Animado com os indicadores positivos do último trimestre de 2007, o primeiro-ministro reiterou o objectivo de criar 150 mil novos postos de trabalho até às próximas eleições. De acordo com José Sócrates "Desde que iniciámos funções, a economia gerou 94 mil postos de trabalho. Não vejo nenhuma razão para que no próximo ano e meio não consigamos ter mais emprego e conseguirmos atingir o nosso objectivo [de criar 150 mil novos postos de trabalho]".
Estas afirmações não têm sentido nenhum. São pura demagogia política. Primeiro, porque quem cria empregos é a economia e não o governo. De uma forma geral, o Estado não cria a maior parte dos empregos da economia. E quando o faz, é mau sinal. Aliás, um dos problemas do défice orçamental surgiu exactamente quando o Estado criou demasiados postos de trabalho na Função Pública no final dos anos 90.
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Segundo, porque todos os anos, a economia cria e destrói empregos. Mais do que o número de postos de trabalho criados, o que interessa é a criação líquida de emprego, isto é, quantos empregos são criados acima dos postos de trabalho destruídos. Ora, até o primeiro-minstro admite que a taxa de desemprego aumentou nos últimos anos. O que isto quer dizer é que tem havido um decréscimo líquido de emprego, não a criação (líquida) de milhares de postos de trabalho.
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O que o primeiro-ministro tem razão, e o que é encorajador, é que no último trimestre de 2007, a taxa de desemprego (homóloga) decresceu e bastante signficativamente. Porquê? Porque nesse trimestre a economia cresceu a uma taxa muito saudável de 0.7 por cento, o que, a manter-se, nos dá taxas anuais acima dos 2 por cento, o patamar a partir do qual há criação líquida de emprego. E esta é que é a verdade. Sem demagogias políticas.
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