28 fevereiro 2011

LIÇÕES IRLANDESAS

Os resultados eleitorais na Irlanda são bem reveladores dos enormes custos políticos que os partidos no poder podem sofrer quando são responsabilizados pelas graves crises económicas que assolam os seus países. Já agora, um dos principais pontos na agenda do próximo governo irlandês é tentar renegociar os termos do plano de resgate acordado em Novembro de 2010 entre a Irlanda e a UE/FMI.
Lições para Portugal? 

3 comentários:

Manuel Henrique Figueira disse...

J.C. Junkers (1.º ministro luxemburguês) há pouco tempo falava sobre as indecisões dos políticos europeus: «nós, responsáveis políticos, sabemos muito bem o que deve ser feito, não sabemos é se seremos eleitos depois de termos feito o que deve ser feito». Este é um dos dramas da democracia na era dos «media» em que vivemos. Os políticos, por mais responsáveis que sejam, sabem que são reféns, simultaneamente, dos «media» e da demagogia. Se anunciarem as desgraças da realidade esses seus anúncios serão propalados de forma generalizada e continuada aos sete ventos, tendo como contraponto os discursos do «leite e mel derramados» feitos pelos demagogos que prometem o que não podem dar. É isso que justifica os desejos do PSD, do CDS e da Direita em geral entre nós, ansiando que o FEEF / FMI venham depressa, mesmo que saibam que isso não só nada resolve como nem sequer do ponto de vista prático imediato melhora a situação (veja-se as taxas de juros pagas pela Grécia e pela Irlanda depois da intervenção).
É que assim, o ónus dos sacrifícios extra dessa intervenção ficará com quem a pedir (e no nosso caso é bem feito que fique, para «premiar» a irresponsabilidade, a incompetência e a demagogia do governo socratista) e os novos «salvadores da pátria», agora de mãos limpas, tratarão de mirar o fundo do pote para ver se sobrou alguma dobra de ouro.
Triste sina vivemos, esmagados entre «ladrões confessos» e «ladrões encapotados», ambos ora aplaudidos ora vilipendiados por turbas de pretensos justiceiros (quais extraterrestres pairando sobre o cadáver de Marx, ou na versão estaliniana ou na versão trotskyana/4.ª Internacional).

António Parente disse...

Duas lições:

1) José Sócrates vai agarrar-se ao poder com mais força.

2) Passos Coelho vai ficar com mais medo de aceder ao poder.

Renegociar os planos de resgate vai ser difícil. Não acredito que a Alemanha aceite.

Guillaume Tell disse...

Que o PS se torne esperto e mude de secretário-geral no seu próximo congresso.