Os reflexos da crise financeira americana continuam a fazer~se sentir na Europa. Desta vez, foi o banco alemão Hypo Real Estate, uma das maiores instituições financeiras do país. Para evitar a sua falência, o governo alemão apresentou um plano de resgate no valor de 50 mil milhões de euros, quase um décimo do total do plano americano. As más notícias revelam bem que a crise não é só americana e vai-se fazer sentir cada vez mais na Europa e na Ásia. Porquê? Porque muitas instituições financeiras europeias e asiáticas também lucraram imensamente com os investimentos no mercado imobiliário americano, bem como com os empréstimos de "subprime". Os bancos europeus também emprestaram bastantes recursos aos bancos e seguradoras americanas. Assim, estão bastante expostos à crise financeira que começou na América. A diferença é que enquanto nos EUA tanto o governo como a FEd tem tido uma política muito agressiva para tentar estancar a crise, na Europa os líderes continuam divididos e o BCE é uma lástima de imobilismo (apesar da injecção de liquidez nos mercados).
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O que estas notícias indiciam é que o pior da crise financeira ainda pode estar para vir. Acima de tudo, há cada vez menos dúvidas que a recessão está à porta dos EUA e da Europa. Até pode ser que Portugal venha a crescer um pouco este ano, mas o mais provável é que a recessão também nos bata à porta. Se tal acontecer, vamos lá ver se a obsessão com o défice se vai manter...
1 comentário:
È fácil ir atrás de modas.
Agora diabolizam-se os States por causa da crise financeira.
Como se por cá pelo nabal não se andasse a fazer as mesmas coisas.
Quantas vezes me telefonaram a oferecer-me crédito com spread zero?
Quantas vezes me telefonaram de bancos que não os meus a oferecer-me os seus cartões de crédito, mesmo sem necessidade de ter conta nesses bancos?
Quantas vezes vi ao longo do ano em centros comerciais gente ser abordada por meninas convidando os abordados a aderirem ao seu cartão de crédito?
E aquele anuncio da CGD a oferecer o 1ª prestação a quem optasse pelo crédito da caixa à habitação? Pois se o argumento para captar clientes era a dispensa dea 1ª prestação, imagine-se o que se iria passar com as restantes prestações ao longo nde décadas.
O Álvaro não vive cá. Mas durante meia duzia de anos os bancos deviam representar mais de metade dos anuncios televisivos. Eram só promessas de felicidade.
Ainda me recordo do anuncio do BPI com a Fernanda Serrano e o seu fotoshop que me causavam um formigueiro algures entre o estomago e os joelhos.
Curiosamente esses anuncios reduziram-se a zero. Há meses que não aparece um.
Aonde foi a Banca buscar tanta massa?
É evidente que os States têm a sua quota parte de responsabilidade. E se quer que lhe diga eu não tenho hoje grande simpatia pelos States.
Mas não entro em modas. Acho que as prácticas na Europa, Àsia etc foram exactamente as mesmas. E cá pelo Nabal não fomos melhores.
Claro que o pior ainda está para vir. Aliás apesar da lei Bush já ter passado e o BCE andar também a injectar uns milhares de milhões e governos europeus andarem a tentar a salvar os seus bancos as bolsas continuam em queda acentuada. Prova de que o mercado não tem qualquer confiança no valor das empresas e das respectivas acções.
Mas nisto tudo há uma coisa que me escapa. Onde estavam os gurus da economia, sobretudo os provenientes das universidades americans e que ganham a maior parte dos prémios nobel, porque não havia vozes crediveis antes da coisa rebentar.
Agora, é fácil fazer comentários. É o que eu estou a fazer. Tipo conversa de café. Agora esses gurus que têm o conhecimento e a informação do que se passa pelo mundo não fazerem melhor do que eu é que me deixa desconcertado.
O Álvaro que vive no meio académico certamente entenderá melhor o que é que esses gurus andaram a fazer nestes ultimos anos. Se calhar andaram a ler a Bola nestes ultimos 3 ou 4 anos.
E quando esses Nobel descobrirem que esta crise financeira não vai passar porque por detrás está subjacente uma fortissima crise económica sem solução à vista fruto da impossibilidade das economias ocidentais competirem com a s economias emergentes, então é que vão ser elas.
E caro Álvaro, vou tornar-me vidente. Vou advinhar que vai passar muito tempo até que eu leia coisas suas que transparecu incrivel optimismo.
Um grande abraço
Antonio
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