Os dados mais recentes da OCDE sobre a educação revelam que, apesar de alguns progressos, o nosso atraso em relação à educação universitária permanece bastante real. Como podemos ver no gráfico abaixo, Portugal tem a terceira mais baixa percentagem de indivíduos com formação universitária em relação à população total de toda a OCDE, somente à frente da Turquia e da Itália. Ou seja, ainda há muito para andar no que respeito à educação da nossa população. Mesmo assim, nem tudo são más notícias. Como podemos ver no gráfico, nas camadas dos trabalhadores mais jovens (com idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos), é possível ver alguma evolução. Para essa faixa etária, a nossa percentagem da população com formação universitária já ultrapassou os 20%, à frente de países como a Turquia, a Itália, aq República Checa, a Eslováquia, o México e a Áustria. Porém, antes de entrarmos em euforias ou optimismos injustificados, vale a pena também reparar que ainda estamos muitíssimo longe de países como a Espanha ou da Irlanda, que têm mais de 40% das suas populações com educação universitária.
Fonte: OCDE
7 comentários:
O que é curioso é que há sectores em Portugal que carecem de pessoal universitário e outros que têm em excesso... (bom vai dizer-me que isso é quase uma regra económica, há sempre sectores que precisam de mais mão de obra e outros menos, mas não deixa de ser lamentável não haver mais "planeamento" na formação académica).
Que adianta ter progresso, ter gente qualificada, senão há oportunidades...
Não estaremos a construir a casa pelo telhado?
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=f8lo82tXbWU
Álvaro Costa
Senhor Álvaro Costa:
Ter gente qualificada adianta, e muito.
É por nós termos tido sempre um grande atraso educacional que não temos oportunidades. Esse atraso fez-nos competir em sectores de mão-de-obra desqualificada, que agora não conseguem, eles próprios, competir com os «exércitos» de mão-de-obra ainda mais barata da China e da Índia, e nunca mais conseguirão.
Os únicos sectores onde estamos com capacidade para dar cartas internacionalmente são os das novas empresas oriundas das universidades, ou criadas com os seus alunos recém-formados.
Empresas que acrescentam valor e são tecnologicamente avançadas. E isso não se faz com ignorância. O problema é que partimos atrasados para esta corrida. Outro problema é que essas empresas ainda não conseguem sustentar o país, pois representam ainda pouco do PIB. Mas esse é o caminho a prosseguir.
Abaixo a ignorância de vastas camadas dos portugueses.
Manuel Henrique Figueira
Este Manuel Henrique Figueira reproduz a lenga-lenga do costume. A qualificacção tem de se ligar a boas políticas económicas, caso contrário os doutorados têm de ser taxistas ou emigram. As empresas são quase sempre exteriores à Universidade. Nenhum país vive de empresas internas à Universidade. Já agora que empresas são essas? Esta fantasia educativa alimenta inúmeros equívocos.
Jorge Rocha
O acesso ao saber e ao conhecimento é a principal via para criar mais equilibrios sociais, mais igualdade salarial, mais empreendedorismo económico. Sem formação sólida de base, uma sociedade fica mais pobre. Isto devia ser um princípio de respeito básico. Tal ainda não acontece ao nível desejável em Portugal porque ainda não temos a riqueza suficiente para investir nas formações.
Sr. Jorge Rocha:
Antes de acusarmos os outros seja do que for, convém que saibamos do que falamos. Há o péssimo hábito entre nós do «achismo»; este acha que, aquele acha que... mas depois não se acha nada, porque se desconhece aquilo sobre que se fazem palpites.
É o seu caso acerca da minha pretensa lenga-lenga.
Uma vez que não conhece por outras vias, vá ao menos ao Google e escreva: «empresas portuguesas de base tecnológica» e aparece-lhe o Site da UMIC - Agência Para a Sociedade do Conhecimento.
Aí pode encontrar: Chipidea; Novabase; YDreams; ALERT Life Sciences Computing; Link Consulting; SISGOG; WIT-Software; ISA- Remote Management Systems; Critical Software; Enabler; WeDO Consulting; Atitude Software. Fica a saber quando nasceram, onde nasceram, quem as fundou, o que fazem e para quem trabalham.
Apesar dos nomes em inglês, são bem portuguesas, saíram a maior parte, ou estão ainda ligadas às universidades através dos seus fundadores, alguns são lá professores.
Estão todas internacionalizadas, trabalhando, algumas, inclusivamente para a NASA.
Isto não se faz com analfabetos nem com a 4.ª classe, que alguns teimam em considerar valer tanto como hoje o 12.º ano, ou mesmo o curso universitário, apenas porque os miúdos não sabem a tabuada de cor, porque têm calculadoras, isto faz-se com SABER sofisticado.
Manuel Henrique Figueira
Este governo devia acrescentar um novo curso nas Universidades portuguesas do tipo Novas oportunidades que era a Licenciatura no "Desenrrascanso" uma caracteristica lusa que pasma qualquer doutor das mais ilustres Universidades. Outra podia ser Licenciatura "Sócrates", que é tipicamente lusitana também e que é do género sabe tudo, acha tudo, comenta tudo, é o melhor, tá sempre certo e até estudou e passou.
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