Quais são os melhores sintomas do quão séria é a crise financeira? As medidas dos bancos centrais. Nos últimos tempos tem havido uma concertação de posições dos principais bancos centrais mundiais, principalmente atavés da injecção de grandes quantidades de fundos para os mercados financeiros. Agora, chegou a vez da posição concertada no corte das taxas de juros.
Hoje de manhã, seis bancos centrais (o BCE, a Fed, o Banco de Inglaterra, o Banco do Canadá, o Banco da Suécia e o Banco da Suíça) actuaram em conjunto cortando as taxas de juros em 0,5 por cento. Objectivo? Tentar descongelar os mercados de crédito dos seus países (e regiões).
Veremos se tais medidas têm efeito. No entanto, é de salientar que estas são as acções mais agressivas por parte dos bancos centrais das últimas décadas. Só isso indicia o quão preocupados os bancos centrais estão com a crise actual.
1 comentário:
Ola Álvaro,
Concordo inteiramente com a sua análise quando diz que "estas são as acções mais agressivas por parte dos bancos centrais das últimas décadas". Todavia, parece-me que a injecção de grandes quantidades de fundos para os mercados financeiros pela mão dos bancos centrais (BC) não é o ponto central da questão apenas porque, apesar de se tratarem de elevadas quantias (quase sempre superiores ao PIB português), tratam-se de empréstimos de curto prazo: hoje os BC colocam dinheiro fresco nos mercados, e amanhã voltam a tirá-lo. O que me parece, é que a descida concertada das taxas de juro de vários BC, esse sim é que é um claro sinal de que as coisas estão NEGRAS. Agora, a minha questão é saber até que ponto estas instituições terão ainda margem para o continuarem a fazer. Lembre-se que a taxa de juro da Fed já está nos 1,5%.
Posto isto, e considerando a retracção do crescimento económico e uma inflação elevada, é plausível colocarmos a hipótese de, em breve, termos na Europa, mas sobretudo nos EUA, uma situação de deflação semelhante à que atacou o Japão no início da década de 90 e perdura até aos dias de hoje?
Abraço
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