A queda brutal resgistada ontem nas bolsas europeias é só mais um sintoma que a crise do "subprime" é bem mais do que um problema americano. Neste momento, a Europa está em riscos de ficar tão ou mais afectada pela crise financeira que os Estados Unidos.
Para além da acentuada descida dos mercados bolsistas, o grande problema que seestá a registar na economia americana é o congelamento dos mercados de crédito. Neste momento, o mercado de crédito americano está simplesmente parado. Assumindo que o mesmo possa vir a acontecer à Europa, estas são péssimas notícias para um país sobre-endividado como Portugal, pois o crédito vai ficar mais escasso e mais caro. Muitas das famílias portugueses irão encontrar ainda mais dificuldades para pagarem as suas prestações e as suas dívidas.
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Mas a crise financeira demonstra outra coisa. Como já aqui falámos, nos próximos tempos veremos um novo ímpeto proteccionista e mais intervencionista. Em Portugal e na Europa, iremos certamente ver mais instituições financeiras a serem nacionalizadas temporariamente. Neste sentido, em Portugal, a privatização da Caixa Geral de Depósitos é um assunto morto e enterrado. É certo que há sempre a tentação de nacionalizar a CDG, principalmente quando os recursos do Estado escasseiam. Porém, com a grave crise financeira bem presente, a privatização da CDG é economicamente arriscada e um autêntico suicídio político. Ninguém de perfeito juízo arriscaria privatizar uma instituição financeira que não é só uma referência nacional, como é um dos garantes da estabilidade do sistema financeiro português.
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