28 julho 2008

EMBRAER EM PORTUGAL

No passado sábado, foi assinado um acordo com a empresa brasileira Embrarer para a construção de duas fábricas de componentes para aviões em Évora. O investimento tem um valor de 148 milhões de euros (mais ou menos o que a IKEA investiu na sua fábrica no norte do país). Como sempre acontece nestas ocasiões, há fortes incentivos financeiros para o investimento da Embraer em Portugal. Como sempre, surgiram opiniões discordantes sobre o apoio estatal, mas não faz sentido a oposição pela oposição. A verdade é que neste tipo de projectos os Estados fazem sempre tudo para atrair empresas e este acordo não é excepção.
Para além do mais, este pode ser o primeiro passo para que a Embraer invista mais em Portugal, quiçá através da construção de uma fábrica de aeronaves. Independentemente, disso se concretizar ou não, porque é que o investimento da Embraer é uma boa notícia? Primeiro, porque a Embraer é simplesmente a líder mundial no segmento das aeronaves médias, produzindo aviões destinados a mercados regionais e médios. Neste segmento a Embraer só tem uma grande concorrente, que é a canadiana Bombardier. Segundo, porque este investimento reforça a tendência (pouco falada entre nós) das exportações portuguesas nos últimos 5 anos, que é o grande crescimento das exportações de médio e alta tecnologia.
De facto, Portugal tem sido um dos países da UE onde as exportações de tecnologia média e alta têm crescido mais rapidamente nos últimos 5 anos, um sinal promissor que algo possa estar a mudar na estrutura das nossas exportações. O investimento da Embraer (e o da Intel, que será anunciado esta semana) só pode ser saudado como um reforço desta saudável tendência. Mais que o TGV ou a construção de novas estradas, é com estes investimentos que a economia portuguesa poderá crescer mais e tornar o seu crescimento mais sustentado e produtivo.

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