer é continuar a parecer presidencial. O tempo das grandes decisões pode esperar.
23 julho 2008
PARAGEM DOS FUNDOS EUROPEUS
22 julho 2008
UMA ÓPTIMA NOTÍCIA
UM POUCO DE CANADÁ
21 julho 2008
CAMPEÕES NACIONAIS
CIGANOS ITALIANOS
NOTA DE 100 BILIÕES
LISBOA NO NEW YORK TIMES
18 julho 2008
NOTA DE 50 BILIÔES
NOTA DE 500 MILHÕES
17 julho 2008
MÁS E BOAS NOTÍCIAS
16 julho 2008
A DESVALORIZAÇÃO DO EURO
A GRANDE VITÓRIA
15 julho 2008
ECONOMIA PORTUGUESA
MAIS MÁS NOTÍCIAS DOS EUA
14 julho 2008
INTERVENCIONISMO DISFARÇADO
O DESMITOS NO SEU MELHOR _ Perguntas dos leitores
- O António afirma: "o PIB e consequentemente o rendimento per capita é hoje 22% superior ao que era há 12 anos atrás. Como é possivel então esta enorme sensação generalizada de crise, lojas e restaurantes a fecharem e a enorme sensação de perca de poder de compra. Com raras excepções, julgo que a generalidade das pessoas se sente hoje mais pobre do que há 12 anos. E isso nota-se claramente no comportamento das pessoas. Não creio que isto seja uma mera ilusão." É verdade que o PIB cresceu entre 1 a 2 por cento nos últimos anos. Quando o PIB por habitante cresce a 1 por cento ao ano, leva 70 anos para que o PIB per capita duplique. 70 anos. O que quer dizer que em 10 anos, pouca diferença se irá notar nos rendimentos dos particulares. Por outro lado, como o debate indicou, em parte, a resposta a este aparemte paradoxo pode ser atribuída ao endividamento das famílias. Há 12 anos muitas das nossas famílias (sobre)endividaram-se para poderem comprar carros, casas, CDs, aparelhagens, viagens ao Brasil e muitas outras coisas. Ou seja, o consumo foi imediato, mas o pagamento foi faseado por alguns anos. Doze anos mais tarde, muitas famílias continuam a pagar as suas casas, os seus cartões de crédito, e as suas viagens ao Brasil. Por que o fazem, e por que estão demasiado endividadas, agora não podem comprar carros novos, viajar para o Brasil (ou outros lugares) e/ou embarcar em grandes loucuras consumistas. Por isso, é natural que haja mal-estar: as dívidas persistem mas o consumo não aumenta. Isto passou-se em vários países, mas em Portugal foi pior, porque atingimos níveis de endividamento superiores.
- Desigualdades de rendimentos. A hipótese avançada pelo Tiago faz todo o sentido. No entanto, há igualmente outros factores a considerar. Não só o aumento do PIB foi muito reduzido, como também não há grandes sinais que as desigualdades sociais estejam a aumentar em Portugal. As desiguldades são grandes e graves, mas não parecem estar a aumentar.
- Confiança dos consumidores. O Miguel fala de um assunto pertinente, a baixa confiança dos consumidores, que não dá mostras de aumentar. Indepedentemente da importância do consumo, mais do que a confiança dos consumidores, é vital haver uma recuperação da confiança dos investidores. Porquê? Porque o consumo quase sempre avança ou recua ao ritmo do PIB, enquanto o investimento responde 2 a 3 vezes mais do que o PIB. Ou seja, quando o PIB cresce 10%, o investimento cresce 20 ou 30%, quando o PIB cai, o investimento cai muito mais. Por isso, o melhor indicador de retoma económica é a confiança dos investidores. Quando estes(as) tiverem mais optimistas, podemos estar certos que a retoma estará à porta.
LIMPAR O TELHADO
COMO MATÁ-LOS
11 julho 2008
BEST BOOKER
10 julho 2008
O PESSIMISMO DAS EMPRESAS
INEFICIÊNCIAS
09 julho 2008
NEM TUDO VAI MAL
Traduzindo o economês (lendo o texto não admira que as pessoas achem a economia cheia de "números" e "chata"):
07 julho 2008
LIVROS CHAMUSCADOS
Milhares de livros chamuscados após um incêndio numa biblioteca em Genebra, Suíça.
QUE PIB? QUE INFLAÇÃO?_ Perguntas dos leitores
- Os números do PIB quase sempre são apresentados tendo em conta a inflação. Como o António refere, seria muito má ideia apresentar os dados em termos nominais. Se assim fosse, o PIB seria inflacionado pela subida dos preços. Por exemplo, como já aqui falámos, no Zimbabwe a taxa de inflação atinge os 150 mil por cento ao ano. Como o PIB a preços correntes mede o valor de tudo o que se produz num país (isto é, os preços de todos os bens e serviços multiplicados pelas quantidades transacionadas), então o PIB do Zimbabwe está a crescer e a taxas fantásticas. No entanto, se medirmos o PIB do Zimbabwe a preços constantes (isto é, temos X bens e serviços transacionados, mas assumimos que os preços desses produtos são de, por exemplo, 1999), então facilmente concluiremos que o PIB desse país tem decaído substancialmete nos últimos anos. O mesmo se passa em Portugal. Os dados do PIB são quase sempre os do PIB real (i.e. ajustado da inflação). E por isso, a variação é real e não motivada pela subida dos preços. Não temos que nos preocuparmos sobre isso.
- Quanto à taxa de inflação, como já aqui falámos, é verdade que há alguns problemas e dificuldades associados ao cálculo dessa taxa. Porém, a metodologia utilizada pelo INE e por outros institutos de estatística nacionais é comum a nível internacional (com algumas diferenças nacionais). O cabaz é determinado assumindo os hábitos de consumo de um cidadão médio. Como é uma média, não leva em linha de conta as taxas de inflação de acordo com os diferentes consumidores. Por exemplo, o cabaz de consumo dos consumidores mais pobres inclui uma maior percentagem de gastos em comida do que o cabaz dos mais ricos. Como os preços alimentares têm crescido mais do que outros produtos, os mais pobres têm taxas de inflação mais elevadas do que os mais ricos. No entanto, quando achamos a média, estas diferenças desaparecem. É esta uma das razões porque a taxa de inflação ainda não é muito significativa, apesar do aumento do preço do petróleo e dos bens alimentares
Obrigado
05 julho 2008
ILUSIONISMO À PORTUGUESA (2)
ILUSIONISMO À PORTUGUESA _ citação
APITO NADA FINAL
04 julho 2008
MORRER É BOM
Na UE, Portugal tem também uma das mais baixas taxas de natalidade das empresas. Só o Chipre e a Suécia (por razões distintas) conseguem gerar menos empresas por ano do que nós. A nossa taxa de natalidade empresarial é na ordem dos 6.8 por cento (do total das empresas), o que corresponde ao terceiro pior desempenho dos países da UE.
A mesma lógica aplica-se à taxa de sobrevivência empresarial, que é muitíssimo mais elevada em Portugal do que nos outros países europeus. A taxa de sobrevivência das nossas empresas ronda os 95 por cento. A média europeia é de cerca de 75 por cento. Com efeito, ninguém se aproxima às nossas taxas de sobrevivência empresarial. As nossas empresas sobrevivem e sobrevivem e sobrevivem. Contra tudo e contra todos.
Ora, estes indicadores são, acima de tudo, um sintoma do quão pouco dinâmica ainda é a nossa economia. É muito provável que este baixo dinamismo empresarial tenha duas causas. Em primeiro lugar, a ditadura de Salazar. A ditadura teve enormes repercussões políticas, como todos sabemos. Porém, o maior legado da ditadura é provavelmente económico. Ao envolver as nossas empresas numa redoma proteccionista, a ditadura de Salazar contribuiu a longo prazo para um menor dinamismo empresarial. Em segundo lugar, a invulgar taxa de sobrevivência das nossas empresas deve-se também ao Estado e, em particular, à ineficiência do nosso sistema judiciário. Um processo de falência em Portugal continua a ser uma autêntica tortura para todos os intervenientes. O processo arrasta-se e arrasta-se nos tribunais anos a fio. É como se tivéssemos um doente em morte cerebral, mas temos medo de desligar as máquinas porque ficamos à espera de um milagre que nunca irá acontecer.
Não é assim surpreendente que as nossas taxas de capital de risco sejam das mais baixas da União Europeia. Arriscar em Portugal continua a ser uma palavra proibida ou, pelo menos, maldita. É uma pena, porque é quando se arrisca, quando se inova, conseguem-se vantagens competitivas sobre os nossos concorrentes
Nesse sentido, vale a pena lançar um repto a nós próprios e ao governo. Em vez de desperdiçarmos recursos num novo delírio do betão, devíamos canalizar os nossos esforços para o aumento da competitividade e dinamismo da nossa economia. Parte deste aumento da competitividade inclui um maior dinamismo na criação e destruição das empresas. Ao flexibilizarmos a natalidade e a mortalidade das empresas, ao acelerarmos os processos judiciais relativos à falência das empresas e ao fornecermos incentivos para uma menor taxa de sobrevivência das empresas, estaremos a contribuir para aumentar o dinamismo da nossa economia. E, ao fazê-lo, quem beneficiará será o crescimento económico e o desempenho da economia a médio e longo prazo.
03 julho 2008
SUBIDA DOS JUROS (3)
02 julho 2008
NÃO HÁ DINHEIRO
- Como é que tenciona ganhar as eleições? Se não dinheiro para nada, o que é que um seu governo tenciona ajudar os portugueses(as)? Somente combater o défice orçamental?
- Que medidas é que propõe para combater a estagnação dos últimos anos e, pior, os efeitos do choque petrolífero? Combater o défice não chega para estimular uma economia. Ou será que Manuela Ferreira Leite pensa que sim?
- Todo o investimento público é mau ou haverá algum que faz sentido? Se o TGV é um erro, o que fazer com o dinheiro que lhe é destinado?
Esperemos que nos próximos tempos a líder da oposição consiga esclarecer a sua posição nestas matérias. De uma coisa podemos estar certos. O discurso de austeridade de Ferreira Leite não se alterou nos últimos anos. Porém, se tal discurso fazia sentido em 2002 ou em 2003, o mesmo não é verdade hoje em dia. O cinto dos portugueses já está apertado e vai ficar ainda mais com a crise internacional e com as subidas dos juros projectados pelo Banco Central Europeu. O desemprego já é dos mais elevados na União Europeia e irá certamente piorar antes de melhorar. Ficar de braços cruzados ou alegar que nada pode ser feito poderá ser um erro de dimensões colossais. E, certamente, é um erro político que Ferreira Leite arrisca-se a pagar.