21 outubro 2008

PORTUGAL, PAÍS MODELO

Quem diria que Portugal se tornaria num modelo para um país como o Canadá? Não, não estou a ser irónico nem malicioso. A CBC, a televisão pública canadiana, apresentou Portugal como um modelo a seguir ao nível das energias alternativas. Sob o título "The little nation that could go green - and is" a reportagem da CBC rasga enormes elogios ao nosso país pelas inovações introduzidas na área das energias alternativas. Sinceremente, fiquei orgulhoso ao ver o artigo. Vou tentar arranjar o video no You Tube para o postar aqui no blogue.
Quem disse que de Portugal só vêm más notícias?

7 comentários:

Anónimo disse...

Criticar quando é de criticar, louvar quando é de louvar.Acho que neste campo, devemos apoiar as iniciativas e se necessário sacrificar um pouco a nossa comodidade e alguns fundos para mais tarde poupar na factura energética e dependência dos combustíveis fósseis.

Julgo que teremos é o problema de por cada Kw que sai de uma central solar e eólica, termos que ter outro pronto a entrar na rede vindo de outra central mais tradicional, que não dependa destes factores (ou haverá uma súbita quebra caso se deixe de produzir energia vinda de uma destas fontes). No entanto possivelmente descobriremos ou desenvolveremos outros métodos de fabrico de energia de fontes alternativas mais regulares que possam compensar.

Devemos também investir em tornar os nossos electrodomésticos mais eficientes e sermos responsáveis no uso da energia.

Jorge Oliveira disse...

Receber elogios constitui sempre uma massagem ao ego. Mas há observações a fazer a este artigo.

Não se justifica invocar Salazar no contexto das energias renováveis, para mais dizendo que ele fomentou a construção de barragens em Portugal para tornar o país auto-suficiente em termos de energia. A energia eléctrica que se obtinha nas barragens não enchia os depósitos dos automóveis nem camiões e no tempo de Salazar estávamos longe de pensar a sério em automóveis eléctricos.

Contudo, é lícito dizer que a energia hidroeléctrica constitui uma parcela muito importante da nossa produção eléctrica. Em média, anda próxima de um terço e sem ela estaríamos muito longe de atingir as metas de energia renovável a que o país, bem ou mal, se comprometeu.

É justo dizer que o governo de Sócrates deu um passo positivo ao relançar a construção de novas barragens e o reforço de potência de algumas existentes. Só é pena que Sócrates não tenha coragem para reverter a lastimável decisão de Guterres acerca de Foz Coa.

Não deixa de ser curioso observar as frequentes referências à ausência de combustíveis fósseis em Portugal. O tom de lamento só pode significar que se Portugal dispusesse de petróleo ou gás natural, as energias renováveis bem podiam esperar sentadas !

Pessoalmente, não tenho a menor dúvida de que os políticos que hoje se põem em bicos de pés quando falam em energias renováveis seriam os primeiros a inventar boas desculpas para queimar os nossos ricos combustíveis fósseis até à exaustão. Esta matéria tornou-se um campo fértil para o cultivo de opiniões carregadas de hipocrisia.

E isto para não recordar que os fanáticos das renováveis queriam, há uns anos, retirar as grandes barragens do inventário das formas de produção renovável. Vá lá que imperou o bom senso e os mandaram dar uma volta.

O “people” de Portugal não paga um “tiny premium” na conta de electricidade para ajudar a suportar as novas energias. Pelo contrário. Paga com língua de palmo. De onde se pensa que vem o défice tarifário gigantesco, que vai já próximo dos 2.000 milhões de Euros? A parte principal deve-se ao diferencial de preço das energias renováveis (exceptuando as grande barragens) e da cogeração. Os preços destas formas de produção são fixados pelo governo muito acima do preço médio do conjunto das restantes formas de energia. A relação anda à volta do dobro…

Não pagamos agora, pagamos mais tarde. Ou pagam os nossos filhos. A REN e a EDP vão aos bancos buscar o diferencial e os juros entram para a tarifa novamente. Isto é um jogo de aparências. E de aldrabices, para ser frontal.

Em Espanha fazem o mesmo, mas já está a dar mau resultado porque os bancos começam a recusar-se a avançar com o dinheiro. Em Portugal vamos ver o que acontece, porque aqui os socialistas não se ensaiam para meter os seus boys na administração dos bancos, como fizeram no BCP.

Quanto à aceitação das torres eólicas em Portugal, não é bem assim. Já há muita contestação. Mas em surdina porque a esquerda deu um toque de politicamente correcto ao assunto e parece mal apontar defeitos à energia eólica.

De relevar, é o caso da energia fotovoltaica. Embora daqui a muitos anos, essa sim, será o nosso último bastião. Mas o preço de venda não pode manter os valores actuais. Muita investigação tem ainda de ser feita para baixar os custos de produção dos painéis e para aumentar o rendimento da conversão da energia solar em energia eléctrica.

Anónimo disse...

Aproveito para deixar o vídeo da reportagem:

http://www.cbc.ca/mrl3/8752/news/features/durham-portugal081020.wmv

Anónimo disse...

Pessoal preciso de um grande favor. Preciso do video desta reportagem mas o link que aqui foi deixado já nao existe...Será que alguém me pode ajudar? Agradeço imenso.
Cumps

Anónimo disse...

Já consegui! O problema estava nos codecs. obg de qq forma. Cumps

Alvaro Santos Pereira disse...

OLá Nuno

Obrigado. Ainda bem que conseguiu o video

Abraço

Alvaro

Anónimo disse...

olá! estou com o mesmo problema de codecs alguém me pode ajudar?

preciso mesmo deste video para um trabalho de investigação!

obrigada