Segundo os últimos dados do INE, já há 619 mil desempregados em Portugal, o que corresponde a uma taxa de desemprego de 11,1%. É a primeira vez desde que há registos que a taxa de desemprego se situa acima dos 11%. Em comparação, no último trimestre de 2009 o número de desempregados era de 563 mil. Ou seja, 56 mil novos desempregados só no ano passado, dos quais 40 mil são mulheres.
Outro dado preocupante é o número de desempregados de longa duração (i.e., desempregados há mais de um ano), que não pára de aumentar. Já são 327 mil. Só em 2010, o número de desempregados de longa duração aumentou nada mais nada menos do que 20,8%. Esta tendência é bastante alarmante, pois é sabido que o desemprego de longa duração é mais difícil de combater.
Por região, as taxas de desemprego no último trimestre de 2011 variam muito (ver quadro). No Algarve já há quase 15% de desempregados, enquanto em Lisboa (12,3%) e na região Norte (12,7%) a taxa de desemprego já está acima dos 12%. Em relação a 2009, o desemprego subiu em todas as regiões, com a excepção dos Açores:
Taxa de desemprego | |
Portugal | 11.1 |
Norte | 12.7 |
Centro | 7.7 |
Lisboa | 12.3 |
Alentejo | 11.2 |
Algarve | 14.8 |
Açores | 7 |
Madeira | 7.5 |
Finalmente, por grau de ensino, o desemprego aumentou em todos os grupos. Mais concretamente, a comparação do número de desempregados por nível de ensino entre o último trimestre de 2009 e o último trimestre de 2010 é a seguinte:
4º trimestre 2009 | 4º trimestre 2010 | |
Até ao Básico - 3º ciclo | 412.4 | 418.5 |
Secundário e pós-secundário | 95.9 | 124.9 |
Superior | 55 | 75.6 |
Resumindo, o flagelo do desemprego está a aumentar a um ritmo muito preocupante. Infelizmente, este é um tema que, inexplicavelmente, continua fora da agenda política e é pouco retratado nos meios de comunicação social. Seria bom que os vários partidos começassem a dedicar mais atenção ao tema e apresentassem soluções concretas sobre como combater este enorme drama social e pessoal.
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