13 junho 2011

GRÉCIA, UM NOVO LEHMAN?

Há quem continue a defender que uma eventual reestruturação da dívida grega seria equivalente aos efeitos provocados pelo colapso do Lehman Brothers, que deu iniciou o processo que culminou na crise financeira internacional de 2008. E é também por causa disso que a Europa não consegue decidir o que fazer. 
Ou, pelo contrário, será que é toda a indecisão europeia que tem provocado todas estas reacções? Nos próximos meses saberemos as respostas a estas questões.

2 comentários:

João do Lodeiro disse...

Caro amigo,

Fiquei surpreendido, mas muito agradado, com a possibilidade do meu amigo vir a ser o próximo ministro da economia. Portugal precisava mesmo de alguém com a sua visão sobre economia. Penso que é, sem dúvida, uma excelente escolha. Parabéns!

A tarefa é muito ingrata, o desafio é imenso, mas a recompensa pode valer toda uma vida. Mas não sei, sinceramente, no meio de tantas medidas de austeridade, como fazer crescer a nossa economia. Acho que as medidas da troika não dão qualquer margem de manobra para que isso aconteça. As medidas de austeridade excessivas só têm feito crescer uma bola de neve, que já atingiu uma dimensão nunca vista. A Grécia é um bom exemplo disto mesmo também. O seu destino está traçado devido à mera estupidez dos decisores do BCE e da UE. Eles têm alimentado a especulação. Por isso, ou a UE muda de rumo, ou vamos mesmo assistir a uma catástrofe económica na Europa. Vai ser como um dominó gigante. Espero estar enganado, mas a realidade mostra-nos que a economia internacional está sem rei nem rock. Os mercados são comandados por especuladores sem escrúpulos que os governos e os políticos não têm sabido, ou não têm querido, combater. O documentário “Inside Job” descreve a situação muito bem... E afinal que moral têm as agências de rating (as tais 3...) para, com as suas recomendações, obrigarem à subida das taxas de juro sobre as dívidas soberanas dos países, se são controladas por fundos de investimento com altos interesses nos próprios mercados de capitais? As mesmas que atribuíam AAA ao Lehman Brothers mesmo antes da sua insolvência, tal como à AIG, que gozava do mesmo rating apesar de estar à beira do precipício!... Inacreditável!

Mas mudar de rumo, passaria mesmo por afrontar algumas medidas preconizadas pela troika. Pois sem crescimento e com estes juros não vai ser possível pagar a dívida! Para quê insistir? Sem isso, talvez só reste o combate puro e duro à economia paralela e à fuga ao fisco… o fim do descalabro das ppp, das fundações... acabar com os monopólios… continuar a incentivar tudo o que tenha a ver com energia e ambiente... e o turismo, que é vital para Portugal. Há muito a fazer nesta área... Mas não quero ensinar a missa ao padre, claro. Só quero desejar-lhe as melhores felicidades e fazer votos para que o seu mandato seja um sucesso. A bem de Portugal e de todos nós.

vitor disse...

Não há nada mais injusto que uma crise financeira provocar o colapso da economia ou mesmo uma crise económica. Seja por ganância e/ ou falta de regulação. E basta olhar para o que tem sido o percurso do dolar, para perceber que o pior ainda está para vir. Tal como as réplicas de um terramoto.

Pior que a indecisão ou falta de solidariedade notória, foi achar que a receita que até produziria resultados no norte da Europa serviria também no sul!?

Acho piada quando vejo os jornalistas referirem-se ao sr. Roubini, como o economista que previu a crise!?

Então e eu e os meus amigos? Além da bolha do imobiliário americano, o que não faltavam eram sinais da economia virtual, nas transações nos mercados, etc.

Quem como eu nunca foi às Caimões, podia pensar tratar-se de uma metrópole cheia de arranha céus. Tantas eram as off-shore na mesma morada!?