O Wall Street Journal fez uns cálculos a partir de um relatório da Comissão Europeia e chegou à conclusão de que os montantes do FEEF e do FMI não são suficientes para garantir as necessidades de financiamento da economia irlandesa até 2013. Aliás, tal como tinha acontecido com a Grécia. Mais concretamente, o WSJ estima que os fundos do bailout não chegam para a necessária recapitalização dos bancos irlandeses. Talvez só dêem para garantir metade do financiamento necessário. Deste modo, a Irlanda ainda terá de se financiar junto dos mercados financeiros, bem como dos aforradores irlandeses. De acordo com os cálculos do WSJ, as necessidades de financiamento irlandesas entre 2010 e 2013 são as seguintes:
€ billions | Dec. 2010 + 2011 | 2012 | 2013 | Total |
Public-sector financing needs | 40.2 | 29.5 | 29.2 | 98.9 |
+Bank recapitalization needs | 25 | 5 | 5 | 35 |
=Total financing needs | 65.2 | 34.5 | 34.2 | 133.9 |
-EU/IMF bailout money | 42.9 | 19.7 | 5 | 67.5 |
-Use of Ireland’s own cash | 12.5 | 2.5 | 2.5 | 17.5 |
=What’s left and needs to be raised | 9.8 | 12.3 | 26.8 | 48.9 |
Seria bom que os nossos governantes estivessem bem atentos às lições a retirar dos bailouts da Grécia e da Irlanda, em caso de termos de recorrer também ao resgate do FEEF e do FMI. É que, se tal acontecer, é melhor que estejamos bem preparados, para que possamos ter uma posição negocial mais forte e mais esclarecida. Mas, claro, há sempre uma alternativa: podemos sempre culpar a Europa por não reforçar e flexibilizar os mecanismos de financiamento.
1 comentário:
O que sucedeu à Grécia e á Irlanda não foi por acaso nem por coincidência. Nestas negociações com os credores - é isso que o FEEF e o FMI representam - não há posições negociais fortes e esclarecidas. Isso é um mito que é necessário desfazer.
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