17 fevereiro 2011

GRANDES PROGRESSOS

Às vezes estamos tão absortos com a crise e com o curto prazo que esquecemos os enormes progressos que foram alcançados pelo nosso país no último meio século. Um dos grandes avanços foi na Saúde, pois, no espaço de 2-3 décadas, os nossos indicadores passaram da média que costumam caracterizar os países em desenvolvimento para a média dos países avançados (i.e. da OCDE).
Um destes indicadores é o da esperança média de vida. Em 2007, as mulheres portuguesas tinham uma esperança média de vida de 82,3 anos, uma média superior à média da OCDE, que era de de 81,7 anos. Em comparação, em 1960, a esperança média de vida das mulheres portuguesas era de somente 66,6 anos, enquanto a média da OCDE era de então de 70,8 anos. Para os homens, os valores respectivos para Portugal eram 61 anos em 1960 e 75,5 anos em 2007. Um progresso assinalável, portanto.
Aliás, um progresso ainda mais notável se nos lembrarmos que Portugal foi o país europeu onde este indicador mais progrediu nos últimos 50 anos, e o quarto países da OCDE que registou uma melhoria mais substancial na esperança média de vida dos homens e das mulheres.
Para que possamos visualizar estes progressos, o gráfico abaixo apresenta os anos adicionais da esperança média de vida das mulheres nos países da OCDE entre 1960 e 2007:

  Fonte: OCDE

2 comentários:

Manuel Henrique Figueira disse...

Eis uma das razões (entre muitas outras) para o défice das contas do Estado.
Qual é a solução? Regredir? Não! Mas parece ser a inevitável, aliás já em marcha, pois a chamada racionalização já está a entrar no campo da redução. Devíamos cortar no que é verdadeiramente supérfluo, em certos gastos do Estado e racionalizar da administração em geral: pense-se apenas que, para um pequeno território e 10 milhões de habitantes, temos um P. R. (16 milhões de euros gastos com a Presidência), um P. M. e um governo de 53 membros e 17 ministérios (cada um com várias direcções-gerais desdobradas em direcções-regionais), uma A. R. com 230 deputados, dois governos regionais com mais de uma dezena de membros, duas Assembleias Regionais com cerca de 30 deputados cada (isto para 2 populações de 245 000 hab. cada), 5 CCR, 18 governos civis, 308 câmaras municipais, 4260 freguesias, Exército (com muitos tanques), Força Aérea (com muitos aviões) e Marinha (com muitos navios e 2 submarinos), duas forças de segurança GNR e PSP (e os seus conflitos de competências e a duplicação de comandos), e provavelmente algo mais que me escapa. É muita administração para tão pequena população e, especialmente, para tão débil produção (Indústria, Agricultura – importamos 85% do que comemos – Pescas, Minas, etc., apenas o Turismo tem algum papel, em parte ilusório, pois o que entra por uma porta sai por outra. Isto é, se não produzimos os alimentos nem outros diversos produtos de consumo, compramo-los para os fornecer aos turistas, saindo assim boa parte das divisas que cá nos deixam).
A solução é racionalizar e identificar os estrangulamentos (educação, formação profissional, justiça, etc.) para que desenvolvamos a produção (especialmente de produtos transaccionáveis) e captemos os investimentos.
Só assim teremos recursos para sustentar este progresso na Saúde, e noutros campos, antes que o retrocesso anule tudo.
Mas o próximo governo (este já morreu) que experimente tocar nas «vacas sagradas» e verá os Fernandinhos Ruas deste país, e outros chefões e figurões, a pôr a populaça na rua contra qualquer mudança.
Somos muito conservadores, pior do que isso, pouco informados e inteligentes (colectivamente, como é evidente) para sermos capazes de traçar o melhor rumo para o nosso futuro.
Senão não tínhamos chegado a isto.

Alvaro Santos Pereira disse...

Caro Manuel Henrique Figueira,

Penso que tem toda a razão sobre a necessidade de efectuarmos uma reforma administrativa. Esse é exactamente um dos temas do meu livro. Concordo inteiramente.
Quanto à dificuldade de mudarmos, tem razão. No entanto, batemos de tal modo no fundo, que não temos grandes alternativas

Abraço

Alvaro