Primeiro as más notícias. O INE divulgou hoje as suas estimativas para a actividade económica dos primeiros e segundos trimestres de 2008 e concluiu que houve um agravamento significativo do sentimento económico e da confiança dos agentes económicos. Os factores que realmente interessam para a retoma, as exportações e o investimento, também abrandaram. No entanto, é de referir que, apesar do choque petrolífero, as exportações continuam a crescer a um ritmo significativo na ordem dos 5.8 por cento. Se isto é uma grande recessão, venham muitas. O pior é em relação ao investimento, que retoma a sua trajectória descendente após uma recuperação tímida no ano passado. A principal causa desta queda do investimento foi o sector da construção.
Mas nem tudo são notícias más. O FMI reviu em alta as suas previsões para a economia mundial, que agora se estima venha a crescer acima dos 4 por cento este ano. Isto é, apesar de um choque petrolífero, de uma grave crise financeira nos Estados Unidos (com ramificações noutros países) e uma subida acentuada dos preços dos produtos alimentares, a economia mundial ainda cresce a um ritmo bastante alto. Boas notícias para os países subdesenvolvidos e para o nosso sector exportador, que será menos afectado pela crise internacional do que anteriormente se tinha previsto.
Moral da história: a economia mundial está hoje bem mais resistente a choques negativos como o que vivemos do que há 30 ou 20 anos atrás. E porquê? Porque, contrariamente aos choques petrolíferos dos anos 70 e 80, os países subdesenvolvidos estão hoje em dia bem mais saudáveis e dinâmicos economicamente. E todos ganhamos com isso.
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