O António pergunta: "a curto prazo o problema parece ter ficado sob controlo.Mas será que a médio prazo a questão ficou resolvida? Algo me diz que não. Algo me diz que isto não foi mais que um balão de oxigénio porque de facto nada mudou. A economia ocidental continua deprimida e aceita-se que ainda fique mais deprimida."
Sem dúvida que as coisas ainda vão piorar antes de melhorar a nível económico. O que interessa agora é estabilizar os mercados para evitar um colapso financeiro. Quando este objectivo for alcançado, os governos têm que começar a dar prioridade ao combate à recessão que vem aí. As principais economias ocidentais dão sinais de estarem a entrar em recessão e, por isso, os governos têm que começar a actuar. O que fazer? Nos EUA a política monetária está muito limitada, pois os juros já estão muito baixos. Na Eurolândia e no Reino Unido ainda há bastante margem de manobra para baixar os juros. O que falta, por enquanto, é vontade dos bancos centrais. Veremos se as coisas mudarão nos próximos meses. Esperemos que sim.
Por isso, e porque esta é uma crise com contornos semelhantes ao que aconteceu na década de 1930 (com muitas diferenças também), os governos têm que começar a atacar a recessão com as suas políticas fiscais. Isto é, com baixas de impostos e aumentos das despesas públicas (para quem pode...). Na UE, esperemos que a crise acabe de uma vez com o fundamentalismo do défice. Veremos se a ideologia dogmática consegue resistir aos ventos recessivos.
2 comentários:
Obrigado Alvaro pelo seu comentário ao meu comentário.
Mas faz-me imensa especie que de repente certos governos tenham encontrado uma galinha de ovos de ouro capaz de lhes dar em conjunto bem mais mil de milhares de milhoes de euro para comprarem ou emprestarem à banca.
O que é feito das regras de contenção orçamental? Ou de outro modo, aonde foram certos governos europeus arranjar tanto dinheiro?
E quais os efeitos destes investimentos do Estado na economia?
Quais os efeitos a nivel do equilibrio das contas publicas? Quais os efeitos a nível da inflação?
E no campo dos impostos será que não vai haver grandes alterações?
Qual vai ser a factura que vamos ter de pagar?
Uma coisa eu não acredito. Não acredito que estas decisões tenham um efeito neutro no futuro do homem.
Acho é que ninguem saberá exctamente aquilo que se irá passar e como tal vale apena inventário.
Um abraço Antonio
António
Obrigado pelo seu comentário.
Tem toda a razão. Quem vai pagar a factura são os contribuintes, pelo menos a curto prazo.
Em relação à nacionalização temporária dos bancos internacionais, a ideia principal é comprar os activos destas instituições a preço baixo e depois vendê-los quando a retoma tiver acontecido. Falta saber quanto tempo é que irá levar para a recuperação acontecer.
Quanto à contenção orçamental, tem mais uma vez razão. É exactamente essa a minha posição. O PUBLICO (e o Desmitos) terá amanhá mais novidades sobre este assunto
Abraço
Alvaro
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